Desvendando alguns mitos sobre a maior heroína da DC.
O co-criador da Mulher Maravilha, William Moulton Marston, vivia de uma forma interessante na época em que a personagem foi criada. Marston vivia com sua esposa, Elizabeth Marston, assim como com sua ex-aluna Olive Byrne. Os três viviam em um relacionamento poliamoroso. Marston teve dois filhos com cada uma delas. William e Elizabeth adotaram oficialmente os filhos que ele teve como Olive e os sete viveram juntos até a morte de William. Elizabeth e Olive continuaram a viver juntas até a morte de Olive, 40 anos depois (apesar de não haver informações que levem a acreditar que elas eram amantes também). Elizabeth trabalhava e Olive ficava em casa cuidando das crianças. O filho mais velho de William, Pete, se referiu a isso como “uma situação maravilhosa, em que todos saíam ganhando”.
E a história virou filme em 2017, intitulado Professor Marston e as Mulheres-Maravilhas.
Agora, um fato interessante é que Olive Byrne realmente foi a inspiração para os braceletes prateados que a Mulher Maravilha utiliza desde sua primeira aparição.
São várias as fotos em que Byrne aparece utilizando os braceletes.
Mas o lançamento do filme fez com que alguns fãs se questionassem se o traje da Mulher Maravilha também não teria sido baseado em uma fantasia burlesca utilizada por Olive no filme.
Mas esse não parece ser o caso. Não há nenhum registro de que Byrne sequer tenha utilizado uma fantasia como essa, e mais importante ainda, o designer principal da personagem foi H. G. Peter, e não Marston.
Marston e o editor Max Gaines obviamente influenciaram o design de Peter (a inclusão dos braceletes por exemplo), mas o design da Mulher Maravilha parecia muito mais com os trabalhos anteriores de Peter do que com qualquer outra coisa. Aparentemente, os roteiristas do filme é que decidiram inventar esse aspecto da história da Mulher Maravilha (o filme usa de bastante liberdade criativa, assim como qualquer outro baseado em fatos reais). Além disso, o co-criador H. G. Peter sequer foi mencionado no filme.
Texto traduzido do CBR.
Débora é musicista, professora de artes, pesquisadora de sociologia de gênero. Autoproclamada otaku-não-fedida e gamer casual. A alcunha de Liao veio de um site aleatório de geração de nomes japoneses (Liao é chinês, mas tudo bem).