Avatar é uma animação maravilhosa com muitas lições importantes pra levar pra vida! 

Em 2005, um desenho animado voltado para crianças estreou na Nickelodeon e introduziu uma nova geração a tudo, da fantasia à mitologia oriental, até a maior história de redenção na ficção moderna. Avatar: A Lenda de Aang pode ter sido feito para um público jovem, mas nunca teve medo de explorar temas sombrios e desafiadores como imperialismo e guerra. Dezesseis anos depois, o que torna a animação tão especial é a frequência com que ousou olhar direto para momentos difíceis e desespero, tudo com um otimismo implacável e fé na esperança.

Desde o início, a animação nos apresentou a um mundo mergulhado na guerra. Durante a sequência de abertura, Katara narra como sua avó costumava contar suas histórias de uma época muito distante, quando o mundo estava em paz. Ela diz que “tudo mudou quando a Nação do Fogo atacou”, e que a maioria das pessoas perdeu a esperança pelo retorno do Avatar.

A sensação de condenação em Avatar tem uma semelhança com a da Terra-média de Tolkien. Não importa quantas vezes ele negue a influência da Primeira Guerra Mundial em sua narrativa, não há dúvida de que o mundo de O Senhor dos Anéis está à beira da destruição, refletindo o contexto da vida real em que os livros foram escritos. Os elfos abandonam o mundo. Florestas queimam. E a nobre raça dos homens tornou-se corrompida e sem esperança. Da mesma forma, Avatar estreou apenas dois anos após o início da Guerra do Iraque e o público se acostumou com a conversa constante sobre guerra e morte.

Assim, os criadores Michael Dante DiMartino e Bryan Konietzko entenderam a importância da esperança e decidiram transformar em heróis aqueles normalmente vistos como indefesos e ingênuos, porque é exatamente a compaixão deles que salva o dia. Não que seja fácil. Para um desenho feito para o público infantil, os personagens enfrentaram perdas muito marcantes. Um ótimo exemplo é o momento em que Aang percebe que a Nação do Fogo cometeu genocídio para levar toda a sua nação à extinção.

Ao longo dos episódios, vemos o efeito que a guerra tem sobre os oprimidos e vemos também crianças órfãs, feitas prisioneiras ou mesmo mortas. No episódio 6, encontramos uma aldeia inteira de crianças guerreiras tentando expulsar os invasores de suas casas. Na terceira temporada, velhos aliados e amigos voltam para um último grande plano que quase garantia trazer paz para o mundo, mas só para que tudo desse errado. É um momento de total fracasso e desespero. No entanto, Avatar sempre encontra uma fresta de esperança e, neste momento, nossos heróis ganham seu maior aliado: Zuko.

Dá pra notar que a animação é fortemente influenciada por animes do estilo shonen, sobretudo por conta das histórias de crianças ganhando superpoderes por meio da perseverança e da amizade. Na verdade, cada personagem principal acaba dominando uma habilidade diferente, desde o estado Avatar até dobra de metal. Mas é a empatia e a compaixão que acabam sendo os superpoderes mais fortes. Aang derrota o Senhor do Fogo não através da morte, mas mostrando compaixão. O ciclo de ódio e violência dos 100 anos anteriores não terminou com uma batalha massiva, mas com a decisão de Zuko de se juntar ao time Avatar e ser uma pessoa melhor. Na verdade, todo vilão tem a chance de se redimir. De Mai e Ty Lee, para Jet se sacrificando para salvar Aang. Os únicos vilões que permanecem verdadeiramente maus são aqueles que rejeitam a empatia por suas vítimas, como Azula e Zhao.

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Assim, mesmo em seus momentos mais sombrios, Avatar sempre mostrou o potencial da luz para derrotar a escuridão. No início da terceira temporada, Aang se infiltra em uma escola da Nação do Fogo e ajuda as crianças a desafiar o autoritarismo e o imperialismo com o simples ato de dançar. No final da série, Iroh queima a bandeira da Nação do Fogo pendurada nos portões do Palácio Real em Ba Sing Se para revelar a insígnia do Reino da Terra abaixo dela. Então, momentos depois, vemos crianças brincando alegremente ao redor de uma pilha de tanques abandonados da Nação do Fogo. Esses momentos podem não ser sutis, mas mostram perfeitamente o otimismo que está sempre presente em Avatar.

Dezesseis anos depois, a série ainda tem algo a nos ensinar sobre como enfrentar nossos momentos mais sombrios.

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Ou seja: Avatar é ou não é uma das melhores animações que existem? A gente vota sim!


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Texto traduzido e adaptado de Nerdist.

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