Mais animes de música pra ver!
Continuando nossa lista sobre animes com temática de música de concerto, selecionamos neste post alguns dos mais conhecidos animes de música depois dos quatro primeiros animes citados no primeiro post. Neles você conhece mais um pouquinho sobre o universo musical e se diverte ouvindo músicas lindas de histórias emocionantes.
5 – Piano no Mori
Também conhecido como “O mundo perfeito de Kai” ou “O piano da floresta”, a história conta sobre dois garotos com dois tipos diferentes de personalidade e educação que se tornam amigos por causa de um misterioso piano abandonado no meio de uma floresta. De um lado temos o polido Amamiya Shuuhei que acabou de se mudar de Tóquio para uma pequena cidade no interior do país, filho de um pianista muito famoso e um rígido estudante de piano. De outro lado, temos Ichinose Kai, filho de uma prostituta e que só conhecia o piano rejeitado da floresta. Kai é um garoto problemático e explosivo que sempre se mete em brigas e bate-bocas, o exato oposto de Shuuhei.
Numa dessas discussões, Kai desafia Shuuhei a tocar o piano da floresta. Apesar de desencorajado pela turma com o discurso de que o tal piano era amaldiçoado e não fazia som algum, Shuuhei aceita a provocação, certo de que suas habilidades o levariam ao sucesso. No entanto… Ao chegarem à floresta, nem mesmo as habilidades refinadas de Shuuhei fizeram o piano abandonado produzir qualquer som que fosse. Mas quando Kai desliza seus dedos pelas teclas do piano, um som maravilhoso ecoa pela floresta… Fascinado, admirado e pasmo, Shuuhei acaba se deixando levar pela curiosidade e se tornando amigo de Kai. Afinal de contas, qual era o segredo do menino para conseguir fazer um piano mudo e aparentemente estragado ressoar daquela forma?
O enredo que se segue mostra como os dois se desenvolvem no piano enquanto tanto a amizade quanto a rivalidade dos dois aumentam. Enfim, a história é muito bacana pra quem curte mesmo gêneros musicais. O filme é uma forma de crítica ao mundo competitivo e estrito da música de concerto, onde a criatividade, a improvisação e a personalidade geralmente são tolhidas de florescer. Eu que amo piano, me identifiquei muito com essa referência e me apaixonei perdidamente pela música tema do filme. Me arrisco a dizer que tenho uma certa certeza de que quem gosta vai sentir o mesmo!
De todos da lista, Piano no Mori é o anime com tema fantasioso definitivamente mais fantástico. O mangá, de autoria de Makoto Isshiki, de gêneros seinein e drama, tem um traço muito peculiar e cenas que acontecem em uma floresta, desenhadas em mínimos detalhes que te deixam encantado. O filme criado a partir dele deu vida e sentimento à história, que ganhou notas reais e ainda mais admiração ao enredo, aos gráficos, à arte.
Vale muito a pena assistir, veja com carinho!
6 – Mimi wo Sumaseba
Whisper of The Heart, If You Listen Carefully ou, em português, Sussurros do Coração, não é exatamente uma animação específica sobre música clássica, mas está nesta lista por ser única no estilo desenvolvido: ela se conecta a música intrinsecamente e trabalha de forma definitivamente adorável a inspiração e o estímulo para que as pessoas sigam seus sonhos (o que é uma especialidade linda do Studio Ghibli, responsável por sua produção, mesma empresa responsável por criar filmes como “A Viagem de Chihiro”, “Ponyo”, “Princesa Mononoke” e outros tão maravilhosos quanto).
A história é sobre Tsukishima Shizuku, uma vivaz garota de 14 anos de idade que está recém descobrindo suas vontades na vida. O enredo começa durante as férias escolares de verão e mostra a maior paixão de Shizuku: ir à bibliotecas, ler livros e descobrir histórias fantásticas – o que era uma forma de driblar a mesmice de seu próprio cotidiano e o desânimo de não ter ambição ou saber o que fazer da vida.
Numa dessas idas à biblioteca, Shizuku descobre que todos os livros que ela pegava emprestado já tinham sido emprestados a um garoto chamado Amasawa Seiji. À princípio, o garoto parecia um babaca estúpido e toda vez que ela topava com ele, ela tinha crises de raiva.
Certo dia, Shizuku percebeu que, no trem onde ela estava, havia um gato estranho sentado no banco perto dela. Movida pelo desejo ardente de viver uma dessas aventuras que tanto lia nos livros, Shizuku decide seguir o gato quando sai do trem. No final do caminho, por sorte, Shizuku encontra uma loja de antiguidades misteriosa e surpreendentemente encantadora. Ao decorrer da história, Shizuku descobre que o proprietário da loja era parente do garoto leitor de antes e eles acabam se tornando bons amigos. Shizuku passa a admirar Seiji por sua precisão no queria fazer no futuro: ser um luthier (profissional especializado em construção e reparo de instrumentos musicais, geralmente instrumentos de cordas, como o violino). A loja de antiguidades, seus itens que pareciam mágicos (em especial uma estátua de um gato chamado Barão) e a amizade com Seiji são coisas que vão aos poucos impulsionando Shizuku a se descobrir e ter a inspiração que precisava para ter certeza do que gostaria de fazer.
