O post de hoje é dedicado aos fãs deste estilo ou simplesmente aos simpatizantes e curiosos sobre o assunto.
Você sabe o que Yaoi significa? O termo é usado aqui no ocidente para falar de relações homossexuais entre homens. Digo “aqui no ocidente” porque no Japão não se diz “yaoi” quando se quer ler uma história gay, mas sim Boy’s Love! Essa regra segue para Yuri (relação homossexual entre mulheres) também, já que lá é chamado de Girl’s Love. Quem já acompanha o assunto (ou está embarcando nesse universo) deve ter percebido que tudo no universo yaoi possui sua própria terminologia. E é por isso que vou explicar o que cada um deles significa aqui.
A garota que gosta de ler yaoi também tem uma denominação própria, chamada de Fujoshi, que significa (originalmente e pejorativamente) moça estragada. Hoje em dia, esse termo tornou-se bastante comum e é muito útil para localizar grupos e comunidades pela internet. Assim fica mais fácil para compartilhar informações sobre o universo yaoi e afins.
Uma das coisas mais legais que a internet pode proporcionar para quem adora ler um história inédita são os doujinshis, e as fanfictions. Doujinshi e fanfiction são publicações independentes, sendo o dj um mangá e a fanfic um texto-corrido, ambos feitos por um fã, em que a pessoa pega personagens de uma série qualquer e desenha sua própria nova história. Às vezes, alguns animes e mangás não dão sequência ao que os fãs gostariam de ver, e é aí que os doujinshis e as fanfics entram, trazendo as cenas que nunca vieram a aparecer!
Mais sobre o dj acima aqui
Os casais são, geralmente, formados pelo seme (ativo) e o uke (passivo). Não é regra, mas normalmente eles possuem traços específicos para se diferenciarem. O seme costuma ser o mais musculoso, o mais alto, voz grossa, e costuma ser protetor, ciumento e possessivo. Já o uke tem traços mais afeminados, voz fina, olhos grandes, é mais baixo e imaturo.
Partindo disso, a regra para dizer seu casal favorito começa dizendo quem é o ativo primeiro, pois há casos em que os personagens podem ser tanto seme quanto uke (ou seke, que é os dois!). Por exemplo, em Kuroko no Basket, um dos casais que adoro é Midorima x Takao, e uso essa terminologia para buscar doujinshis em que o Midorima é o seme. Mas também tem mangás com o oposto, em que o Midorima faz papel de uke, e o Takao de seme (nessa imagem +18 é possível entender exatamente o que estou querendo dizer). Essa diferenciação é necessária para encontrar o mangá/fic exatamente da maneira como se quer ler seus personagens favoritos.
Outro termo muito importante e que ficou muito popular de uns tempos para cá é Shippar, usado para representar quais casais a pessoa mais gosta. O termo vem de Shipping, que quer dizer a relationship (uma relação) que o fã cria para dois personagens. No entanto, não necessariamente o shippar precisa ser entre homossexuais. Muitos fãs shippam casais que os próprios animes/mangás já criam, e outros usam a imaginação para desejar algo mais intenso, como é o exemplo dos famosos casais Roy x Ed, de Full Metal Alchemist, e Eren x Levi, de Shingeki no Kyojin.
Lembrando que o ship não influencia em nada nas histórias originais, sendo apenas coisa da imaginação dos fãs. E, ainda bem, que alguns desenham bem e transferem suas ideias para o papel, senão não teríamos doujinshis e fanarts!
Outro termo no universo do Shipping é crossover, quer dizer, criar casais entre seus animes favoritos. No caso, encontrei um vídeo no youtube mostrando o quanto várias pessoas levam isso muito a sério!
Há muitos animes que não são yaoi, mas são altamente induzíveis a fazer o telespectador shippar os personagens. É o caso dos animes: Free!, Kuroko no Basket, Kuroshitsuji e Uta no Prince-Sama. Animes ou mangás como esses títulos possuem histórias bem suaves e divertidas de serem assistidas, mas se procurar por yaoi dessas séries você vai achar muuuuuita coisa pela internet!
