Seria essa a categoria mais disputada de 2024?
O Oscar 2024 já tem fama que pode ser um tanto previsível. O favoritismo de Oppenheimer vem se provando real desde o início da temporada de premiações, com vitórias de melhor filme, direção, ator, ator coadjuvante e outras tantas categorias no Globo de Ouro (categorias de drama), Critics Choice Awards e BAFTA, por exemplo (das principais categorias mencionadas, apenas Paul Giamatti, de Os Rejeitados, levou o prêmio de Melhor Ator no Critics ao invés de Cillian Murphy).
Mas em 10 de março, data da premiação, tudo pode acontecer. Filmes como Pobres Criaturas e Anatomia de uma Queda estão recebendo cada vez mais destaque e não seria a primeira vez que a Academia surpreende os cinéfilos de plantão.
Mas se tem uma categoria imprevisível esse ano, com certeza é a de Melhor Atriz!
Annette Bening, Carey Mulligan, Emma Stone, Lily Gladstone e Sandra Hüller entregaram atuações poderosas e envolventes em seus respectivos filmes. Todas foram tão extremamente talentosas que é difícil prever quem vai levar a melhor na premiação. Pensando nisso, que tal conhecer um pouco das cinco indicadas e os filmes que fazem parte?
ANNETTE BENNING (NYAD)
Nyad, da Netflix, é uma cinebiografia que conta a história real de Diana Nyad, uma nadadora de águas abertas que tem o objetivo de cruzar o mar da Cuba até a Flórida (sem o suporte de uma gaiola anti-tubarão!).
Annette Bening tem mais de 30 anos de carreira e já foi indicada para diversos prêmios, vencendo inclusive o Globo de Ouro em 2011 pela sua atuação em Minhas Mães e Meu Pai.
Apesar de talvez ser a menos favorita desse ano, Benning entrega um trabalho emocionante e desafiador. Ela precisou passar por um treinamento intensivo para atingir o físico de uma nadadora profissional, além de interpretar uma pessoa que, ao contrário do que acontece em muitas cinebiografias, ainda está viva.
CAREY MULLIGAN (MAESTRO)
Em Maestro, Carey Mulligan interpreta Felicia Montealegre, atriz norte-americana de origem porto-riquenha que fez muito sucesso durante o século XX pelos seus papeis na TV e nos palcos. Felicia também foi esposa de Leonard Bernstein, o primeiro maestro estadunidense.
Mulligan já foi indicada ao Oscar de melhor atriz em 2010 e 2021, por seus papeis em Educação e Bela Vingança, respectivamente. Embora não tenha levado a estatueta para casa em 2010, ganhou o BAFTA naquele ano por sua personagem Jenny, em Educação.
A atriz britânica marcou presença nas principais premiações desse ano, mas acabou não ganhando nenhuma delas. Entretanto, vale dizer que a atuação de Mulligan em Maestro engrandece um filme que não está entre os favoritos da categoria principal do Oscar. Apesar do filme ser em grande parte sobre Leonard Bernstein, interpretado pelo também talentoso Bradley Cooper, é Felicia, interpretada por Mulligan, que mais emociona.
EMMA STONE (POBRES CRIATURAS)
Interpretando Bella Baxter, uma mulher trazida de volta à vida com o cérebro de uma criança, esse com certeza é o melhor papel da carreira de Emma Stone. Ela é hipnotizante. Sua jornada pelo mundo em busca de aventuras mostra a evolução de uma mulher que tem sua identidade formada pelas coisas que vê e pelos desafios que enfrenta. É de encher os olhos!
Emma Stone já ganhou o Oscar de melhor atriz em 2017 por La La Land e vem se consagrando cada vez mais na indústria cinematográfica. Nessa temporada, ela já ganhou o Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz de Comédia ou Musical, o Critics Choice Awards (em que disputava com Gladstone, Mulligan e Hüller) e também o BAFTA. O SAG Awards, prêmio dos sindicatos dos atores de Hollywood que tem um histórico de acertar os vencedores do Oscar, acontece neste domingo. Se Emma levar mais esse, suas chances de vencer o Oscar em março podem ficar ainda maiores.
Uma coisa é certa: levando ou não a estatueta, a atriz estadunidense com certeza alcançou novos patamares (em vários sentidos diferentes) após protagonizar Pobres Criaturas.
LILY GLADSTONE (ASSASSINOS DA LUA DAS FLORES)
É impossível desviar os olhos de Lily Gladstone no novo filme de Martin Scorsese. Se a expectativa era que qualquer outro ator e atriz não conseguisse chamar muita atenção contracenando ao lado de Robert De Niro e Leonardo DiCaprio, Lily Gladstone prova exatamente o contrário.
A atriz foi a primeira nativa americana a levar o Globo de Ouro na categoria de melhor atriz de drama no início da temporada de premiações, um feito histórico e emocionante que ganhou – merecidamente – manchetes do mundo todo. Sua interpretação de Molly, indígena Osage real que viveu no início do século XX e perdeu muito pela ambição e crueldade dos homens brancos ao seu redor, é de impactar qualquer um por muito tempo.
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Se levar o Oscar para casa em março, Gladstone fará história novamente. Sabemos que a Academia não tem o costume de premiar atrizes não-brancas, um histórico vergonhoso que precisa ser mudado. E se tem alguém que merece a estatueta não só pelo trabalho impecável em um longa-metragem, mas também por tudo que representa para tantas pessoas que sonham em fazer parte da indústria cinematográfica, esse alguém é Lily Gladstone.
SANDRA HÜLLER (ANATOMIA DE UMA QUEDA)
A atriz alemã com certeza é um dos destaques dessa temporada. Além da atuação espetacular em Anatomia de uma Queda, Hüller faz parte do elenco de Zona de Interesse, outro filme que concorre a diversas categorias do Oscar deste ano.
No filme dirigido por Justine Triet, a atriz interpreta Sandra Voyter, uma escritora acusada pelo assassinato do próprio marido. Com diálogos cuidadosamente escritos, Sandra mostra diversas facetas da sua personagem, criando um cenário de tensão, dúvida e empatia pela pessoa que vemos na tela, principalmente durante as cenas de julgamento em que o sexismo contra a personagem é escrachado.
Hüller é com certeza uma potência e também tem altas chances de levar a melhor em março, ainda mais se os votos entre as duas favoritas até então (Lily Gladstone e Emma Stone) ficarem divididos. Para entender melhor o sistema de votação do Oscar, recomendamos esse artigo aqui: Como Funciona a votação do Oscar?
Com tantas indicadas incríveis, só resta aguardar 10 de março e torcer para a nossa favorita!
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Graduanda em jornalismo, ama filmes e séries e é autora de ficção nas horas vagas.
