E ela tem um ponto.

A vencedora do Emmy, Zendaya, finalmente respondeu aos comentários do D.A.R.E (programa norte-americano educacional de “resistência às drogas” em que o PROERD foi inspirado), alegando que a sua série, Euphoria, “escolhe glorificar e retratar erroneamente o uso de drogas por estudantes do ensino médio”.

O PROERD estadunidense também compartilhou uma declaração ao TMZ dizendo:

Em vez de promover o desejo de cada pai de manter seus filhos a salvo das consequências potencialmente horríveis do abuso de drogas e outros comportamentos de alto risco, o drama televisivo da HBO, Euphoria, opta por glorificar erroneamente e retratar erroneamente o uso de drogas por estudantes do ensino médio, [assim como] vício, sexo casual, violência e outros comportamentos destrutivos tão comuns e difundidos no mundo de hoje.

Como organização, o D.A.R.E, que aliás participou nos anos 80 da infame guerra às drogas (a sigla significa Abuso de Drogas e Resistência Educativa), é um fracasso. Foi co-iniciado pelo ex-chefe do Departamento de Polícia de Los Angeles, Daryl Gates, que fez tudo para tornar o departamento mais agressivo, paramilitar e discriminatório em relação às comunidades negras e latinas. Gates foi uma das pessoas consideradas culpadas após o espancamento de Rodney King, uma vez que criou um ambiente que permitiu que tais atividades acontecessem.

O alarmismo do D.A.R.E não teve o impacto pretendido que eles queriam e, em vez disso, muitas vezes gerou o efeito oposto, por causa de suas mentiras e exageros sobre drogas como maconha. Eles alegavam que a maconha “não tem valor médico, enfraquece o sistema imunológico e causa insanidade e doenças pulmonares”, todos os fatos que são amplamente contestados por especialistas em saúde.

Portanto, não são os melhores no que fazem.

Ainda assim, Zendaya resolveu refutá-los em entrevista para a Entertainment Weekly:

Nossa série não é de forma alguma um conto moral para ensinar as pessoas como viver suas vidas ou o que elas deveriam fazer. Se alguma coisa, o sentimento por trás de Euphoria, ou o que sempre tentamos fazer com isso, é ajudar as pessoas a se sentirem um pouco menos sozinhas em sua experiência e dor. E talvez sintam que não são os únicos passando ou lidando com o que estão lidando.

Nada em Euphoria glamouriza a experiência e a dor de viver com o vício. Mostra os altos e baixos, com os baixos sendo implosões dolorosas de todos que você conhece e ama. Vimos Rue quebrar uma porta, gritar e menosprezar seus entes queridos e quase morrer. O quê disso é glamoroso?

O criador da série, Sam Levinson, é um viciado em recuperação e alguém muito aberto sobre isso. Ele está criando Rue de uma maneira que visa gerar empatia, mas isso não é o mesmo que glorificar o vício. Euphoria não é perfeita, mas o efeito da série é positivo.

O que só prova mais uma vez que o D.A.R.E não sabe como alcançar os “adolescentes” que eles alegam querer salvar.


Texto traduzido e adaptado do The Mary Sue.

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