Preparem-se para encrenca: a trilha sonora desta semana é puramente Tarantina. <3

Na última semana, falei sobre a incrível soundtrack de Guardiões da Galáxia e da nostalgia que as faixas criaram no novo filme da Marvel.
Já nesta semana, decidi mudar e escolhi uma trilha sonora cheia de canções clássicas, mas com muito sangue e um gostinho especial de vingança. Hoje vou falar um pouco mais sobre as relíquias da soundtrack de Kill Bill, dirigido por Quentin Tarantino. <3 O filme, lançado em 2003 e dividido em 2 volumes, possui a trilha sonora intrínseca em cada cena, característica típica e marcante dos filmes de Tarantino. O diretor é um grande fã de música e faz questão de incluir isso em seus filmes de maneira detalhada e precisa. Kill Bill começa com a doçura da voz de Nancy Sinatra como background de uma história com sede de vingança. A música “Bang Bang (my baby shot me down)” já anuncia o que virá a seguir: uma noiva que recebe uma bala na cabeça atirada do revólver do seu amor. A partir daí, percebemos que a trilha sonora de Kill Bill irá acompanhar a jornada da personagem de Beatrix Kiddo (interpretada por Uma Thurman) ao longo de todo o filme.

Tarantino possui um estilo único que é caracterizado por itens cartoonescos, misturando cultura pop com elementos Kitsch (também caracterizados como “exagerados”). O diretor assume o papel de musicologista em seus filmes e coloca uma assinatura sonora em cada cena, criando uma associação visual e musical em nosso cérebro. Prova disso são as pessoas que se referem à determinada faixa como “aquela música que toca em Kill Bill”.
A música “Don’t Let Me Be Misunderstood”, na gravação do Santa Esmeralda, é um exemplo perfeito dessa associação cerebral que Tarantino cria no público. A faixa serve como cenário para a luta entre Beatrix e O-Ren Ishii, e faz todo mundo ficar arrepiado.

Tanto a soundtrack de Kill Bill vol 1 e vol 2 contém músicas atemporais, verdadeiros clássicos que nunca envelhecem. Tarantino faz uma mistura de estilos que vai desde um trio feminino de rockabilly japonês, passando por um instrumental típico de filmes de faroeste italianos, até Jhonny Cash. A trilha sonora conta com diversas relíquias, como é o caso da banda The 5.6.7.8’s, formada por 3 japonesas nativas de Tóquio que mandam um rock de garagem INCRIVELMENTE talentoso. Ativas desde 1986, o power trio japonês fez uma aparição em Kill Bill, pouco antes do massacre dos The Crazy 88.
E já adianto: as japinhas mandam BEM BAGARAI.

Tarantino possui uma sensibilidade musical ímpar que faz TODA a diferença em seus filmes, eternizando diversas cenas graças à música escolhida para cada momento.
Outro ótimo exemplo disso é a música “Twisted Nerve”, de Bernard Herrmann (também conhecida como “a música do assobio”), usada na cena em que Elle Driver entra no hospital. Muita gente achava que a música havia sido composta para o filme, mas não: “Twisted Nerve” foi criada para um longa de suspense com o mesmo nome (e bem desconhecido), mas Tarantino ouviu e decidiu inserir a música em Kill Bill, eternizando mais um momento do filme. <3

Seja na soundtrack de Kill Bill vol 1 (com suas músicas que compõem uma deliciosa mistura americo-nipônica), ou na soudtrack do vol 2 (com faixas mais instrumentais e canções suaves com influências mexicanas e de faroeste italiano), a trilha sonora dos dois filmes é uma uma obra-prima à parte. <3 Aperte o play logo abaixo e delicie-se com essa soundtrack tarantinesca que nunca envelhece.
E até semana que vem! (:

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