Domesticar os animais com coleiras de choque parecia uma opção…
Mais um episódio de ~fatos sobre filmes da Disney que você provavelmente não sabia~ chegou! Dessa vez vamos falar de Zootopia o/
Até filmes mais novos passam por momentos tensos e obscuros…
Zootopia
A história de Zootopia deveria ser completamente diferente! Ela nem sempre foi centrada em torno da vida de Judy Hopps, a primeira policial coelha da ZDP. Na verdade, o centro das atenções seria a raposa Nick Wilde. No finzinho de tudo é que decidiram mudar o foco para Judy, acreditando que a perspectiva otimista da personagem era o caminho certo para o filme brilhar nas telinhas.
Se Nick tivesse sido o foco, o pessimismo dele teria sido um ajuste perfeito para explorar mais um ponto obscuro – que a Disney parece tanto gostar. Observem a foto acima. Nick tem um dispositivo especial em volta do pescoço, que parece uma coleira super especial e cheia de tecnologia. Mas na verdade, ela é una coleira de choque. A ideia seria de que, se ele passasse dos limites, uma corrente elétrica altíssima passaria por ele, fazendo com que ele não repetisse o comportamento (alô, Turma da Inbonha, já vimos essa história antes, não é mesmo?).
Nick não precisa usar um desses só porque ele é ~sombrio e trevoso~. Nos esboços preliminares, cada predador do filme seria obrigado a usar uma coleira de choque, inclusive, por exemplo, o bobão Clawhauser.
Conforme os produtores explicaram, essa ~coleira~ seria o pressuposto para os predadores e presas entrarem em trégua, o que contrasta com a versão final do filme, em que até as crianças sabem que os animais evoluíram para além de suas formas primitivas e selvagens e aprenderam a conviver uns com os outros, de forma que a compaixão cresceu junto com a inteligência.
Prova desse contraste é a seguinte cena, em que a coleira é removida do pescoço de Nick e as presas o tratam como se fosse uma bomba que iria explodir em vez de… você sabe. Uma raposa.
Após essa agitação toda, Nick aproveita os poucos momentos que ele teria sem o colar em volta de seu pescoço. Ele viaja em sua mente, brincando em um campo aberto e andando de montanha russa – até mesmo porque o sonho de Nick era abrir um parque de diversões. MAS pararam quando sua coleira é encaixada mais uma vez. E então, você percebe que não é sobre os choques em si, mas pelo que a coleira representa. Prisão. Controle.
Isso tudo soa bem pesado e triste para um filme da Disney. Isso incluiu uma cena comovente envolvendo uma criança aprendendo a dura verdade sobre ser um predador.
Ainda, nessa versão, Judy e Nick apenas tinham escapado da prisão em Tundratown quando eles se esconderam debaixo de uma mesa em uma festa de criança. Mas a festa não é de aniversário, e sim o “Partido Domar”, um ritual que celebra a primeira vez que um predador coloca a coleira de choque em volta do pescoço, com a idade de cinco anos. Era quase como se fosse um Barmitzvah, só que triste. E “racista”.
Essa cena foi tão importante na primeira versão do filme que ele realmente chegou a ser parcialmente animado antes da direção mudar todo o filme. Inclusive, o jovem Morri, o urso polar, se sente totalmente emocionado ao receber a coleira, pois para ele era um símbolo de maturidade, um rito de passagem: ele era um urso adulto agora.
Mas, então, Morris fica animado DEMAIS. Já que as coleiras são reguladas para dar um choque quando os predadores ficam com as emoções à flor da pele, a descarga pode ocorrer a partir de acessos de raiva ou gritos de alegria. Pois é… A alegria de Morris nunca mais seria a mesma.
Dá para perceber que Morris percebeu o que ser um urso adulto no mundo real realmente significa: não ser livre.
Acho que essa mudança foi aceitável até mesmo por conta do público alvo ser infantil, e acho que não seria muito justo ou agradável mostrar às crianças um mundo segregacionista que prende os “considerados como perigosos”.
E você, o que acha dessas mudanças? Conta pra gente nos comentários x)
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Fonte: Dorkly
Devoradora de livros e ávida consumidora de séries.
