Descubra como funciona e para o que serve uma curadoria geek em eventos como a Bienal
Afonso Andrade e Eduardo Damasceno são figurinhas conhecidas no cenário geek brasileiro, mais especificamente para quem frequenta eventos de quadrinhos. Com larga experiência em curadoria de eventos relacionados ao universo pop, Afonso Andrade foi responsável pela coordenação geral e curadoria das edições de 2013 a 2015 do Festival Internacional de Quadrinhos – FIQ, realizado em Belo Horizonte. Já Eduardo Damasceno é um dos criadores do site e do selo Quadrinhos Rasos, das publicações “Achados e Perdidos” e “Cosmonauta Cosmo”, é coautor da Graphic MSP Bidu (confira a resenha) e diretor de arte para animação em diversos projetos relacionados ao mundo dos quadrinhos. Afonso e Damasceno são os curadores do Espaço Geek & Quadrinhos da Bienal do Livro de Minas. Eles explicam com exclusividade para o Garotas Geeks como funciona e para o que serve uma curadoria geek.
GG: Vocês são os curadores do Espaço Geek & Quadrinhos da Bienal do Livro de Minas. Qual é o papel do curador neste tipo de evento?
Afonso e Damasceno: O curador planeja as atividades que acontecerão no espaço, monta uma lista de convidados e parcerias. Entra em contato com todo mundo e tenta fazer o melhor para que ao longo do evento o espaço seja interessante pra todos.
GG: Quais os desafios de fazer a curadoria de um Espaço Geek? O público Geek é exigente?
Afonso e Damasceno: Independente de ser exigente ou não, o público merece nossa atenção especial sempre. O evento é pra eles e queremos criar um ambiente no qual seja agradável estar presente. Nem de longe, isso implica a criação de um espaço onde não haja discussão. Pelo contrário, acreditamos que seja imprescindível promover algumas discussões para que o universo do entretenimento seja fundamentado em atitudes conscientes, que convidem todos e todas a participarem dele.
GG: O que o público vai encontrar no Espaço Geek & Quadrinhos? Quais são as principais novidades deste Espaço em relação aos anos anteriores?
Afonso e Damasceno: A grande novidade é a ampliação do espaço, que estará maior fisicamente e terá atrações mais diversas, contemplando temas do universo geek.
GG: Vocês foram os curadores nas edições anteriores da Bienal, quando a atração era chamada de “Bienal em Quadrinhos”. Poderiam falar sobre o crescimento deste Espaço, e do segmento geek, neste tipo de evento?
Afonso e Damasceno: A organização da Bienal, vendo o crescimento do público geek no Brasil entendeu que essa ampliação era necessária. Há cada vez menos um “segmento geek”. Séries, jogos e filmes de herói são o novo mainstream então é um crescimento natural e a dificuldade é justamente fazer com que haja ações em função de que esse “mainstream” seja, de fato, pra todo mundo.
GG: Qual é a percepção de vocês sobre o mercado editorial (livros e quadrinhos) voltado para o público Geek?
Afonso e Damasceno: “Público geek” é uma definição complicada. Hoje esse público é bem amplo e não pode ser encaixado mais em um nicho. O que podemos afirmar é que o mercado editorial ainda é um dos principais combustíveis dessa indústria do entretenimento. Boa parte dos blockbusters contemporâneos são adapatações de livros ou quadrinhos e geram franquias milionárias. Dentro do escopo de produção mundial, o número de obras que se destacam independentemente como livros ou quadrinhos é ínfimo, os filmes e as séries ainda são um passo necessário para que se atinja o grande público.
Quer conferir de perto o resultado do trabalho do Afonso e do Damasceno? A 5ª Bienal do Livro de Minas será realizado de 15 a 24 de abril, no Expominas, em Belo Horizonte.
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