É simplesmente MUITO melhor.

Desde o primeiro episódio, a série animada do universo alternativo na Disney+ se concentra nas heroínas mal representadas do MCU – com um olhar para um universo onde Peggy Carter se torna uma super-soldado em vez de nosso próprio Capitão América, Steve Rogers. Peggy sempre foi uma das favoritas dos fãs, mas teve uma história infeliz e foi prejudicada no MCU, desde o fato do seu programa de TV ser cancelado após duas temporadas, até fazerem seu ex-namorado beijar sua sobrinha dias após seu casamento, até não conseguir ter voz nem mesmo em Ultimato – onde foi relegada ao papel de interesse amoroso ou “recompensa” pelo herói “de verdade”.

O episódio da Capitã Carter em What If…? faz dela o personagem principal de sua história, ao mesmo tempo em que reitera que ela amava Steve por quem ele era antes do soro, e ama quase todas as versões (boas) dele. No final, seu final feliz é igual ao de Steve, e isso é voltar para casa e dançar com a pessoa que amamos.

Outro destaque é Gamora, que, apesar de aparecer apenas em um episódio, recebe um papel proeminente como a contraparte de Thanos. Em vez de ser usada para que seu pai ganhasse uma pedra do infinito, foi ela quem matou o Titã Louco do seu universo. E a arma que ela usou para fazer isso? O “Infinity Crusher”, uma arma movida pela pedra da alma, também conhecida como a própria pedra pela qual ela foi assassinada na linha do tempo principal do MCU. Isso sim é reparação histórica! Esperamos ter um episódio completo dela e da versão mecha do Tony Stark na 2ª temporada da série.

Por falar em reparação, no universo do episódio Ultron Vence, Clint é quem se sacrifica por Natasha Romanoff, permitindo que ela salve o multiverso. Ultimato desvalorizou muito Natasha, a tal ponto que eles nem se deram ao trabalho de dar a ela um funeral no final do filme.

What If…? mostra Natasha como uma sobrevivente poderosa que é tão valiosa e heroica e merecedora de um final feliz quanto qualquer outro Vingador. 

A ponto do Observador quebrar suas regras e permitir que ela vá para outro universo bem a tempo de salvar sua figura paterna, Nick Fury (que, é bom lembrar, nunca vimos uma palavra sobre ter morrido em Ultimato também).

Além disso, a amizade de Natasha e Peggy é uma amizade feminina maravilhosa que abrange e salva universos, literalmente (especialmente importante porque antes do filme Viúva Negra, Natasha tinha pouquíssimas amigas).

Rachel Leishman, do The Mary Sue, também escreveu um artigo falando sobre como o episódio do Dr. Estranho em What If…? é sobre o ato de “colocar uma mulher na geladeira” ou matar uma mulher (geralmente um interesse amoroso) somente para motivar as ações de um personagem masculino – mas trabalhando isso até chegar no ponto em que ele é transformado em um vilão. Uma história semelhante é contada com Hank Pym, depois que sua filha Hope morre ao seguir os passos de sua mãe e se tornar uma agente da SHIELD. Em qualquer um dos casos, os homens em frenesi de vingança ou literalmente destruindo o universo para salvar ou vingar as mulheres que amam não são tratados como heróis, mas como os vilões que são.

Existem camadas para a caracterização diversa de What If…?

Também temos uma dicotomia interessante com Jane Foster e Capitã Marvel contra “Thor playboy filhinho de mamãe”. Embora Foster seja uma mulher inteligente, literalmente uma cientista, ela não fica imune aos encantos de Thor e, no final das contas, se apaixona por ele ainda mais rapidamente do que na linha do tempo principal do MCU. Mas a história não a trata como boba ou ingênua, e seu apelo à emoção ao ligar para a mãe de Thor acaba sendo a melhor e menos violenta solução em comparação com os socos movidos a Tesseract e bombas nucleares que Capitã Marvel e Maria Hill estavam preparadas para usar.

Enquanto isso, a personalidade fria, dura e objetiva de Capitã Marvel claramente se choca com a versão festeira de Thor. No entanto, ela ajuda a encobri-lo depois que ele corre o risco de ser pego pela mãe, mostrando seu lado mais suave e indulgente no final. Ter a combinação única de Jane e Carol contrastando uma com a outra mostra como não existe uma maneira certa de ser uma heroína.

What If…? também não teve medo de apontar como as personagens femininas podem agir de forma egoísta ou cometer erros, como como os esforços de Hope VanDyne para salvar imprudentemente sua mãe resultaram no apocalipse zumbi, ou como Natasha injetar Tony Stark com força sem consentimento poderia facilmente dar errado, ou a Rainha Ramonda sendo enganada por Killmonger da mesma forma que todo mundo.

Mostra as personagens femininas como pessoas complexas que cometem erros e precisam trabalhar para corrigi-los, assim como todo mundo.

Há também uma grande variedade de joias espalhadas pela série. Teve o Ancião chamando atenção do Dr. Estranho por sua arrogância egocêntrica, teve a revelação da Rainha Ramonda como uma ex-general das Dora Milaje e lutando para “vingar” seu filho, teve Shuri pré-adolescente sendo aquela que deu o golpe de estado em Killmonger (com a ajuda de Pepper Potts, que é a única que desconfiou de Killmonger desde o início). Teve Betty Ross, de O Incrível Hulk, sendo reconhecida, Natasha chamando o Observador na xinxa, Wanda zumbi, Nebula conseguindo um fechamento melhor com seu (anteriormente) abusivo pai adotivo Thanos, e Carina recebendo sua justiça 7 anos após sua primeira tentativa para se libertar do Coletor em Guardiões da Galáxia.

Resumindo, What If…? é uma Pedra do Infinito que nos mostra o potencial das heroínas da Marvel e suas histórias, e minha maior esperança é que a representação que vimos na série possa ser replicada nos filmes que virão, mas também, espero, continuada nas próximas temporadas.


Texto traduzido do The Mary Sue.

Leia mais sobre What If…? aqui no site!

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