JUSTIÇA PRA AMY!
O novo filme das Little Women (Mulherzinhas, em tradução para o português), releitura do romance escrito por Louisa May Alcott, tem gerado uma mistura de emoção e questionamentos se precisamos de outro remake sobre uma família branca. O elenco principal é composto por Saoirse Ronan, Emma Watson, Eliza Scanlen, Timothée Chalamet, Laura Dern, Meryl Streep e Florence Pugh.
Com o lançamento do trailer do filme da diretora de Ladybird, Greta Gerwig, devo dizer que ele me dá esperança de que um dos meus principais problemas com a versão cinematográfica mais conhecida da história, de 1994, seja de alguma forma consertado.
Veja o trailer:
O que eu espero deste filme é a justiça para uma das minhas irmãs favoritas da família March: Amy. Eu assisti Mulherzinhas recentemente, e fiquei chorando no meu sofá enquanto eu assistia todas essas mulheres se esforçarem por seus sonhos em uma época em que elas não podiam ser elas mesmas, e nisso, eu me via na Amy ao invés de na Jo, que por ser uma contadora de histórias e escritora, parecia mais o tipo de mulher que eu me espelharia, especialmente porque ela sai de casa para seguir seus sonhos. Mas Amy também faz isso e Amy, pra mim, sempre permaneceu sendo do jeito que ela sempre foi. Talvez seja porque ela é a mais nova e tinha essa liberdade, mas seja lá o que for, isso me fez relacionar mais com ela.
O que eu tirei deste trailer é que Amy March não vai ser a irmã que foi vista como uma “pirralha” ou a que sempre conseguiu o que queria. Em vez disso, ela parece uma mulher que sabia o que queria e foi atrás disso, assim como a Jo sempre fez, e eu realmente espero que esse seja o caso com essa releitura de Mulherzinhas.
Houve já algumas críticas sobre o elenco, porque é apenas mais um grupo de mulheres brancas contando a mesma história. De todos os trabalhos clássicos, Little Women tem um número alto de alterações e novos remakes, e e quase todas as vezes, é com um elenco totalmente branco – com exceção de uma recente adaptação de quadrinhos.
Eu tenho minhas esperanças, e entendo as críticas. Espero que dessa vez a Amy March não seja a irmã odiada, porque ela é honestamente uma das melhores e está apenas vivendo sua vida, do mesmo jeito que Jo March.
Texto traduzido e adaptado do TheMarySue.
Débora é musicista, professora de artes, pesquisadora de sociologia de gênero. Autoproclamada otaku-não-fedida e gamer casual. A alcunha de Liao veio de um site aleatório de geração de nomes japoneses (Liao é chinês, mas tudo bem).
