Estamos prontas.

Bob Esponja é um dos maiores shows de todos os tempos, sem dúvida. O programa é hilário e não tem medo de fazer piadas que passam pela cabeça de seus espectadores mais jovens. Cada episódio do clássico Bob Esponja é bom (e quando digo clássico quero dizer temporadas 1 a 3), e escalando as temporadas, se tornou um sucesso. Apesar disso, temos que montar uma lista dos MELHORES episódios para dar risada. Perdoem-nos se erramos ou se faltar algum, mas esses episódios são as estrelas mais brilhantes da constelação do Bob Esponja, segundo o critério “altamente científico”: risadas.

Vocês estão prontas crianças?

Vídeo de treinamento do Siri Cascudo (T3 E10)

Bob esponja

Este episódio causou muita comoção quando foi lançado, e por boas razões, já que ele é um dos primeiros a mudar a forma dos episódios padrão. Um episódio padrão de Bob Esponja é assim: Bob Esponja e Patrick têm uma ideia absurda, para grande desgosto de Lula Molusco e todos os outros na Fenda do Bikini. Eles levam a ideia à sua conclusão mais absurda e geralmente causam uma catástrofe bem-humorada para todos os envolvidos. Este episódio não faz nada disso. Em vez disso, traz um pouco do mundo real, como muitos dos melhores episódios de Bob Esponja fazem. E, neste episódios, eles abordam simplesmente a coisa mais chata que se possa imaginar: um vídeo de treinamento profissional. Não há nada menos emocionante, menos divertido e mais assustador do que um vídeo instrutivo corporativo. Eles são desajeitados, inúteis e muitas vezes mal produzidos. Os criadores do programa entenderam isso e viram a oportunidade de paródia. Mergulhamos profundamente na história do Sr. Siriguejo (afinal, ele era um veterano de guerra), vemos Lula Molusco dormindo enquanto finge que está no banheiro (“nenhum empregado quer ser um Lula Molusco”). O episódio rola naquele estilo de episódio antigo da Disney que costumava ser estrelado pelo Pateta, do tipo “como aprender a nadar”. Pessoalmente, acho que o melhor momento do episódio é a música boca à capela sem fôlego que o narrador canta para enfatizar uma cena dolorosamente lenta de um hambúrguer de siri (aos 21 minutos do episódio). Clássico.

Cidade de Lula (T2 E6)

Quando eu era criança, achava que Lula Molusco era um chato. No entanto, à medida que envelheci, passei a simpatizar cada vez mais com esse chato. Lula Molusco é um personagem brilhante porque ele é o reflexo de um adulto na Fenda do Bikini, enquanto Bob Esponja e Patrick, com ideias criativamente estúpidas, confundem todos ao seu redor e acabam se passando por crianças. As crianças fazem isso todos os dias, dizem “as coisas mais loucas” e ninguém parece saber de onde tiraram a ideia. Aliás, as crianças são como esponjas (uau), elas sugam uma quantidade alarmante de informações e as espremem em todo o mundo, muitas vezes criando uma bagunça. Ser adulto é difícil, e as atitudes despreocupadas das crianças às vezes podem incomodar até mesmo o mais paciente dos adultos. Lula Molusco, enquanto isso, não tem paciência nenhuma. Ele trabalha em um lugar com um chefe horrível em uma pequena cidade. Ele leva a arte tão a sério que isso o torna péssimo. Embora o ditado “ninguém quer ser um Lula Molusco” possa ser verdade, de vez em quando é fácil ficar insatisfeito ou entediado com a vida. Quase nunca conseguimos o que queremos ou somos recompensados pelo nosso trabalho. Nem sempre nos sentimos compreendidos por amigos, pais ou entes queridos. A amargura e o cinismo são armadilhas fáceis para todos, porque um ponto de vista pessimista é muitas vezes racionalizado como “realista” ou “maduro”. É difícil manter a criança interior, e Lula Molusco quase a perdeu completamente. Digo quase, porque este é um dos raros episódios em que ele o encontra depois de uma ocorrência ainda mais rara: Lula Molusco consegue tudo o que quer.

