Uma ótima animação!

Walt Disney trabalhou em dois últimos filmes antes de sua morte. O último foi Mogli – O Menino Lobo, lançado dez meses após seu falecimento, mas A Espada era a Lei foi o último filme em que trabalhou e que foi lançado enquanto ainda estava vivo. Levemente inspirado na obra de Terence H. White, O Único e Futuro Rei, o filme apresenta uma das melhores adaptações da lenda do Rei Arthur pelo fato de seu objetivo ser entregar uma história divertida.

Em vez de tentar entregar um épico em larga escala, A Espada era a Lei é, na verdade, uma boa e velha história sobre amadurecimento que conta a evolução de Arthur de um garotinho enganado que é chamado de Wart por sua família adotiva, que por causa de sua bondade, inteligência, coragem e lealdade, eventualmente se torna um bom rei (ou algo perto disso).

E ainda temos a Madame Mim, que é a melhor.

Em várias histórias, a posição de “o escolhido” de Arthur chega a ser frustrante, especialmente quando ele não demonstra nenhuma característica particularmente interessante ou empolgante. Destacar um Arthur jovem e mostrar o seu passado humilde torna o público muito mais simpático a ele. Diferente do livro, em que Sir Ector e Kay são muito mais doces com Arthur, o filme faz com que pareçam uma família adotiva muito mais rigorosa, o que também ajuda a construir simpatia com o personagem.

Durante a história, ele é guiado pelo bem intencionado, mas atrapalhado Merlin, que conta ao garoto que ele é destinado a algo grande, passando a maior parte do filme tentando transformá-lo ao colocá-lo em situações de quase-morte. Pelo seu crescimento.

E enquanto isso, cada uma das lições de Merlin acaba causando problemas a Wart com sua família adotiva, porque elas fazem com que ele deixe de fazer suas tarefas domésticas. E apesar de querer aprender, Wart também quer ter um lugar em sua família como escudeiro.

Quando ele esquece a espada de Kay na taverna durante um importante combate, Wart acaba passando pela espada que dá título ao filme em uma pedra e a retira – não para ele mesmo, mas porque “Kay precisa de uma espada”. Ao retornar com a lâmina, ninguém acredita que foi ele a retirá-la da pedra, e exigem que ele faça novamente. E quando ele consegue, subitamente Wart se transforma no Rei Arthur.

Apesar de parte da crítica tratar a narrativa como “rasa”, o filme conseguiu entender que as missões são parte das lendas Arthurianas. Cada pequena aventura transformadora que Wart enfrenta é uma forma divertida de mostrar que ele é uma pessoa – como aquela em que a esquilinha se apaixona por ele e não vai embora. Ele fica incomodado com ela, mas depois dela salvá-lo e ter seu coração partido pelo fato dele ser na verdade um garoto, Wart sente empatia por ela.

E mesmo quando ele se torna rei e Ector se curva para ele, é fácil perceber que Wart não se sente confortável com todo mundo o idolatrando, e não sente nada ruim com relação a aqueles que o trataram mal.

Wart representa os ideais que supostamente a lenda do Rei Arthur deveriam representar: um líder que não busca a glória, que ouve os bons conselhos, e que como muitos escolhidos, foi criado para entender o valor de um bom trabalho. Pode não ser a versão mais “precisa” da história, mas contém a alma de uma história Arthuriana – além de não ter questões duvidosas sobre consentimento.

Tomara que aquela esquilinha tenha encontrado a felicidade…


Fonte: TheMarySue

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