O desenho aborda mais questões do que você imagina!

O desenho As Meninas Superpoderosas com certeza fez parte da vida de muitos de nós. Para além da diversão, das músicas, das trapalhadas do Sr. Prefeito, da curiosidade de conhecer o rosto da Srta. Belo e das loucuras do Macaco Louco, o desenho busca também trazer maior visibilidade e representação à comunidade LGBTQ.

Inicialmente, você deve se lembrar de um icônico vilão: ELE.

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Ele é um vilão que tem um único objetivo: acabar com As Meninas Superpoderosas. A aparência é bem sugestiva: ele é o próprio diabo, sua pele é avermelhada, tem garras e orelhas pontudas. Até aí, nada de novo sob o sol.

Porém, você agora deve estar se lembrando da vozinha dele, ÚNICA E SUPER RECONHECÍVEL! Apesar de ser um personagem do gênero masculino (inclusive, seu nome é “Ele”), o personagem possui a voz ambiguamente andrógena. No geral, ele usa sua voz mais aguda, mas às vezes, usa de sua voz mais grave. Mas é inegável que o personagem possui um jeito mais afeminado, lembrando, ainda, que ele usa uma saia de balé e maquiagem. Mate a saudade de algumas falas xD:

Já em sua primeira aparição no desenho, Ele foi polemizado, principalmente quanto à orientação sexual. Existe um episódio em que Ele demonstra afeto por Fuzzy Confusão, aquele personagem bravo, caipira, que usa uma espingarda e fica gritando “SAIAM DA MINHA PROPRIEDADE”. Surgiu, inclusive, um boato de que os dois personagens estariam apaixonados, porém o criador do desenho não confirmou nada, considerando, ainda, que o desenho foi lançado em 1999 e que o personagem já tinha uma visão um tanto quanto negativa por ser um diabo. Com uma sociedade religiosa como era à época, talvez o fato não tivesse sido confirmado por medo de eventual cancelamento ou perda de audiência: diabo e homossexual? A sociedade patriarcal e religiosa PIRA!!!

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De certa forma, o personagem serviu como ícone para a comunidade LGBTQ, havendo, inclusive, cosplays diversos do personagem.

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Aliás, Ele, junto com o Macaco Louco, eram os dois pais dos Meninos Desordeiros (Durão, Fortão e Explosão) e eles não viam o MENOR problema nisso. (Lembrando que ELE foi quem “ressuscitou” os três meninos). ~ pai e mãe é quem cria, baby ~.

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Não paramos por aí!

No ano passado, depois de muitos anos, finalmente o desenho voltou ao ar e trouxe uma discussão importantíssima quanto aos transexuais, usando de exemplo um pônei.

Lindinha encontra um pônei que usava um chifre falso na cabeça, porque ele queria ser um unicórnio. O animal, chamado Donny, tem uma fala maravilhosa durante o desenho, que explica de forma bem simples para as crianças o que é nascer em um corpo com o qual você não se identifica:

Eu posso não ter um chifre, mas eu tenho um coração. E no meu coração eu sei que eu sou um lindo unicórnio!

Lindinha, então, convence o professor Utônio (achei a vida toda que era Antonio) a ajudá-lo. Depois de uma série de procedimentos (e muitos deles deram errado, porque o professor sempre foi bem atrapalhado), surge a Brigada de Coalização e Aliança dos Unicórnios, que faz Donny descobrir que sempre foi um unicórnio.

Confira (em inglês):

E o melhor  de tudo: o episódio termina com aquele coração clássico, porém com as cores da bandeira do orgulho trans. o/

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O produtor executivo do desenho animado falou sobre o questionamento feito no episódio: O que você é por dentro? O que você é por fora? Como as pessoas te enxergam? E principalmente: você é o que você sente, não importa o que os outros ditem.

Pois é… As Meninas Superpoderosas mostram que não é TÃO DIFÍCIL COMO DIZEM falar sobre questões de gênero com C R I A N Ç A S.

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