Ele se muda para uma cidade com pessoas que se parecem e agem como ele. Todo mundo quer fazer “coisas de adulto”, como tocar clarinete. É o paraíso por um tempo. Então a rotina cansa. O paraíso do Lula Molusco se transforma em uma prisão. Então, o que Lula Molusco faz? Algo que ele nunca pensou que faria: ele brinca com um soprador de recifes. Ele suga os olhos e o nariz das pessoas. Ele tira sarro de seus vizinhos chatos. Ele se rebela contra a autoridade. Ele volta a ser criança. Quando Bob Esponja e Patrick descobrem veem uma lula usando seu soprador de recifes para voar no horizonte no final do episódio, eles comentam que de todas as pessoas com aparência de Lula Molusco que viram naquele dia, o Lula Molusco real “com certeza não é aquele cara”. Lula Molusco percebe que alegria, variedade e diversão são as verdadeiras razões para viver a vida. Uma lição que nós, espectadores, precisamos ser lembrados às vezes. Momento mais memorável? Patrick pergunta a um hidrante: “É você, Lula Molusco?” e depois de um breve silêncio, Patrick responde, timidamente, “tudo bem, não se apresse”.

Caixa Idiota (T3 E4)

bob esponja

De todas as ideias malucas de Bob Esponja e Patrick, esta pode ser a melhor. Bob Esponja pede uma enorme TV e joga ela fora, apenas para poder brincar com a caixa de papelão igualmente enorme que veio. Eles se divertem com “imaginação” por horas a fio. Lula Molusco rejeita a ideia no início, mas rapidamente se distrai de sua TV pelos efeitos sonoros estranhamente realistas vindos da caixa. Usando sua imaginação, Bob Esponja e Patrick lutam com ciborgues, assistem fogos de artifício explodirem no céu e são pegos em um terrível acidente de montanhismo que os obriga a amputar suas pernas e braços com serras. Estou incluindo o episódio nesta lista porque me lembra muito da minha infância, e espero que a sua também. Um dia perfeito era construir um forte com uma caixa de geladeira velha, ou encontrar um galho do tamanho de uma espada no quintal. Diversão não custa nada para uma criança. Nós, como adultos, gastamos muito dinheiro e tempo em busca de diversão. Bebidas. Ingressos de show. Mais bebidas. Nós nos enganamos pensando que diversão custa dinheiro – quando diversão pode ser apenas um dia no parque com a pessoa certa. Este episódio de Bob Esponja nos lembra desse fato da maneira mais encantadoramente infantil possível. Momento mais legal? As caras do Lula Molusco quando ouve falar de amputar membros.

Doidos pela banda (T2 E15)

O rico e bem-sucedido rival de Lula Molusco, Squilliam, está vindo para a cidade e, após uma discussão, Lula Molusco diz para Squilliam que ele vai surpreendê-lo com o poder musical de sua banda. O único problema? Lula Molusco não tem uma banda. Ele, então, pede a ajuda dos habitantes da Fenda do Bikini. Mas ninguém sabe como tocar um instrumento, e logo uma briga começa depois que um peixe azul rabugento cita as garras do Sr. Siriguejo como a razão pela qual a banda soa mal. Patrick é enfiado dentro de um trombone depois de tomar a decisão de chutar Sandy na canela, e Lula Molusco sai do projeto em uma raiva desesperada. Depois que ele sai, Bob Esponja faz um discurso para a multidão e os convence a dar uma última chance.

