The Vampire Diaries melhorou muito no aspecto racial, mas demonstra misoginia neste aspecto!

Recentemente, surgiram notícias de que a CW havia cancelado vários de seus programas, incluindo Charmed, Lendas do Amanhã (Legends of Tomorrow), Batwoman e muito mais – incluindo Legacies (Legados). O cancelamento encerra mais de uma década de séries do universo de The Vampire Diaries.

Sentimos muito pelo elenco, equipe e roteiristas que viram seus trabalhos e uma camada de segurança perdidos em um fim repentino. Mas, enquanto por um lado vemos tudo isso, de outro, há a decepção pelo fato de que a franquia nunca reparou o dano que causou às personagens negras ao longo dos anos. Como exemplo rápido, podemos citar Bonnie Bennett por diversos anos sendo simbolizada, vitimizada, forçada a um papel de negro mágico, e seus romances sendo mal escritos, mesmo nos melhores momentos.

Mesmo quando outras mulheres negras apareciam no programa, seus papéis eram mínimos e quase sempre terminavam em morte. Em uma série em que a maioria dos protagonistas eram brancos, foi algo que se destacou. Em The Originals, as poucas mulheres negras no programa eram vilãs que morreram violentamente (e geralmente namoravam Elijah, mas seus verdadeiros amores, ambas as vezes, eram mulheres brancas apesar disso), e a única mulher negra mais aparente, Keelin, literalmente se casou com a mulher que a torturou.

Em termos de escrita relativamente a homens negros, Marcel foi constantemente menosprezado por sua família adotiva branca, com histórias estruturadas para mantê-lo em seu lugar. Tudo isso sem contar que eles decidiram que, apesar de todos os outros membros da família Mikaelson serem pais, tios ou irmãos, ele acabaria se casando com Rebekah, alguém que, em todos os outros contextos, desempenhava o papel de sua tia. Vincent Griffith foi o outro homem preto em The Originals, e ele basicamente interpretou o papel masculino de Bonnie, com histórias que ficavam mexendo em seu trauma, já que era constantemente sendo humilhado pelos Mikaelsons, mesmo quando ele claramente tinha razão.

Felizmente, Legados se saiu melhor em muitos aspectos. A série está cheia de homens negros proeminentes, mas as mulheres negras continuam em segundo plano. Quando elas apareceram, elas foram antagonistas (Penelope Park e Alyssa Chang).

Temos uma exceção: Cleo Sowande, que foi apresentada na terceira temporada e se tornou protagonista na quarta, o que a torna uma das duas mulheres negras personagens principais no universo de The Vampire Diaries. Isso é embaraçoso para um universo que existe há tanto tempo. Esperamos que, nesses últimos episódios, a série encontre uma maneira de criar um final que faça justiça à história de Hope.

Quanto a Julie Plec, que ainda não assumiu a responsabilidade pela escrita e histórias muito racialmente problemáticas que ela ajudou a criar, ela vai adaptar a série Vampire Academy com um elenco diversificado. Se as ações devem falar mais alto que as palavras, veremos como é esse novo legado. Mas, como mulheres negras, não vamos esquecer a misoginia.


Texto traduzido e adaptado de The Mary Sue

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