Trazer riffs fodas para as telonas é o que há!

A diferença entre um filme bom e um filme ruim muitas vezes se resume à sua trilha sonora. Embora alguns filmes se beneficiem do mínimo de design de som, é sempre bom ouvir uma música agradável para acompanhar o conto grandioso que está sendo apresentado.

Mas, em vez de juntar uma música orquestral arrebatadora por trás desses filmes, a escolha de usar o hard rock pulsante acabou se tornando popular. Em vez das cordas grandiosas usuais de uma orquestra, ouvir um solo épico de uma guitarra de rock ou um groove de um bumbo duplo realmente pode definir o tom do filme de maneira muito mais eficaz.

Nesse aspecto, a música se torna menos um adorno para o ouvinte e mais algo enraizado no mundo do filme. Ao contrário da trilha instrumental comum, essas músicas parecem ser mais interconectadas com os personagens, principalmente depois que você analisa as letras ou as ouve em seus verdadeiros contextos.

Dito isso, vamos pra lista de alguma das músicas mais legais tocadas em filmes:

10. Bad To The Bone – O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final

Usar Bad to the Bone, de George Thorogood, em um filme parece um clichê meio cansado neste momento. Você provavelmente pode ter ouvido ela em alguns filmes infantis – o que é bacana, mas que talvez não soem rebelde o suficiente pra parear com a perigosa letra da música. E é aqui que James Cameron conseguiu acertar: o segundo filme do ciborgue mais famoso do cinema foi uma aposta ótima pra Bad to the Bone: a cena da motoquinha exala perigo, o que é perfeito pra esse blues foda. Enquanto ele veste sua jaqueta de couro e sai do estacionamento, aqueles acordes de guitarra de abertura funcionam surpreendentemente bem, quase como se estivessem preparando você para coisas mais sérias chegando no horizonte.

9. Wake Up – Matrix

É difícil não ver os filmes de Matrix como uma espécie de bênção em retrospecto. Mas embora a ideia de usar toda a evolução da tecnologia na época fosse inovador na virada do milênio, uma dependência excessiva da câmera lenta e as quantidades loucas de CGI acabaram deixando todo o processo mais complicado. Então, novamente, às vezes você precisa da música certa para selar o acordo.

No final do primeiro filme, Neo sai andando pelas ruas movimentadas enquanto o som pesado ​​de Rage Against the Machine começa a tocar pouco antes dos créditos. Embora não seja muito incomum que os filmes de ação terminem em uma grande música de rock and roll, tem muito mais acontecendo aqui quando você olha para o título: Wake Up (Acorde, em tradução literal). Escrita sobre líderes corruptos tentando enganar o público, a música realmente funciona perfeitamente dentro do contexto do filme.

À medida que Neo caminha para o resto do mundo, é quase como se a música estivesse realmente fazendo você questionar a legitimidade da cena, sem saber se isso é realmente real ou outra simulação. Por mais ousada que a música possa soar no papel, quanto mais você mergulhar nela, mais vai apreciar seu lugar no final do filme.

8. Substitute – Escola de Rock

A trilha sonora de Escola de Rock de Richard Linklater é uma mina de ouro para os fãs de rock clássico. Inclui faixas de artistas de rock lendários como AC/DC, The Clash, Led Zeppelin, Cream, David Bowie e The Doors.

Como Jack Black interpreta um aspirante a roqueiro que consegue um emprego como professor substituto, é simplesmente perfeito que Substitute do The Who apareça na trilha sonora. Toca quando Dewey chega na escola e encontra Summer esperando por ele.

7. Lust For Life – Trainspotting – Sem Limites

A trilha sonora de Trainspotting se tornou um fenômeno virtual entre as pessoas dispostas a procurá-la. Se há uma música que diz tudo para esse filme, é o clássico britânico Lust For Life, de Iggy Pop.

Mas aqui é quase estranho ver essa música quando você conhece o contexto real dela. A música foi composta quando Iggy começou a mudar um pouco sua vida, tentando se livrar de algumas drogas pesadas e proclamando um desejo pela vida sem a necessidade de narcóticos. As cenas do filme, por outro lado, dizem algo completamente diferente, já que o personagem de Ewan McGregor está se transformando no epítome do viciado que o músico estava originalmente tentando evitar. Sim, existem outras músicas que parecem mais adequadas para o tema do filme, mas o groove da bateria de Lust For Life é tudo o que você poderia pedir nessa cena em específico. O efeito final é emocionante.

6. Shoot to Thrill – Os Vingadores

Muitos filmes da Marvel não tiveram medo de seguir o manual do rock clássico ao longo dos anos. Para qualquer uma das pessoas, mesmo que fãs mais casuais  do MCU, a maioria das pessoas elogia bandas como Blue Swede e The Runaways simplesmente por elas estarem inclusas nesses filmes de super-heróis. Algumas pessoas preferem colocar a trilha sonora de Guardiões da Galáxia aqui, mas foi o Homem de Ferro quem realmente começou isso lá na Fase 1. A inclusão de AC/DC na cena foi a maneira perfeita de descrever o aparecimento de Tony Stark, com o som das guitarras combinando bem com sua abordagem despreocupada de ser um super-herói.

Mesmo antes de vermos Stark na tela, o som dos vocais de Brian Johnson corta a mixagem para que você saiba que algo está por vir. Ainda que alguns momentos de rock mais fodas estivessem prestes a acontecer em outros filmes, esta foi a primeira vez no MCU que a música era tão importante quanto o que estava acontecendo na tela.

