Vamos fazer muita gaykidama para uma segunda temporada!

Animações voltadas para o público adulto não são nenhuma novidade, “Family Guy”, “Os Simpsons”, “South Park” e “Bojack Horseman” (da própria Netflix) fazem isso há anos, sempre se valendo de um humor mais ácido e muitas vezes não tão correto para falar das mais diversas questões vividas em sociedade. E agora Netflix trouxe “Super Drags”, uma deliciosa animação que entra no mundo LGBTQ+ para trazer uma história cheia de aventura e muito brilho. E, sim, é uma animação cheia de piadas de cunho sexual, então vale sempre frisar que não é um desenho voltado ao público infantil.

A animação traz três super heroínas, Patrick, Donizete e Ralph, três amigos gays, que se transformam nas poderosas drag queens Lemon Chifon, Scarlet Carmesim e Safira Cyan, comandadas por Vedete Champagne, para tentar impedir a Vilã Elza, que está “dando a Elza” e roubando o highlight dos LGBTQ+.

Com apenas cinco episódios, a série brinca bastante com esse tema de super heroínas e luta contra um vilão, bem típico de desenho, mas inseridos em um contexto absurdo de piadas de teor sexual. Para alguns, pode até parecer exagerado, como se saído de uma turma da 5ª série, que vê formato fálico em tudo e dá risada com qualquer coisa que pareça ter um duplo sentido, mas isso aos poucos vai fazendo parte da construção de identidade da série, e mostra que é possível fazer humor sem ofender ninguém.

Além, é claro, de milhões de bordões, gírias, e piadas do universo LGBTQ+. A animação tem muitas referências à cultura pop ou ao entretenimento como um todo, que vão desde o Mundo Invertido de “Stranger Things”, “The Handmaid’s Tale”, “Dragon Ball” (felizmente Ralph super otaku) e “Glitter” “Vai ser choque de monstro meu amor”, até memes da internet, como a grávida de taubaté.

Então quanto mais inserido nesse universo você estiver, mais vai entender e achar graça das coisas. Para aqueles que não entendem absolutamente nada desse universo, pode ser que deixe passar batido muitas das tiradas que o roteiro faz, ou não entenda algumas das conversas.

E a animação sabe mesclar bem tudo isso com alguns dramas da realidade LGBTQ+, então depois que os personagens são introduzidos, cada episódio aborda um tema diferente que corre em paralelo à luta delas contra a vilã. Temas como abandono familiar por não aceitar um filho LGBTQ+, ditadura por uma beleza padrão, cura gay, intolerância religiosa e a homofobia por exemplo, estão inseridas em um contexto extremamente cômico, divertido e leve de assistir.

Outro ponto que está excepcional é a dublagem. Pode até existir uma dúvida entre assistir em português ou inglês, afinal as duas estão sendo feitas por ícones. Em inglês – para a alegria dos fãs de RuPaul’s-  temos Ginger Minj, Shangela, Trixie Mattel e Willam Belli. E Na versão nacional  Pablo Vittar, faz a personagem Goldiva, além da abertura da animação, Sérgio Cantú (Patrick), Fernando Mendonça (Donizete) e Wagner Follare (Ralph), Silvetty Montilla (Vedete, Rapha Vélez (Lady Elza) e Guilherme Briggs como Robertinho. Apesar das duas dublagens estarem incríveis, a brasileira consegue ser muito mais divertida (Silvetty Montilla simplesmente tudo) e remete bem aos desenhos como Meninas Super Poderosas e Três Espiãs Demais.

Patrick Ralph GIF by Super Drags Netflix

É uma experiência incrível assistir super drags, e temos aquele gostinho de quero mais quando o último episódio aparece. Uma animação que dá visibilidade, garante o riso fácil e toca em temáticas importantes – “foi isso que eu pedi sim!” – então corre lá pra Netflix agora.

E bônus pra essa música que é muito maravilhosa. Ser artista é essencial!!

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