Em um post anterior eu falei sobre os “Índios Brasileiros”, os desenvolvedores de games indies do Brasil. Ver dezenas de jogos maravilhosos e o aumento da qualidade do que tem sido produzido por aqui é o maior indicador de que a indústria está crescendo, mas também tem vários dados que mostram que não temos só gente apaixonada lutando – e conseguindo – fazer o que gosta: temos também um ambiente que tem tudo para ser produtivo economicamente!

Uma das coisas que contribui para isso é que o nosso país é cheio de apaixonados por internet (e HU3Hu3HU3 tambem, hahaha). De acordo com a ABRAGAMES (Associação Brasileira de dos Desenvolvedores de Jogos Digitais), há 46 milhões de brasileiros ativos na internet, dos quais 76% são usuários de games. Deste percentual, cerca de 50% pagam para ter acesso aos jogos. Isso é gente para caramba, e faz o Brasil ser também o quarto maior mercado de celulares no mundo. (Aliás, isso me lembra esse artigo do BuzzFeed, que diz que o Brazil era a internet antes da internet existir. Hue, vale a pena ver).

Tendo isso em vista, em termos de consumo, dá para ver que o Brasil já é gigante: é hoje o quarto maior país consumidor da indústria de games global. Então não é exagero dizer que, em poucos anos, seremos uma grande referência dessa indústria no mundo.

Infográfico do NewZoo de 2011 fala das horas jogadas todos os dias no Brasil
Infográfico de 2011 do site de estatísticas Newzoo fala das horas jogadas todos os dias no Brasil

Na verdade, posso dizer pela meu tempinho conhecendo a indústria de games na Europa, que o Brasil já é uma referência: toda empresa com jogos internacionais com quem conversei dizia que o Brasil era um dos seus maiores mercados, ou seja, um dos países onde estava uma grande concentração dos usuários dos seus jogos. O português já é uma das línguas para a qual os jogos têm que ser traduzidos quando vão ser lançados, e eles estão buscando outras maneiras de ter ainda mais impacto aqui na nossa terra.

Além disso, o Brasil é um dos maiores mercados para jogos free-to-play, que é uma das maiores tendências atualmente no mercado de games. De acordo com esse artigo do blog Games Industry, o mercado de jogos free-to-play no Brasil vale $470 milhões, só na plataforma PC.

O Brasil é muito grande nessa área porque aqui os consoles são muitos caros (bom, todo mundo lembra o preço do PS3 quando saiu) e muita gente joga no PC. Além disso, o público brasileiro curte muito jogos free-to-play (sempre fomos maioria nos MMOs, alguem lembra do Warsong no WoW?) por serem muito acessíveis. Mesmo os jogos de PC sempre foram muito caros e as promoções do Steam mudaram muito isso, mas para algumas pessoas ainda é difícil comprar lá.

Infográfico do site de estatísticas Newzoo de 2013 fala dos números do consumo de jogos no Brasil
Infográfico do site de estatísticas Newzoo de 2013 fala dos números do consumo de jogos no Brasil

Para melhorar, estamos começando a ver algumas iniciativas de apoio à indústria de games nacional, o que é a melhor parte! A Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo lançou recentemente um edital para fomento a projetos audiovisuais que incluiu jogos eletrônicos, junto com outras áreas tradicionais como TV, cinema, etc.

Já temos pessoas apaixonadas com muito talento trabalhando na área e um mercado enorme. Se tivermos ajuda do governo e iniciativas como essa, quem sabe não tem um futuro muito bonito pela frente para os desenvolvedores aqui no Brasil? 🙂

Compartilhe: