Com um elenco que não se encontrava há anos, o documentário emocionante é uma costura da memórias.
Fui despretensiosamente assistir ao drama Coffee Prince, lançado em 2007. Não conhecia a história estava de coração aberto por ser um drama de 16 anos atrás – e muito crushada no Gong Yoo após maratonar Mar da Tranquilidade (2021). Mas tem muito mais rostinhos conhecidos no elenco:
Cofee Prince chega em 2007 com o seguinte enredo: Go Eun-chan (Yoon Eun-hye), uma jovem destemida que, para sustentar sua família, finge ser um homem e assume um emprego na Coffee Prince, uma cafeteria administrada por Choi Han-kyul (Gong Yoo). O que se segue é uma teia de relacionamentos complicados, à medida que Han-kyul desenvolve sentimentos por Eun-chan, sem saber seu verdadeiro gênero. Dramas com essa temática são classificados como gender bender.
Eun-chan é forçada a adotar uma identidade masculina para ser levada a sério no mundo do trabalho. Ela é uma figura independente e destemida, mas sua necessidade de se disfarçar ilustra as limitações impostas às mulheres na sociedade. A série destaca como essas restrições podem ser sufocantes, forçando indivíduos a se esconderem sob fachadas para encontrar oportunidades iguais.
A dinâmica entre Han-kyul e Eun-chan é um terreno fértil para explorar a fluidez de gênero e sexualidade. Han-kyul é inicialmente confrontado por sua atração por alguém que ele acredita ser um homem, desencadeando reflexões e inseguranças sobre sua própria identidade sexual.
O drama foi gravado durante o verão de 2007 e, na época de seu lançamento, foi um sucesso estrondoso. Em 2019, uma decisão especial foi tomada: reunir todo o elenco novamente em locais familiares, como o café e algumas locações, para reassistirem o drama juntos no emocionante documentário intitulado My Dear Youth (2020).
13 anos após as gravações, muitos dos protagonistas não tinham mais nenhum contato, mesmo morando na mesma cidade. Seus caminhos se desvencilharam, estrelatos foram atingidos. É o caso do Gong Yoo que ficou ainda mais famoso após Goblin e o incrível Lee Sun-kyun que também protagonizou Parasita e My Mister.
O sensível documentário mostra os atores batendo papo e se conhecendo novamente. Fazem perguntas, estão curiosos, muitas vezes constrangidos e com olhares saudosos. Fica muito evidente a intensidade do que viveram juntos naquele verão, ao captarmos um certo nível de dificuldade em falar da época. Sabe quando você reencontra pessoas da escola e, apesar de estar bem no aqui agora, gostaria de reviver coisas daquele período e fica com a voz embargada? Isso fica visível nos diálogos, nos olhares (e fugas de olhares) entre eles. Não falo só do casal protagonista, mas todo o elenco convidado.
Quando Eun-hye pergunta porque Gong Yoo não casou, ele responde com um olhar como se explorasse o tempo e parecesse ter a idade de seu personagem em Goblin (939 anos): “Estou velho”. Ela então abaixa um pouco a cabeça timidamente com um olhar que transmite mil pensamentos. Ela escolheu um caminho semelhante.
Dentre tantas coisas que esse elenco viveu, existem duas perdas: Lee Eon em 2008 e Lee Sun-kyun recentemente, em dezembro de 2023.
O especial foi gravado no próprio café e em alguns cenários da série, além de ter um barista que decidiu seguir a profissão por conta do drama, servindo cafés durante os papos.
Tanto Coffee Prince quanto My Dear Youth são obras tocantes que recomendo fortemente serem assistidas.
Onde assistir: Rakuten Viki e Kocowa.
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Tati Balboa é publicitária especialista em psicologia transpessoal e marketing digital. Mas muito antes de ser essas coisas ela é uma fã incondicional de Saint Seiya, buracos de minhoca, reggaeton, música brega, disco music, 80s, doramas e k-pop. Seu passatempo predileto é criar fics na sua cabeça, lugar onde sempre encontra o Jay B, do GOT7.
