E surpreenda-se.

Vamos conversar sobre Samurai 7, mais uma obra inspirada no famoso filme Shichinin no Samurai (Seven Samurai) de Akira Kurosawa, lançado em 1954. Só para vocês terem uma ideia, este clássico inspirou várias adaptações, como Os Sete Magníficos (1960), Battle Beyond The Stars (1980) e até mesmo -PASMEM- o desenho Vida de Inseto (1998). Em 2004, a obra de Kurosawa ganhou sua versão em animação japonesa, pelo estúdio Gonzo. Entre os fãs brasileiros, Samurai 7 ganhou inclusive uma versão dublada, sendo exibido na televisão pelo canal Animax, em 2006.

Da mesma forma, o clássico dos cinemas foi transformado em mangá, produzido por Mizutaka Suhou, recontando a história do Japão antigo num mundo futurístico repleto de samurais e ciborgues gigantes. Recentemente, a obra passou a fazer parte do catálogo da editora JBC e já está à venda por aí xD

Vem com a gente conferir esta releitura!

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Imagens: divulgação da JBC

História

A trama ainda se passa no Japão antigo, mas com alta tecnologia, o que acaba contrastando com o cenário rural da época. Até mesmo os samurais usam armas modernas para sobreviver à guerra contra misteriosas máquinas que estão destruindo o país.

A história começa quando os agricultores de um vilarejo decidem contratar sete samurais para impedir que gigantescos ciborgues sigam pilhando o arroz que cultivam (conhece Hopper, o gafanhoto de Vida de Inseto?). E é exatamente esse mesmo arroz que servirá como uma “moeda” para Kirara, a sacerdotisa, contratar o grupo de guerreiros para defendê-los.

Inicialmente, Katsuhiro acha que pode dar conta do recado, mas então percebe que apesar de sempre se considerar um samurai, jamais enfrentou uma batalha, ainda mais em patamar nacional! Então, eles acabam topando com o samurai Kambei Shimada (ESTE SIM, UM SAMURAI REAL), que, embora relutante no começo, resolve ajudar na missão de juntar samurais para defender a vila.

 

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Arte

Particularmente, achei a arte muito boa para um mangá que retrata, ao menos em boa parte, lutas. No geral, os cenários são cheios de detalhes, especialmente quando a história se passa na cidade. O mangaká usou também de um recurso bem interessante para dar foco nos golpes, usando linhas orientadas na mesma direção ao fundo, chamando a atenção para os personagens. Por diversas vezes me vi presa às imagens (até mais do que nos diálogos!)

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Vale a pena?

Sim, sim e sim! Não só pelo fato de ser inspirado na famosa história de Akira Kurosawa, mas pela releitura que ele proporciona. É muito bacana esse dualismo entre o Japão rural e o mundo super tecnológico, a pobreza e a modernidade. As disparidades são mostradas de maneira bem realista. Também se discute bastante sobre o que é ser um samurai, já que Katsuhiro sempre se considerou um deles, mas jamais tinha se envolvido em uma luta de verdade. Afinal, o que é preciso para ser um samurai? O que é preciso para salvar a vila e defender algo tão simplório e ao mesmo tempo tão importante como o arroz?

São muitos questionamentos e todos eles são respondidos nos únicos dois volumes desta história linda!

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