Seres que não são plantas nem animais, estão vivos e ao mesmo tempo não estão. Você conhece os Mushi?
Quer parar um tempinho aí, distrair a cabeça de qualquer coisa acelerada, divagar um pouco sobre temas mais zen? Vamos falar de Mushishi.
O mundo de Mushishi pode parece meio complicado de se entender a primeiro momento, mas o plot mesmo, o enredo, é muito simples. Em Mushishi vamos conhecer algo chamado de Mushi. O que é um mushi? Essas criaturas habitam o mundo do homem em um “plano paralelo”, podemos dizer em um mundo mais além. Eles não são plantas, não são animais, não são vivos, mas são todos esses ao mesmo tempo. Confuso, eu sei. Podemos entender esses “seres” como eventos, entidades/acontecimentos sobrenaturais ou algo assim, por mais que eles não seja isso é a maneira mais fácil de tentar compreende-los enquanto nos acostumamos com seu conceito.
Mushi e o homem convivem desde a origem do mundo, mas somente alguns poucos humanos especiais podem enxerga-los, assim como um grupo reduzido tem conhecimento de sua existência. Ginko é uma dessas pessoas. Ele é um mushishi, uma pessoa que trabalha estudando e lidando com mushi.
Por mais que mushi sejam seres de outro plano, eles afetam os humanos, a natureza e o ambiente de alguma forma. Eles podem ter várias formas e aparências específicas, assim como afetar e influenciar em muitas coisas. Existem vários tipos de mushi, o que eu me divirto chamando de “espécies” por que é mais ou menos isso o que parece. Alguns parecem microrganismos e podem afetar a saúde das pessoas, ou assumir forma naturais como um lago, uma árvore ou uma montanha e isso afetar a região. Alguns têm uma aparência singular que lembra algum animal ou inseto, ou algum elemento como água, fogo, nuvem e por ai vai. O negócio é que: cada um deles tem um comportamento e isso muitas vezes afeta as pessoas que estão por ai, isso podendo ser algo bom ou não – geralmente não é :p
Em uma época do Japão que parece ser meio feudal, Ginko anda de vilarejo em vilarejo estudando e resolvendo ‘casos’ envolvendo mushi. Ele é uma espécie de andarilho e é o único ponto e personagem em comum durante toda a história – ele e os mushi no caso – digo isso por que cada episódio/capítulo tem um conto que começa e termina em si mesmo. Você não precisa seguir necessariamente a ordem dos episódios para seguir alguma narração ou sequência pois cada epi/capítulo é totalmente independente um do outro. Ginko é a única constante em toda a obra, seu envolvimento com os mushi e um ou outro mushishi amigo ou conhecido de Ginko que aparece vez ou outra na série.
Mushishi tem o mangá com 50 capítulos e duas temporadas de anime, com a segunda (Mushishi Zoku Shou) tendo terminado ainda no ano passado.
Li grande parte do mangá, assisti uma parte do anime e posso dizer que é um anime bastante singular. Fora o detalhe de que cada episódio é um conto, ou uma história independente, enquanto acompanhamos Ginko em seus casos acabamos nos deparando com várias questões filosóficas da vida. É aquele tipo de obra muuuuito tranquila que te faz ficar pensando sobre algum significado mais profundo que aquele conto te quis passar. Não temos qualquer espécie de agitação, situação de aventura, reviravolta drástica ou momento de luta que costumamos ver em animes. Para os fans de shounen e timing frenético, Mushishi é exatamente o oposto dessa definição. É super calmo e pausado, a música do anime é algo que casa perfeitamente com o enredo nesses aspecto. A trilha sonora é belissima e bem executada nos momentos certos, com aquela cara bem tipica de japão feudal. E os cenários são de cair o queixo! Só de olhar os lugares pelo qual Ginko passa em suas andanças já valem a pena para seguir a série.
Mushishi é uma obra que nos faz refletir. Ginko vai resolvendo os casos de mushi que encontra, como uma espécie de médico especialista no assunto, e muitas vezes como as pessoas acabam sendo afetadas de muitas formas pelos mushi, são levantados ponto densos que fazer os espectador pensar. Do próprio Ginko não se sabe muito, a historia dele vai sendo contada pouco a pouco no decorrer da obra até entendermos quem é mesmo esse andarilho. Por mais que não saibamos muito sobre esse homem acabamos criando afinidade por ele, mesmo com seu jeitão bem casual sendo gritante, vemos como ele é uma pessoa sábia e que entende muito bem de seu oficio.
Mesmo ainda não tendo concluído a obra digo que mushis me cativaram com sua natureza peculiar. É divertido ver o comportamento de cada um deles e ver o que causam no mundo, assim como ver Ginko tendo que lidar com cada caso. Mushis são seres estranhos mas muito interessantes. Isso, mais o fato de que durante cada episodio vemos casos intrigantes, reveladores, tanto tristes quanto felizes de cada uma das pessoas afetadas pelos mushi, é um anime que nos faz refletir sobre o mundo como ele é mas principalmente sobre a essência da vida.
Onde assistir?
No Crunchyroll! Eles tem a primeira temporada completa!
Chilena em território brasileiro desde pirralha, amante de mangás, livros, filmes, séries, músicas e tudo o que tiver uma boa história no meio. Viciada em sushi, amante de gatos, finge ser ilustradora, formada em Artes Visuais/Design mas caçadora de freelas. Criadora e dona do canal no youtube MangaMii. Não se leva a sério. Pra Nada.
