Ótima série pra ver em família na quarentena!

Para alguns que cresceram nos anos 90, a franquia de livros O Clube das Babás, da escritora Ann M. Martin, fez parte de nossas infâncias. Pra quem ainda não conhece a história, os livros contam sobre um grupo de amigas:

Kristy, Mary Anne, Claudia e Stacey. As quatro também são membros fundadoras do Clube de Babás. O que quer que surja – crianças mal-humoradas, cães enormes, vizinhos assustadores, trotes – o Clube de Babás está lá para salvar o dia. Cuidar de um bebê nem sempre é fácil, nem lidar com pais rigorosos, novas famílias, emergências da moda e segredos misteriosos. Mas não importa o quê, o Clube tem o que mais precisa: amizade.

Os fãs dos livros esperaram por décadas até que surgisse uma boa adaptação. Até teve um filme de 1995 que tentou adaptar a história mas falhou miseravelmente. Os fãs então perderam a fé de que fosse possível para uma série ou filme capturar a essência do que a obra realmente representava.

A adaptação da Netflix, criada por Rachel Shukert, e estrelada por um maravilhoso elenco de jovens atrizes, finalmente fez isso acontecer. Abaixo vocês conferem o trailer:

A adaptação se passa nos dias atuais (ou em uma versão pré-covid), ainda que pareça atemporal. Sim, temos telefones celulares e outros lembretes que não é uma adaptação de época, mas o clube ainda mantém elementos marcantes dos livros como as personagens sentadas ao redor de um telefone fixo (comprado pela internet) e flyers espalhados pelas ruas (uma forma primitiva de propaganda).

Imagem: Kailey Schwerman/Netflix

Em um período que reboots de materiais para jovens adultos parece ser uma tendência, O Clube das Babás não tenta se afastar do material original, e talvez por isso seja tão bom. Todas as pessoas envolvidas parecem ter um grande carinho e respeito pela obra de Ann M. Martin, levando linhas de história inteiras para as telinhas e mantendo pequenos detalhes, como o nome das crianças que recebem cuidados, de maneira idêntica aos livros.

Imagem: Liane Hentscher/Netflix

O que não quer dizer que não haja modernização. Essas escolhas servem apenas para manter o espírito da obra original, pegando as personagens que amamos e fazemos que elas sejam ainda mais elas mesmas. A natureza obstinada de Kristy acaba levando-a a ter embates feministas. A persona de “garota da California” de Dawn nos livros se manifesta nos cabelos loiros, penteado e defesa vocal do vegetarianismo. Sua modernização a transforma em uma ativista latina que utiliza várias expressões como “estratificação econômica”. A empatia ilimitada de Mary-Anne a transforma na babá perfeita para uma jovem criança transgênero. A diversidade finalmente chegou a Stonybrook e a cidade fictícia se tornou muito melhor dessa forma.

A forma mais substancial que a série presta homenagens à obra original é com as diferentes formas com que celebra a ternura.

Imagem: Kailey Schwerman/Netflix

Essas garotas apresentavam (e apresentam, na adaptação) alguns traços dramáticos de pré-adolescentes. Elas brigam entre si e discutem com seus pais. Mas ao final de cada livro/episódio, elas não apenas resolveram esses problemas, como também cresceram ao ter que lidar com eles. Elas existem para serem carinhosas umas com as outras, e aprendem a ser mais carinhosas consigo mesmas. Até mesmo a ideia central do seu clube ostensivamente capitalista é muito mais sobre prover amor e apoio às famílias do que fazer dinheiro.

Ainda que a série pareça ser mais direcionada para crianças, ela não faz distinção e pode agradar até mesmo aqueles que nunca leram os livros.

A série abraça seu público mais velho sem mergulhar no cinismo, enquanto mantém uma vibe gostosinha e quentinha sem virar aquelas histórias doces demais. E isso não só é uma conquista, mas também algo que muitos de nós precisávamos no momento.


Fonte: TheMarySue

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