Neopets marcou a infância de muitos e certamente te influenciou de algum modo.

Neopets parecia ser apenas uma nova espécie de bichinho virtual uma espécie de Tamagotchi virtual ou até mesmo um jogo derivado de Pokémon, na qual o usuário passava tempo jogando para acumular “neopontos”, a moeda do jogo que servia para cuidar dos seus pets, comprando roupas, mudando suas cores, montando sua casinha, dando-lhe comida e brinquedos e até mesmo com outros itens interativos.

Mas era muito mais do que isso. O jogo incentivava a criatividade dos usuários. Ocorriam regulares competições e concursos, nos quais os usuários poderiam manter suas artes de seus neopets, ou até mesmo tentar uma vaga de redator no The Neopian Time, o jornalzinho local. Era basicamente um reino onde futuros designers, profissionais de marketing, jornalistas e engenheiros poderiam explorar e colaborar com HTML, CSS e escrita – e eu inclusa, pois descobri um amor por HTML e CSS que jamais imaginei ter.

Imagem via Medium

O jogo permitia que os usuários personalizassem suas páginas de usuário, na qual apareciam seus Neopets, sua Neocasa e até mesmo seus troféus de pontuações em minigames e eventos do site. E foi assim que começaram a surgir sites paralelos com dicas e tutoriais em CSS e HTML, ensinando o básico de programação. Eu mesma passava horas na semana pensando e montando novas páginas para mim e meus neoamigos, exercitando a capacidade de concentração, raciocínio lógico, e, é claro, a criatividade.

Apesar de ter sido exposta, acabei seguindo outro caminho profissional, mas há diversas pessoas por aí que encontraram, através deste jogo, uma habilidade artística, lógica ou linguística. Há diversos relatos de usuários em redes sociais sobre os efeitos do jogo (veja este aqui!), até mesmo em questão de educação financeira, já que contávamos com um banco que tinha diversos tipos de conta com juros diferenciados, e até mesmo uma bolsa de valores. Sem contar os objetos que iam a leilão e as compras efetuadas no “Mágico Pechincheiro”, que te ensinavam, literalmente, a pechinchar.

neopets

Os usuários se encontravam em guildas, que muitas vezes tinham objetivos específicos, como compartilhar artes dos personagens do jogo ou de seus próprios neopets, ou dicas de redação para o jornalzinho do game, com troca de conhecimento entre as crianças – e até mesmo adultos que também gostavam do jogo. Outras se prestavam às finalidades mais diversas dentro do próprio site e, principalmente, a criar amizades duradouras e verdadeiras.

Um site simples que contavam com joguinhos em flash para crianças contava com todo este potencial, e renderam excelentes frutos. É realmente uma pena que a popularidade do site tenha decaído tanto e que já tenham surgido boatos sobre o fechamento ou migração completa para jogos mobile, o que, até então, não tem acontecido.

De todo o modo, é inegável que o jogo definitivamente estimulava seus usuários a desenvolverem competências diversas, mesmo com pouca idade.

Os jogos podem ser muito mais importantes do que pensamos, não é?


Texto adaptado a partir desta matéria do Nerdist.

Imagens via SunnyNeo

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