No show do intervalo do estádio The Bubble Bowl, Bob Esponja e toda a cidade tomam seus lugares no palco. Um Lula Molusco assustado com o palco é agradavelmente surpreendido por uma introdução musical da seção de metais da Fenda do Bikini, e então um Plankton começa piano da forma mais arrepiante que meus ouvidos de 10 anos já ouviram. Um holofote ilumina o centro do palco de Bob Esponja se lança em uma versão de tenor rock em uma balada pouco conhecida dos anos 90 chamada “Sweet Victory”. O resultado não é apenas engraçado, é de cair o queixo. Um Patrick de cavanhaque se transforma em um lendário preenchimento de bateria. A senhora Puff e o Sr. Siriguejo também atuam de forma memorável. A plateia do estádio se abraça e acena com seus isqueiros. E Squilliam? Ele fica tão chocado com a virada inesperada que tem um ataque cardíaco e precisa ser carregado em uma maca. A melhor parte do episódio? O olhar de alegria no rosto de Lula Molusco.

É um momento raro, talvez o único momento em toda a série em que Lula Molusco vence. Verdadeiramente, inequivocamente ganha. Ele dá adeus a Squilliam e salta no ar. A cena final do episódio mostra sua doce vitória em um alegre quadro congelado no ar e, em seguida, desaparece lentamente à medida que a música continua a tocar. É comovente. É glorioso. Isso traz uma lágrima ao meu olho. Todo mundo merece uma vitória às vezes, até Lula Molusco, e sua vitória foi merecida.

Boca de marinheiro (T2 E18)

bob esponja

Levaria 10 posts como esse para desvendar o verdadeiro brilho do humor atemporal de Bob Esponja, mas este episódio de *barulho de golfinho*, eu acredito, é o melhor episódio de Bob Esponja que existe. O que acontece? Estou prestes a *barulho de golfinho* te contar.

Bob Esponja está tirando o lixo uma noite, no Siri Cascudo, quando encontra uma frase curiosa grafitada na lateral da lixeira: “Sirigueijo é um ***”. Embora a palavra não seja mostrada, está fortemente implícito ser um palavrão, provavelmente “fuck”, “foda”, no mau sentido. Quando Bob Esponja lê a palavra em voz alta, o áudio é censurado com um som de golfinho. Bob Esponja não sabe o que a palavra significa. Patrick, entretanto, tem uma vaga ideia. Ele chama a palavra de “realçador de sentença”, uma palavra que tem como único objetivo adicionar um pouco de sabor a uma frase antiga e chata e criar um “uma sentença de sanduíche temperado”. Então Bob Esponja e Patrick começam a dizer isso, todo o tempo.

No dia seguinte no trabalho, Bob Esponja diz a frase “atenção fregueses, o especial de hoje é uma hambúrguer de siri *barulho de golfinho*, servido com um molho gorduroso *barulho de golfinho* e grelhado *barulho de golfinho* até a perfeição” no alto-falante do Siri Cascudo, para grande horror dos clientes. Acho que poderíamos traduzir como “atenção fregueses, o especial de hoje é um hambúrguer de siri foda, servido com um molho gorduroso foda e grelhado fodasticamente até a perfeição”. Isso leva a frases lendárias dos clientes como: “Eu pensei que isso era um restaurante, não uma convenção de bocas de esgoto” e “Eu não tô entendendo nada, o cara tem talento! Não precisa sair da linha!”.

Nesse episódio, descobriram uma maneira de seus personagens usarem realisticamente a palavra “foda” em um programa de TV infantil. É *barulho de golfinho* inovador. Nenhum outro programa de TV infantil da época chegou perto desse nível de inovação cômica. Nem Rugrats – Os Anjinhos, nem Padrinhos Mágicos ou O Laboratório de Dexter. Ninguém. Não é apenas engraçado, é uma conquista cômica impressionante, e acredito que consolida Bob Esponja como um dos maiores programas de TV de todos os tempos. Momento mais citável? “Ei Patrick, como está o *barulho do golfinho*?” “Muito *barulho de golfinho* Bob Esponja”.

Muito *barulho de golfinho*, certo?


Texto traduzido e adaptado de The Mary Sue.

Curtiu? Então leia também: Os melhores episódios de todos os tempos de Bob Esponja Calça Quadrada

Compartilhe: