Um relato do evento Diversão Offline.

No fim de semana de 18 e 19 de junho aconteceu em São Paulo a 7ª edição do evento Diversão Offline, um evento especializado em jogos de tabuleiro e RPG.

Logo Diversão Offline

A iniciativa surgiu em 2015, com o objetivo de acompanhar o grande movimento do mercado brasileiro de jogos e entretenimento, e também com o desejo dos idealizadores de criar um ambiente atrativo, confortável e de qualidade para os fãs de jogos e apaixonados pela cultura geek.

Foi minha primeira vez frequentando o evento e estive presente nos dois dias; e como uma jogadora de jogos de tabuleiro dos mais variados, não pude deixar de escrever esse relato, em especial voltado ao público feminino.

Todas nós que somos mulheres e estamos inseridas nos espaços de jogos (sejam eles videogames, jogos de tabuleiro, RPG, etc…) sabemos que esse ainda é um espaço majoritariamente masculino. Se há uma coisa que eu jamais vou me esquecer nessa vida é da cara de completa incredulidade do vendedor que me vendeu meu primeiro deck de Magic: The Gathering quando eu disse que sim, estava comprando para mim. Felizmente, esse cenário masculino vem se modificando mais e mais: pouco a pouco mais mulheres vem se inserindo e se mostrando mais enquanto jogadoras.

Ainda temos um longuíssimo caminho a trilhar quando o assunto é tornar esse espaço seguro e acolhedor para as mulheres, mas os primeiros passos estão dados e seguiremos juntas nessa trilha.

Registro da edição de 2019 do Diversão Offline

Por isso, vim destacar minha experiência no Diversão Offline e o que pude observar (com enorme felicidade) quanto à presença feminina no universo dos jogos de tabuleiro.

O evento

Comecemos do começo: o Diversão Offline foi produzido e gerenciado pela FS Produção e Marketing, comandada por uma mulher:  Fernanda Sereno. Isso por si só já é um passo incrível para garantir um evento que sabe que nem só de jogadores homens vive o mercado.

As palestras

O evento contou com um espaço de palestras e rodas de conversa patrocinado pela FUNTASY, que contou com temas e palestrantes muito diversos, abordando questões de muita relevância quando o assunto é jogos: desde seu uso como ferramenta educativa até a maior inclusão de identidades de gênero e raciais.

Consegui acompanhar uma palestra, intitulada “A maternidade e os jogos”, conduzida por quatro mulheres e mães, e foi absolutamente incrível ver esse assunto tão relevante sendo abordado com a propriedade e a seriedade devida.

Área de protótipos

O evento contou com uma área de jogos em desenvolvimento, patrocinado pelo Catarse, e a novidade esse ano foi a curadoria da Liga Brasileira das Mulheres Tabuleiristas, uma entidade cujo objetivo é ser um centro de referência para a conexão de tabuleiristas e profissionais de todo o país.

Apesar da maioria masculina no desenvolvimento dos protótipos, alguns dos jogos também contavam com mulheres nas equipes desenvolvedoras.

RPG Indie Alley

Na área dos expositores independentes, também encontramos quadrinistas, rpgistas e artistas mulheres e seus trabalhos, como o Gibi de Menininha, (quadrinho erótico e de terror, Zarabatana Books, várias autoras), a antologia De Lilith a Joana (fantasia, editora Chá, curadoria de Stella Mendes Fischer), entre muitas outras obras.

Isso, é claro, é apenas um relato da minha experiência pessoal no evento, e nem de longe abarca todas as possibilidades e participações femininas que poderiam ser encontradas lá. É claro, ainda temos também alguns outros obstáculos a superar: como, por exemplo, a maioria masculina entre desenvolvedores de jogos e também como explicadores e monitores dos jogos disponíveis para serem jogados.

Porém, o saldo final com certeza foi muito positivo! Meu intuito foi compartilhar essa experiência que particularmente me deixou com o coração quentinho, para que outras jogadoras também sintam o que eu senti: que esse espaço é nosso também, e vamos ocupá-lo mais e mais!

Leia mais sobre jogos de tabuleiro aqui no Garotas Geeks.

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