Casal PERFEITO! Do jeitinho que é.

Hora de Aventura, do Cartoon Network, já pode ser considerado uma das obras clássicas da animação ocidental. A série é incrivelmente brilhante, divertida e emocionalmente complexa. E a sua sequência no especial Terras Distantes apresenta novas histórias com os personagens que amamos.

O mais novo capítulo dessa história, Obsidian, trará o retorno da Princesa Jujuba e de Marceline, a Rainha dos Vampiros.

CASAL. PERFEITO.

Ponto final.

De acordo com uma review do A.V. Club, o capítulo se passa em uma cidade de vidro em Ooo, e um dragão escapa, fazendo com que as pessoas da cidade busquem a ajuda de Marceline para capturar a fera. Marcy vive com a Princesa Jujuba, e de acordo com a review, “ainda que as cenas de sua vida como casal feliz são doces, tranquilas e satisfatórias, Jujuba continua sendo um pouco obcecada por controle e egoísta, e Marceline ainda demonstra problemas com vulnerabilidade e dificuldades para expressar seus sentimentos”.

Isto é acalentador, porque mesmo nas representações de romances queer, é importante reconhecer que amar a alguém não conserta automaticamente seus problemas emocionais ou falhas de sua personalidade.

A história de amor das duas é uma jornada. Durante toda a história de Hora de Aventura, os escritores deram dicas e chegaram a confirmar em entrevistas que faziam parte do “Time Jujubline”, mas que naquele momento não seria possível ir mais a fundo que meras dicas. Mas isso mudou no episódio “Venha Comigo”, em que elas se beijaram no campo de batalha, deixando claro para todos os reclamões que essas duas mulheres eram realmente mais do que melhores amigas.

Algumas pessoas acusaram a série de “queerbaiting”, afirmando que o casal surgiu do nada, mas acho que existe uma diferença bem grande entre “não permitem que a série apresentem personagens como abertamente gay” e “nós poderíamos fazer com que elas fossem gays, mas não queremos, e vamos provocá-los sobre isso constantemente”. Além disso, não é legal essa ideia de que relacionamentos LGBTQ somente são válidos se houver constantes demonstrações de afeto e carinho, como cenas de beijo e abraços.

Sim, isso pode fazer diferença na questão da representatividade, mas não torna um relacionamento inválido se não acontecer. Pessoas queer assexuais e arromânticas existem. Além disso, ser gay não é apenas estar em um relacionamento. O que torna a representatividade em Jujubline tão legal é quem são essas personagens. Duas mulheres bissexuais ou pansexuais, com traumas, defeitos e histórias complexas, com várias coisas acontecendo além de seu próprio relacionamento. Isso é tão tocante quanto a cena de beijo.

É ótimo saber que Obsidian dará a estas duas personagens incríveis a oportunidade de serem pessoas imperfeitas, que o relacionamento não as tornou “plenas” e que estão descobrindo como chegar a isso por conta própria. A meta da representatividade LGBT não é apenas destacar relacionamentos, mas sim de representar de maneira ampla, completa, as vidas dessas pessoas.

Nesse especial, poderemos não apenas vê-las como um casal, mas como personagens queer sem que isso seja parte do subtexto, pela primeira vez desde o início das aventuras. Isso sim é empolgante, e algo que certamente arrancará lágrimas de todas nós.


Fonte: TheMarySue

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