5. Supermassive Black Hole – Crepúsculo

Podem criticar tudo em Crepúsculo, menos sua trilha sonora. A franquia super popular de vampiros fez escolhas certeiras nas escolhas de suas músicas, graças a Alexandra Patsavas, que escolhia tudo a dedo, que aliás rendeu duas indicações ao Emmy. Dez anos após o lançamento de Crepúsculo, é essa trilha sonora que continua se destacando entre os fãs. O filme iniciou muitos jovens em bandas de rock com mais apelo comercial como Paramore, Linkin Park, Spotlight, Death Cab For Cutie e The Killers.

Mas Supermassive Black Hole, de Muse, era a única que daria aquele efeito dramático e tenso na cena do jogo de beisebol. Muse alcançou o público norte-americano (e além) com esta música, o que garantiu um lugar para a banda na trilha sonora dos filmes seguintes. O baixista, Chris Wolstenholme, chegou a dizer em 2010 que a banda “vendeu a alma para Crepúsculo, pois só assim conseguiram alcançar o mercado fora do Reino Unido.

4. We Are The Champions – Bohemian Rhapsody

Você realmente não vê muitas cinebiografias de rock como Bohemian Rhapsody por aí. Desde o retrato do gênio musical Ray Charles nas mãos de Jamie Foxx, em 2004, as pessoas não se importavam tanto com filmes de ícones da música nas telonas – o que parece ter mudado com Rami Malek interpretando o humor sarcástico perfeito pelo qual Freddie Mercury sempre foi conhecido. E embora muitos possam ter esperado alguma apresentação mais matadora de Queen no final do filme, o melhor momento musical teve que vir do Live Aid (concerto realizado em 13 de julho de 1985, com o objetivo de arrecadar fundos a fim de acabar com a fome na Etiópia).

Sendo um dos maiores shows da história do rock, a cena é filmada com uma precisão incrível, até o grau retrô do que estava sendo usado na época. No entanto, quando você o coloca no contexto do filme, parece muito mais satisfatório assistir. Embora o filme tome algumas liberdades ao fazer o diagnóstico de AIDS de Mercury e outros pontos, essa reescrita da história funciona muito melhor do ponto de vista da narrativa, quase como se Mercury estivesse subindo no palco com tudo para provar, para se despedir. Ver Bohemian Rhapsody tocando nos alto-falantes junto com o público gigantesco cantando foi um verdadeiro soco no estômago.

3. Immigrant Song – Thor Ragnarok

Quando a Marvel atingiu sua próxima fase de desenvolvimento, o uso de músicas com direitos autorais já vinha acontecendo há algum tempo. Depois que Guardiões da Galáxia deu o pontapé de rock clássico com as várias interações na Awesome Mix de Peter Quill, os fãs ficaram se perguntando se algum outro filme usaria a mesma técnica. Embora os filmes dos Vingadores tenham mantido a maior parte da pontuação tradicional, Thor: Ragnarok teve uma das maiores introduções para o novo e aprimorado Deus do Trovão.

Nesta terceira parte, Thor está claramente diferente do que estamos acostumados, com um roteiro muito mais engraçado do que as pessoas esperavam originalmente. Por outro lado, não economiza em momentos fodões no final, especialmente quando o Filho de Odin reúne forças para derrotar legiões de soldados mortos-vivos de Hela, enquanto a Immigrant Song, de Led Zeppelin, toca ao fundo. Pensando que a música em si é sobre mitologia, serve como a maneira ideal de Thor demolir qualquer malfeitor em seu caminho.

2. Free Bird – Kingsman

Tem um certo ritmo que vem com a criação de uma grande cena de luta. Além de ter algumas das melhores coreografias de luta à sua disposição, você também precisa ter a trilha sonora ideal para garantir que o público se importe mais com a briga massiva que está acontecendo na tela. Ou no caso de Kingsman, basta puxar do manual do Southern Rock.

Na superfície, Free Bird, de Lynyrd Skynyrd, é uma música bem mansa na sua primeira metade, sendo principalmente cantada por Ronnie Van Zandt. Uma vez que os solos de guitarra começam, a música se transforma em um dos maiores queimadores de celeiro da história do rock, com duelos de guitarra acontecendo à esquerda e à direita. Embora possa não ter parecido a escolha ideal na época, ter essa música no centro da briga de Harry no meio de uma reunião da Igreja Batista de Westboro é exatamente o que era necessário para manter o público envolvido.

1. Bell Bottoms – Em Ritmo de Fuga

Nenhum outro filme na memória recente conseguiu ter uma trilha sonora tão simbiótica como Em Ritmo de Fuga. Embora muitas das músicas possam ter sido conhecidas pelas massas antes de ver o filme, esse jeito Tarantino de inserir rock retrô na mistura faz maravilhas quando colocada contra um motorista de fuga. Embora quase todas as cenas estreladas pelo filme tenham o potencial de fazer parte desta lista, Bell Bottoms é a maneira perfeita de você ser apresentado ao mundo deste filme.

Como Jon Hamm e companhia surgem para roubar um banco no início do filme, Baby toca suas músicas enquanto dirige. Quando as coisas se complicam, a jam que acontece no final da música se estende para cobrir toda a perseguição de fuga, enquanto Baby faz as curvas em uníssono quase perfeito com a música. Em um minuto a música vai diminuir durante o caos, e no próximo você vê Baby pisando no pedal enquanto as guitarras voltam rugindo para mais.

De um segundo para o outro, este é apenas o tipo de ação pulsante que tanto o cinema quanto o rock vivem, enquanto o espectador é mantido na ponta de sua cadeira até chegarmos ao final.


Fontes: What Culture | Screenrant | Tenho Mais Discos Que Amigos

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