Já os animes Sekai-Ichii Hatsukoi e Junjou Romantica foram criados especialmente para serem yaoi. Inclusive, esses dois são ótimos exemplos para introduzir vocês a dois novos termos: shounen-ai e lemon. Sekai-Ichii e Junjou são desenhos que possuem tanto mangá quanto anime. Geralmente, animes são mais censurados, e esses não fogem à regra, mesmo sendo um yaoi. Podemos dizer que os animes dessas duas séries são mais shounen-ai, ou seja, são mais românticos e menos pesados. Em contrapartida, o mangá pode vir com tudo o que o anime é incapaz de mostrar, como cenas mais quentes e sem censura, chamados de lemon. Ou seja, o mangá possui bastante detalhe em mínimos detalhes, com foco na hora das relações entre os personagens.
Kuroko no Basket e Free!, como disse ali em cima, não são animes yaoi, nem shounen-ai e nem lemon. Aliás, muito pelo contrário! São animes sobre esporte e são famosos pelos seus bishounens (homens lindos de morrer). E isso, somando com a relação afetiva entre os personagens, faz com que sejam animes altamente induzíveis a criarem casais.
Obs: como a segunda temporada de Free! já terminou, acho válido constar um pequeno fato um tanto yaoi no Anime. O fato se comprova no episódio 12, onde Haruka e Rin são forçados a dividirem a mesma cama, por falta de atenção na reserva de Rin. Que fujoshi nunca sonhou com este momento?? Muito embora (e obviamente) o anime mostra que nada aconteceu, já foi o suficiente para deixar fãs um tanto satisfeitos! kkk
Um último exemplo que aqui deixo é sobre Dramatical Murder, que foi especificamente feito para ser um yaoi (e bem lindo, por sinal). Esse possui anime, com sua história simples e baseada no objetivo do protagonista, além de mangá e até jogo para PC (no qual tem seu maior foco). O jogo para PC pode ser comparado aos mangás de yaoi de Junjou Romantica como citei acima, pois possui MUUUUITO lemon!
Esse é um jogo de pura narrativa e a interação apenas acontece para o jogador decidir qual será o destino do protagonista. Em todas as séries de DmmD, o protagonista é Aoba, o ÚNICO (eu disse único!) uke, e todo o desenho possui mais de sete semes para ele se relacionar em sua jornada. Nesse jogo, pode-se escolher um final bom ou ruim para o Aoba. O fim bom costuma terminar um tanto quanto romântico, ao passo em que no ruim ele sempre acaba bem ferido (isso sem contar quando morre! #spoiler). Macabro, né? hihi~
Conclusão: por que é tão legal?
Particularmente, me dei conta que gostava de Yaoi quando assistia Gundam Wing no Cartoon Network (meados de 2002?), em que haviam aqueles lindos pilotos de Gundam como protagonistas, e as mulheres que faziam parte da vida deles eram bem bostinha para o nível deles. Então, o ato de shippar aconteceu naturalmente quando preferi que Heero e Duo estivessem juntos, do que ficar com a nojentinha da Relena e a Hilde! Com o tempo, vi que não era a única no mundo que pensava assim e como esse universo era extremamente vasto.
Conversando com amigas fujoshis, elas frisaram que o que mais gostam de ler/ver em yaois é a maneira com o qual os nipônicos têm de lidar com relações. Costumam ser muito mais delicados e intensos com as atrações físicas e emocionais e, às vezes, tanto quanto que rola nas relações heterossexuais (mangás “comuns”, digamos assim). É comum ouvir fujoshi dizendo que adoraria ser tratada como o uke das histórias que lê, mostrando que no final isso tudo gera alguma conexão entre as meninas.
E você, o que pensa de Yaoi? Tem um casal preferido?
Nintendista e fujoshi, Gaby (ou Mew, em tempos de MSN) nasceu jogando graças ao seu pai, que vendia videogames.
É formada em design gráfico só porque o criador do Mario cursou e atualmente escreve sobre videogames em sua pesquisa de mestrado.
Quem tiver Wii U e Smash Bros, sinta-se a vontade para adicionar meu username: gabrielly. :3 chus~
