A nova temporada dividiu a opinião dos fãs dos livros.

Adaptar um livro para as telas nunca é uma tarefa fácil. Escolher o que manter, o que cortar, o que será melhor recebido por telespectadores e o que só funciona na mídia escrita  é um trabalho árduo e nem sempre o resultado agradará os fãs do material original.

Bridgerton / Netflix

Depois do sucesso estrondoso da primeira temporada de Bridgerton, que adaptou o primeiro volume O duque e eu da série homônima de livros da autora Julia Quinn, as expectativas para a segunda temporada, adaptação do livro O visconde que me amava, estavam altíssimas.

O resultado, no entanto, dividiu bastante os fãs. Fizemos uma lista do que consideramos 3 acertos e 2 erros que a segunda temporada cometeu em termos de adaptação da obra original.

Falaremos sobre a segunda temporada livremente, então cuidado com os spoilers, caso ainda não tenha assistido!

Começando com os erros:

O alongamento desnecessário do interesse de Anthony em Edwina

No livro, Anthony começa a temporada bastante determinado a se casar com Edwina, que considera a pretendente perfeita. No entanto, logo fica claro que a jovem não tem lá muito interesse por ele e que ele está, indubitavelmente, louco por Kate.

A série levou tudo longe demais ao chegar até mesmo no casamento dos dois!

Entenda melhor porque desgostamos tanto disso na matéria “Por que o triângulo amoroso de Bridgerton é um desserviço para todos?”.

 

A inclusão de rivalidade entre as irmãs

Uma coisa que era absolutamente perfeita e (admitamos) refrescante em O visconde que me amava era a total ausência de rivalidade entre as irmãs Sheffield (sobrenome das duas no livro). O fato de serem irmãs apenas do lado paterno nunca foi uma questão para elas no livro, nem mesmo para a mãe de Edwina, que criou Kate como sua e ponto final.

A cena em que Edwina chama Kate de “meio-irmã” no episódio  6 da segunda temporada partiu meu coração em mil pedaços. Uma decisão bastante infeliz da produção da série.

Kate e Edwina / Netflix

Felizmente, não temos apenas críticas à segunda temporada de Bridgerton! Esses foram os 3 aspectos positivos que mais chamaram nossa atenção:

A luta sufragista pelos olhos de Eloise

O interesse de Eloise Bridgerton pelos direitos e igualdade das mulheres dá um passo a mais essa temporada ao apresentar a personagem aos escritos de Mary Wollstonecraft (pensadora feminista, famosa também por ser mãe de Mary Shelley, autora de Frankenstein) e à luta sufragista na Londres industrial.

Esperamos que esse interesse seja ainda mais desenvolvido na próxima temporada, de maneira mais detalhada e sem inclusões de interesses amorosos para distrair a personagem.

Leia também: Eloise Bridgerton e o problema Mary Bennet

Kate e Anthony / Netflix

A cena da abelha

Me desculpem fãs ferrenhos dos livros, mas a cena da abelha ganhou um glow-up espetacular na série! Confesso que enquanto lia o livro, a cena original me deixou com vergonha alheia.

Pequenos spoilers do livro à frente!

O medo irracional de Anthony por abelhas é muito compreensível, visto que perdeu o pai para a picada de uma, mas daí a ele colocar a boca no colo da Kate para chupar o ferrão para fora é um pouco demais, né?

A série deixou a cena mais elegante e crível, sem perder o efeito desesperador que a picada causa em Anthony, que considera seriamente a possibilidade de perder Kate do mesmo jeito que perdeu o pai.

A representatividade

Mantendo sua melhor qualidade, já estabelecida na primeira temporada ao mudar a etnia dos personagens Simon Basset e Lady Danbury, Bridgerton acertou mais uma vez ao tornar as Sheffield em Sharma.

Emnotas de imprensa fornecidas aos críticos pela Netflix, a criadora Shonda Rimes declarou:

“Encontrar algumas mulheres do sul da Ásia com pele mais escura e garantir que elas sejam representadas na tela de forma autêntica e verdadeira parece algo que ainda não vimos o suficiente…. E a ideia de que eles são de outra cultura, nós tecemos isso na história de uma maneira maravilhosa para reforçar a ideia de que os próprios valores ingleses de nossos personagens não são necessariamente os únicos valores que valem a pena. Isso se reflete na reação de Kate ao chá inglês – mas, na verdade, é uma maneira muito importante de garantir que estamos incluindo o mundo nisso.

Leia também: Tudo o que sabemos sobre a prequel de Bridgerton

Dramas de época têm a péssima tendência de só apresentarem personagens brancos, como se outras etnias simplesmente não tivessem existido às épocas retratadas (o que é historicamente impreciso e bastante nocivo de uma forma geral).

As Sharma / Netflix

Kate e Edwina serem indianas acrescenta uma incrível camada de complexidade às personagens, além de nos dar a linda cena pré-casamento, que nos dá um vislumbre da cultura indiana para jovens noivas.

A terceira temporada de Bridgerton já está confirmada, e adaptará o livro Um perfeito cavalheiro, que conta a história de amor de Benedict Bridgerton. Já estamos ansiosas para ver as escolhas da série para essa adaptação!

Leia mais sobre Bridgerton aqui no Garotas Geeks.

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