O serviço está disponível para web e aparelhos Android e IOS.

Desde o dia 31 de agosto, os leitores brasileiros podem assinar o Social Comics, aplicativo nacional de streaming de histórias em quadrinhos. Ou seja, é como um Netflix, só que de HQs. Os interessados podem usufruir e experimentar de forma gratuita a plataforma por 14 dias, tendo acesso ilimitado a todo o conteúdo hospedado. O serviço custa R$ 19,99 por mês, e está disponível na versão web, e para tablets e celulares com sistemas IOS e Android.

O que os fãs de quadrinhos devem saber antes de assinar o serviço é que, a princípio, o Social Comics não possui em seu acervo obras de editoras extremamente conhecidas e renomadas como: DC Comics, Marvel, Mauricio de Sousa, entre outras. Entretanto, é oferecido um catálogo variado e de qualidade, e que está em constante atualização e expansão, sempre com muitas novidades.

Uma das vantagens em assinar o Social Comics é acabar descobrindo quadrinhos e autores desconhecidos, que, às vezes, são difíceis de adquirir ou ganham pouco destaque no mercado editorial, e até mesmo poder ler sem custo adicional aquela HQ que você não queria se arriscar comprando sem saber se ia gostar ou não.

 

 

Para sanar todas as suas dúvidas, o Garotas Geeks fez uma entrevista muito bacana com João Paulo Sette, CEO da Social Comics. Confere aí!

 

Garotas Geeks: Como e quando surgiu o projeto?

 

Social Comics: A ideia surgiu há pouco mais de dois anos. Sou um apaixonado por quadrinhos desde pequeno e sempre quis me envolver diretamente com o mercado de cultura pop. Eu organizava um evento em Recife, João Pessoa e Maceió, e depois que saí da sociedade do evento, comecei a pensar em projetos próprios. Foi aí que nasceu o Social Comics. Logo depois convidei um amigo de infância, Marcelo, que convidou Fernando, e formamos uma excelente equipe! Passamos dois anos trabalhando muito, investindo tempo e nos dedicando ao máximo. Criamos um business plan que nos projeta até 5 anos pra frente e fomos atrás. Foi basicamente assim que a coisa aconteceu.

 

GG: Qual o foco do Social Comics?

 

SC: Temos três linhas de frente. A primeira delas é o desenvolvimento do mercado de quadrinhos como um todo. Estimular a produção nacional e trazer coisas novas para o país. A segunda frente é popularizar mais o universo dos quadrinhos. Conseguir levar a mais pessoas, conquistar novos admiradores e fãs. Sabemos que o primeiro passo é conquistar os apaixonados, daí o nosso conceito que é paixão por quadrinhos, a partir daí, trazer novas pessoas para esse universo. A terceira linha é expansão internacional. Sabemos que existem países com um potencial enorme e ainda pouco explorados, e por que não criar um intercâmbio de conteúdos. Temos artistas talentosíssimos em todo lugar. Quando conseguirmos chegar a esse ponto, temos pensamentos bem maiores. Mas no momento temos de fazer a coisa acontecer, como já está acontecendo. Uma coisa que posso garantir, é que não vamos relaxar. Queremos oferecer o melhor sempre.

 

GG: Como funciona o Social Comics?

 

SC: Bom, o funcionamento da plataforma é bem simples. Basta você fazer seu cadastro e usar 14 dias gratuitamente. Depois desses 14 dias, você pode escolher assinar ou não. E mesmo depois de estar como usuário fixo, você pode cancelar a qualquer momento. Para o usuário é muito simples. Para as editoras e artistas independentes, estes passam por um processo de aprovação tanto dos artistas como dos títulos, uma verdadeira curadoria de conteúdo para mantermos um padrão de qualidade na plataforma. Nós lançamos o Social Comics com uma versão mínima para estudar o comportamento dos usuários. A partir daí, nos próximos meses, estaremos aperfeiçoando a plataforma nas versão 1.2, 1.3 e 1.4. Já estamos em planejamento também da versão 2.0, mas essa vem apenas no próximo ano. Temos uma equipe de desenvolvimento que pensa no aplicativo quase que full time e estuda a experiência de usuário para corrigirmos os erros e aprimorarmos cada vez mais a plataforma.

