Apesar do Demolidor finalmente ter aparecido, temos muito a refletir sobre esse episódio!

Mulher-Hulk – Defensora de Heróis (She-Hulk: Attorney at Law, no original) passou os últimos 7 episódios construindo o mundo louco e muito engraçado de Jennifer Walters. Mas nunca se esquivou de seu ponto de vista abertamente feminista, pois aborda as várias micro e macro agressões que sofrem uma super-heroína/celebridade/advogada e, bem, apenas existindo como mulher. Do sexismo casual no local de trabalho a encontros online assustadores e fandom tóxico, Jen é bombardeada pelo patriarcado a cada momento. Até mesmo sua indicação ao prêmio de “Advogada do Ano” é em si uma categorização que rebaixa as mulheres.

Mas, como a maioria das mulheres, Jen é forçada a cerrar os dentes e aceitar essas indignidades diárias com um sorriso, para não ser rotulada de “difícil” ou “louca”. A capacidade de Jen de compartimentar é o que torna sua transformação She-Hulk ainda mais perfeita, pois ela integra ambas as identidades em uma única mentalidade. Como ela explica a seu primo Bruce no episódio piloto: “Sou ótima em controlar minha raiva… faço isso praticamente todos os dias. Se eu não fizer isso, serei chamado de ‘emocional’ ou ‘difícil’, ou posso ser literalmente assassinada. Então, sou especialista em controlar minha raiva, porque faço isso infinitamente mais do que você”.

Imagem: Marvel/Disney+

E Jen tem se controlado, fazendo malabarismos com as expectativas duplas de ser Jen normal e She-Hulk. Mas tudo vem à tona no final do episódio 8, “Coaxando e Saltando” (“Ribbit and Rip It”, no original). Enquanto Jen se prepara para a festa da premiação, ela se pergunta diretamente para a câmera: “Esssa vai ser a reviravolta, não vaié? Mas a pergunta é, é uma reviravolta do tipo: ‘Tem outro Hulk,  só que esse é vermelho’, ou ‘vão me encontrar morta em uma geladeira’.” E a verdadeira reviravolta é que ambos são verdadeiros.

Quando Jen sobe ao palco para receber o prêmio (com várias outras advogadas, incluindo Mallory), a tela atrás dela começa a mostrar um ataque de Inteligência contra She-Hulk. As figuras mascaradas no vídeo afirmam que Jen “não merece” ser She-Hulk, chamando-a de “vadia”. Em seguida, vemos imagens de Jen e Josh na cama. Além de roubar seu DNA e fotografá-la dormindo, Josh gravou seu encontro sexual e agora está transmitindo para o mundo ver. A liberação não autorizada de um vídeo de sexo é um ataque flagrante e ilegal e uma invasão de privacidade. Vimos isso várias vezes, desde a invasão massiva de vídeos e fotos de celebridades ao escândalo da fita de sexo Pamela Anderson/Tommy Lee que prejudicou irreparavelmente a carreira de Anderson. E enquanto Mallory avisa para não surtar, Jen vê vermelho.

Jennifer despedaça as telas, descontrolada, perdida em sua raiva completamente justificada. À medida que as luzes de aviso piscam, a vemos banhada em uma luz vermelha, um Hulk vermelho. E vemos a reação do público à raiva de Jen: medo, nojo e um enxame de oficiais da SWAT. Enquanto Jen atravessa paredes e agarra um dos criminosos, ela é forçada a colocá-lo no chão enquanto está cercada por policiais com armas em punho. E enquanto os incels da Inteligência escapam, todos os olhos estão em She-Hulk. Não é mais uma celebridade amada ou uma mulher que pode fazer as duas coisas, ela agora é um monstro de raiva. Em essência, o ataque de HulkKing à She-Hulk é um ataque não apenas à privacidade de Jen, mas à boa vontade e popularidade da She-Hulk. É uma falha de reputação que Jen terá que superar no final da temporada. Vamos torcer para que ela esmague HulkKing ao longo do caminho.

O último episódio da primeira temporada de Mulher-Hulk – Defensora de Heróis estará disponível no Disney+ em 13 de setembro.

Texto traduzido e adaptado de The Mary Sue.

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