A nova série da DC tem tudo para ser um paraíso mesmo.

James Gunn anunciou o reinicio das produções audiovisual da DC, já revelando os 10 próximos projetos da empresa, incluindo a série Paradise Lost. A breve descrição da produção é que a história se passará na ilha Themyscira antes do nascimento da Mulher-Maravilha.

A série terá uma pegada Game of Thrones para explorar “as intrigas políticas por trás de uma sociedade formada só por mulheres”, assim como revelar as origens da ilha e as “lindas e horríveis verdades por trás de sua criação”.

Pensar que teremos uma série focada nas guerreiras que ensinaram tudo que Diana sabe, comandando a ilha paraíso, com intrigas políticas e com certeza muitas cenas de luta, empolgam qualquer mulher fã de quadrinhos e cultura pop. Ainda mais se formos incluir relacionamentos sáficos entre as amazonas, trazendo ainda mais representatividade e visibilidade. Mas ao mesmo tempo tudo isso pode ser um tiro saindo pela culatra resultando na pior série possível.

Começando com o básico: os figurinos. Não podemos esquecer do desastre que foi o visual das amazonas quando apareceram no filme de Zack Snyder, praticamente seminuas com micro armaduras indo para batalha. Além de desrespeitoso, para dizer o mínimo, é um absurdo colocar qualquer guerreiro sem proteção para lutar. Começamos com o primeiro problema que a série pode ter de sexualizar suas personagens.

Com certeza não teremos apenas personagens femininas na trama, então podemos ver um segundo possível problema: os homens salvarem o dia e elas precisarem ser salvas por eles. É um dos maiores clichês das histórias a donzela em perigo, seja em fraqueza física ou intelectual. Nesse caso é inadmissível qualquer uma acontecer, mas infelizmente sabemos que nessa indústria tudo é possível e um homem fortão sempre chega para salvar o dia.

Além da sexualização das personagens, corremos outro risco: a fetichização de relacionamentos entre mulheres. Isso com certeza será mostrado na série, afinal de contas é uma ilha sem homens e a própria Mulher-Maravilha é um ícone bissexual da cultura pop. O problema aqui é explorarem isso de uma forma machista e fetichista, para deixar a audiência masculina satisfeita em ver duas mulheres juntas.

Por isso é de extrema importância ter mulheres e pessoas de outras minorias em todas as etapas de produção da série, não apenas na frente das câmeras (já que isso obviamente vai acontecer). Desde a sala de roteiristas, figurino e maquiagem, direção, direção de fotografia e até mesmo na produção e produção executiva. Essa não é uma produção de homens para homens, não é o momento deles de brilharem.

Paradise Lost tem tudo para ser incrível e trazer uma história maravilhosa e com visuais de tirar o fôlego. Mas é preciso muito cuidado e atenção, e claramente, não se importar com o que os “haters vão dizer, porque já pode anotar aí que vai ter muito homem chorando se a série não for feita para eles, se é que me entendem.

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