All of Us Are Dead surpreende evitando e invertendo alguns dos tropos mais conhecidos do gênero de terror.

Mesmo que All of Us Are Dead pareça uma história de zumbis simples no início, o drama consegue dar uma virada em alguns dos clichês do gênero de terror. A série, que foi uma presença constante nos títulos mais assistidos da Netflix nas últimas semanas, combina um drama escolar convincente com uma aventura zumbi repleta de ação em uma primeira temporada bem ritmada. Além dos temas de sobrevivência e amizade, All of Us Are Dead também tratou de assuntos importantes como bullying, depressão e auto aceitação (falamos bastante disso aqui).

Vale a pena dar uma olhada nos motivos pelos quais All of Us Are Dead conseguiu se destacar em um gênero já desgastado. Enquanto produções como a clássica Train to Busan (2016) trouxeram uma nova visão – ou pelo menos uma nova execução – para filmes e séries de zumbis, muitos dos tropos do gênero se tornaram tão conhecidos do público em geral que é raro que funcionem. Talvez com isso em mente, All of Us Are Dead evitou alguns dos clichês das histórias de terror, mas também trabalhou com outros em uma abordagem diferenciada.

Atenção: spoilers de All of Us are Dead à frente

Um daqueles tropos que All of Us Are Dead vira é que os verdadeiros vilões em uma história de terror não são as criaturas, mas os humanos. Embora esse tema possa ser encontrada em produções como The Last of Us ou The Walking Dead, essa abordagem das histórias de monstros remonta a alguns dos filmes de terror mais antigos da história. Filmes como White Zombie (1932), a primeira produção de longa-metragem focada em zumbis, já mostrava que as maiores crueldades de uma história podem não ser cometidas pelos monstros, mas pela humanidade. No filme de Victor Halperin, o personagem de Murder Legendre transformaria seus adversários em zumbis para então usar as criaturas como guardas pessoais.

White Zombie de 1932, o primeiro filme de zumbi

All of Us Are Dead parece ter encontrado um meio termo criativo para esses dois tipos de antagonistas, graças ao seu conceito halfbie. Na série, aqueles que tinham uma razão forte o suficiente para se manterem vivos conseguiram sobreviver ao vírus zumbi mesmo depois de serem mordidos por várias criaturas. Enquanto eles ainda teriam os mesmos hábitos alimentares dos zumbis, os halfbies de All of Us Are Dead tinham muito mais controle sobre suas ações e poderiam até passar por humanos normais.

All of Us are Dead (Netflix)

Apresentado como um valentão que cometeu atos desprezíveis, Gwi-nam indicou que ele seria o clássico antagonista humano em All of Us Are Dead. Além de ser um valentão, o personagem sacrificou vários colegas de classe para sobreviver e até assassinou o diretor da escola. Eventualmente, no entanto, Gwi-nam se transformaria em um halfbie e ganharia todas as habilidades de um zumbi sem perder sua personalidade de vilão. Em uma mistura interessante de dois tipos de vilões, Gwi-nam mantém todas as suas falhas como humano, mas também ganha o elemento assustador e quase indestrutível de um zumbi.

Para uma série com uma premissa simples, All of Us Are Dead surpreende ao evitar e retrabalhar alguns dos tropos mais conhecidos do gênero de terror. O conceito de zumbis halfbie híbridos ofereceu uma nova dinâmica diferente para a segunda metade da série e impediu que a temporada perdesse seu ótimo ritmo. No final, All of Us Are Dead funciona tão bem para quem gosta das histórias de zumbis mais tradicionais quanto para quem busca algo mais inovador.

Se não assistiu ainda, corra!

Traduzido e adaptado do Screenrant.

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