As adaptações para filmes e televisão espalharam sua influência para além dos aficionados em quadrinhos

O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, apareceu usando uma máscara com o personagem Kim Hyun da webtoon TEN. Não por alguma questão diplomática ou escândalo. O motivo foi de comemoração. Ele estava mostrando o protagonista de um quadrinho popular online sobre adolescentes intimidados, para marcar manhwa day e popularizar o mais recente sucesso de exportação de seu país: webtoons, quadrinhos que as pessoas podem ler em seus smartphones ou tablets.

Presidente da Coreia do Sul usando uma máscara com estampa de webtoon

As webtoons começaram no início dos anos 2000, quando o Naver e Daum, os maiores mecanismos de busca do país, contrataram cartunistas para criar quadrinhos online. A ideia era trazer mais visitantes para seus sites, em vez de gerar renda. Mas, na última década, o mercado cresceu dez vezes, tornando as webtoons uma fonte de receita vital para as empresas de internet. Ainda mais impressionante, elas começaram a atingir um grau de influência na cultura mundial que contradiz suas ‘origens humildes’.

Webtoon: quadrinhos para celular

Para os leitores das webtoons, a vantagem sobre os quadrinhos mais tradicionais é a variedade de histórias e recursos interativos, animação e música de fundo. Depois de completar um episódio, os fãs podem ir para a seção de comentários e discutir reviravoltas na trama com outras pessoas. Lim Hyun-jee, uma jovem de 26 anos de Seul, gosta de ler novos episódios em seu telefone a caminho para o trabalho, em vez de carregar grandes volumes de mangás japoneses. Jacqueline, uma fã canadense de 21 anos, diz que as histórias sobre garotas descobrindo a maquiagem e conhecendo caras bonitos trazem uma boa mudança em relação à ‘comida padrão’ dos super-heróis.

Itaewon Class, capa da webtoon e pôster do k-drama

Mas o sucesso das webtoons não se limita aos fãs de quadrinhos, explica Jang Min-gi, da Universidade Kyungnam. Alguns dos cartunistas que começaram com Naver e Daum anos atrás, se viram como consultores de filmes e séries de TV, ganhando milhares de dólares. Sweet Home (2020), uma webtoon de terror sobre um rapaz sobrevivendo a um vírus que converte humanos em monstros, se transformou em drama no ano passado e se tornou o drama mais assistido da Netflix em onze países. Programas como Itaewon Class (2020), sobre um ex-presidiário tentando se ressocializar, ou Cheese in the Trap (2016), que acompanha os problemas amorosos de um grupo de alunos, são exemplos de grandes sucessos.

Capa da webtoon ‘Cheese in the Trap’ e pôster do k-drama

Jang Min-gi acredita que isso acabará atraindo ainda mais pessoas para webtoons, como as versões cinematográficas de Homem-Aranha ou Pantera Negra fizeram para os quadrinhos da Marvel. Vários fãs da MCU de hoje viram os filmes antes dos quadrinhos. É o mesmo com webtoons. Muitos descobriram através dos k-dramas.

Traduzido e adaptado do The Economist.

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