A história é muito mais linda do que esse resumão simplório, eu não tenho condições emocionais de escrever tão bem o quanto essa obra é fascinante e singular, principalmente por ser a minha obra favorita do Studio Ghibli. Sempre me emociono muito no final. É uma história de aventura e romance, de autoconhecimento, de muitos daqueles temas que a gente passa quando está saindo da adolescência. É um filme muito honesto, muito muito fofo e tão lindo tanto no filme quanto no mangá original. Quando me sinto meio pra baixo e perdida, gosto de rever pra me animar, porque sempre funciona. Várias partes do filme retratam a música tocada ou cantada, a própria Shizuku desenvolve composições musicais, então a ligação com a música é bem íntima apesar de não ser direta.
Se vale a pena ver? MUITO! O quê está esperando pra assistir?
7 – Sora no Woto
Sora no Woto conta sobre Kanata Sorami,uma voluntária de 14 anos que decidiu se juntar ao exército no intuito de aprender a tocar corneta. Sua motivação era lembrar de que um dia ela tinha sido salva por uma mulher cornetista no passado. Quando ela se encontrava abandonada e sozinha, encontrou a inspiração para viver no som claro e dourado do trompete. Daquele dia em diante, Kanata decidiu que a música seria sua vida e isso a leva até um pelotão constituído integralmente de membros femininos, com quem ela vai pouco a pouco criando laços afetivos. Como essas mulheres do pelotão treinando-a em como ser uma cornetista e um soldado, o otimismo duradouro de Kanata acaba inspirando todo mundo a procurar a felicidade e beleza mesmo em um mundo assombrado pela guerra.
Quando você assiste Sora no Woto pela primeira vez, nem parece que o enfoque é mesmo em música. Parece um anime tentando encaixar um monte de gêneros juntos (música, fantasia, militar e vida cotidiana) num mesmo lugar meio apertadinho. Parece só mais um anime falando sobre a vida cotidiana em tempos de guerra, mas à medida que você assiste vai percebendo a linearidade da coisa e vendo que muito da história fala sobre a escassez da vida, sobre como as formas de arte foram esquecidas. O anime é cotidiano e acaba sendo muito sobre “garotas fofinhas fazendo coisas fofinhas”. Mas, novamente, à medida que você continua assistindo, a história vai tomando um ritmo mais sombrio.
Há uma grande variedade enorme de sons em Sora no Woto, mas o mais notável é a música em si. E não é tanto a música de fundo, mas a música que vem das cornetas, que é um ponto focal no início da série. Quando Kanata começa a aprender a tocar corneta, as cenas parecem meio constrangedoras e engraçadas, mas ela vai se aprimorando e no final das contas não há muito que pode expressar os sons que saem desse instrumento.
O meu interesse nas personagens secundárias do anime foi aumentando também gradativamente, porque de cara elas parecem um pouco clichês. Aos poucos cada personagem vai sendo melhor explorado e tendo mais profundidade. O anime no geral me surpreendeu positivamente em vários aspectos, o final foi ficando cada vez mais tenso e inusitado. Achei muito bacana e me diverti assistindo! Recomendo, claro.
8 – HaruChika: Haruta to Chika wa Seishun Suru
Esse anime tem sido difundido pelos fãs como se fosse uma mistura de “Hibike! Euphonium” e “Hyouka“. Muita gente acha bacana, muita gente não curte tanto. Eu faço parte das que acham bacana, principalmente por ser um tema bem inusitado de música.
A história fala sobre Chika e seu amigo de infância, Haruta. Chika acabou de entrar para o ensino médio e quer construir uma personalidade de “garota mais fofinha”. Depois de anos como jogadora de vôlei, Chika decide arranjar uma flauta e ir para o Clube de Sopro (instrumentos musicais de sopro) da escola nova, acreditando que a flauta era o instrumento mais delicado que uma garota poderia escolher.
Mas muitos dos seus planos vão por água abaixo quando ela reencontra o amigo no Clube, que conhecia sua personalidade real de garota explosiva e agressiva. Em pé de briga com Haruta, Chika quer de todo jeito desvencilhar essa ideia de seu jeito enérgico, e acaba entrando numa rivalidade com o amigo, inclusive pelo interesse amoroso!
Enquanto isso, vários mistérios vão acontecendo na escola e os ensaios no Clube vão se atrasando porque ela, Haruta e os demais membros do Clube gostavam de tentar descobrir o que estava acontecendo. Então, o enredo é basicamente alunos de música tentando treinar pra competir em concursos musicais, tentando recrutar novos membros e resolver mistérios da escola. Esses mistérios são bem inteligentes e o Haruta é tipo um novo Sherlock. A história fica divertida e engraçada várias vezes, então pra mim é bem fácil gostar desse anime. Algumas vezes ele fica bastante emocionante também, então bem vindo à montanha russa, hahaha.
Espero que vocês tenham gostado da lista! <3 Qualquer indicação além dessas também é bem vinda!
Post 1 – Melhores Animes de Música Clássica
Débora é musicista, professora de artes, pesquisadora de sociologia de gênero. Autoproclamada otaku-não-fedida e gamer casual. A alcunha de Liao veio de um site aleatório de geração de nomes japoneses (Liao é chinês, mas tudo bem).