 

GG: Como vocês enxergam o público fãs de quadrinhos?

 

SC: Apaixonados. É dessa forma que a gente enxerga. E não queremos decepcionar ninguém. Quando você é apaixonado por alguma coisa, você quer sempre o melhor, que estar sempre por perto, é exigente com você mesmo e com sua paixão. Todo fã sonha um dia em escrever ou desenhar seu quadrinho. Todo fã sonha tirar uma foto com seu ídolo ou ganhar a sua assinatura. Todo fã quer ser exclusivo, quer ser especial. É o sempre quem tem mais quadrinhos ou tem aquela edição especial que os amigos invejam. Foi pra o evento mais cool e conseguiu uma arte original de alguém. Enfim, isso é paixão. Podemos falar com propriedade por que somos do mesmo jeito, apaixonados.

 

GG: Qual a importância do Social Comics para o mercado?

 

SC: Isso é algo que vai ser construído com o tempo. Acho que inicialmente ajudar a resolver um problema de distribuição do conteúdo nacional e também poder levar o mais longe possível a nona arte já são contribuições significativas. Temos depoimentos de pessoas que falam “Nossa, eu não conhecia quadrinho X e adorei, Obrigado Social Comics”. Não há nada mais gratificante que isso. O trabalho que a gente vem fazendo e onde queremos chegar é o que vai ditar a importância da plataforma. Estamos na primeira versão do aplicativo, lançado há um mês. Nosso desenvolvimento está constante e conquistar a credibilidade das editoras, artistas e assinantes nesse tempo já mostra que estamos no caminho certo. O que vai acontecer com o mercado depois do Social Comics? eu não sei. Só tenho certeza de uma coisa, esse mercado ganhou uma turbina e alcançar o céu é o limite.

 

GG: Fale-nos sobre o acervo do Social Comics;

 

SC: Hoje são mais de 1000 quadrinhos disponíveis, 560 artistas independentes cadastrados e aprovados com seus conteúdos. Editoras como Nemo, Devir, Valiant através da HQM, 2000AD através da Mythos, Balão editorial, JBC, Stout Club, Revista Mundo dos Super Heróis, Draco, Lamen, Red Box, Jambô. Coletivos como o Korja, o Quad, Dead Hamster. artistas como Carlos Ruas do Sábado Qualquer, Alexandre de Maio… ufa… a lista é bem grande. Tem muita gente lá no Social Comics e vem muito mais por aí. Saímos do status de um PDF para algo realmente concreto e palpável. Conseguimos o apoio de artistas de renome nacional e internacional como Daniel HDR, Mike Deodato, Ivan Freitas da Chiaroscuro, Sidney Gusman da MSP. Eu não consigo falar o nome de todo mundo por aqui. Fato é que, tudo isso vem acontecendo por que estamos com um trabalho sério, verdadeiro, estamos mostrando a credibilidade que estamos ganhando no desenvolvimento do nosso software, nas parcerias comerciais. Toda semana temos títulos novos, novos artistas independentes, novas parcerias com editoras. E, finalmente, anunciaremos muito em breve nossos primeiros conteúdos exclusivos da plataforma. Acho apenas que está faltando um pouco mais de uma coisa. Artistas mulheres apostarem na plataforma. Temos poucas mulheres que colocaram conteúdo e não sabemos exatamente o por que disso. Bem que o Garotas Geeks poderia incentivar as artistas quadrinistas a subir seu conteúdo. Existem tantas mulheres incríveis no universo de quadrinhos, concordam?

 

GG: O que os assinantes e futuros assinantes podem esperar da Social Comics?

 

SC: Principalmente eles podem esperar o nosso compromisso de melhorar a cada dia. Seja com conteúdo, seja com melhorias na plataforma ou seja com desenvolvimento do mercado. Somos uma equipe apaixonada pelo que faz e é exatamente por isso que eles podem esperar sempre o melhor possível.

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