Na linha de RPGs para jogadores ocasionais, As Extraordinárias Aventuras do Barão de Munchausen é definitivamente um clássico sobre a arte de mentir contar histórias absurdas com classe.
Foi lançado lá fora em 1998 pela Hogshead Boardgames e lançado aqui no Brasil pela Devir.
Sinopse:
As ‘Extraordinárias Aventuras do Barão de Munchausen’ traz regras completas, um cenário histórico e mais de duzentas aventuras prontas para serem jogadas, além de um revolucionário sistema de resolução que joga fora os dados e as cartas e usa apenas dinheiro e o mais fino vinho, incluindo sistemas de combate (‘duelos’ e ‘duelos entre covardes’), regras resumidas e incontáveis insultos aos habitantes de várias nações, mas principalmente os franceses.
MA Q ABSURDO ESSE NEGÓÇO DE VINHO E DINHERO, RPG É POKER AGORA, LEILA?
Na verdade é bem mais divertido do que isso, e pode ser mais divertido do que poker. (isso vindo de alguém que tentou aprender poker umas 5 vezes e simplesmente desistiu…)
Barão de Munchausen foi desenvolvido para ser jogado entre 4 a 6 jogadores e não possui um mestre, ou seja, todos conduzem e são conduzidos pela narrativa.
A proposta é que cada um invente um personagem da aristocracia do século XVIII como o “Duque da Geodésia” ou “Lorde Pugdoodle*”. Se todo mundo for maior de idade em seu grupo, pode-se acrescentar o elemento do vinho (apenas, pfvr vcs são damas/cavalheiros u.u) para que possam animar os absurdos contos desenvolvidos na mesa.
Cada jogador deve ter consigo um punhado de moedas na quantidade equivalente ao número total de jogadores, moedas que podem ser de qualquer valor. Depois de combinar, um dos jogadores escolhe outro participante e pede que ele conte uma de suas aventuras.
Mas eu posso inventar qualquer coisa?
Você não vai simplesmente sair inventando histórias a esmo, será desafiado a narrar uma aventura específica, como por exemplo: “Conde Pantufa, por favor, conte-nos sobre aquela vez de quando escapou do cerco a Constantinopla enrolado em uma toalha de banho!”
Os ouvintes devem interferir colaborar no progresso da história lembrando ao contador pequenos e complicados fatos, ou explorando furos na explicação. (mas nunca questionando diretamente a veracidade dos fatos!) A interferência ocorre mediante o uso das moedas para que haja alguma organização e não uma simples fuzarca de boteco.
O narrador desafiado pode ou não concordar em explicar, mas se ele aceitar, fica com a moeda; se rejeitar, deve pagar uma moeda. A história termina quando ele conclui a situação inicialmente proposta pelo outro jogador, como:
“..e foi assim, Srta. Teaparty, que eu consegui expulsar os francos das fronteiras aliadas usando uma colher de chá e um par de meias!”
Ao terminar, o jogador a direita do contador deve continuar o jogo, desafiando outro narrador ou começando sua própria história para contar vantagem. Calúnias diretas são resolvidas no pedra-papel-tesoura e o perdedor sai do jogo, deixando suas moedas com o outro jogador.
O clima~
A única verdade aqui é que realmente houve um barão de Munchausen (Alemanha 1720-1797). O autor Rudolph Erich Raspe publicou uma série de contos ilustrados por Gustave Doré em 1785 contando as desventuras da figura que inspirou as adaptações em filme e RPG.
A proposta é que o jogo se ambiente num cenário Iluminista para que as explicações não sejam simplesmente “por motivos de Magia”, ou ainda mais, que a tecnologia tenha uma explicação fantástica. Inspire-se em Júlio Verne, H.G. Wells e Georges Meliés para explicar como seu personagem conseguiu acender o sol novamente com um bastão de críquete ou para perguntar ao seu colega como ele conseguiu nadar todo o Canal da Mancha com uma âncora atada aos pés!
Ao fim das contas, o jogo possui um ganhador, diferente da maioria dos RPGs. Ao final de todos os contos, deve-se escolher por votação quem contou a melhor história e essa pessoa recebe as moedas restantes de cada jogador, depois disso, contam-se as moedas e ganha quem tiver mais ao final da “contação” de histórias.
Você pode encontrar o RPG das Aventuras do Barão de Munchausen e/ou o livro de Raspe em livrarias, sebos, feiras de usados ou lojas online especializadas.
E um dia conto pra vocês sobre como as Garotas Geeks entraram na Matrix para salvar o servidor do site usando um alicate de unha e uma bomba de bicicleta….
Arteira de coração, Designer por gambiarra, aspirante a Historiadora e um Arremedo de viagens, filmes, livros, imagens, bichos, açúcar, tempero e tudo que há de bom. RPGista fanática e exagerada, me apego a gente ficcional. Me empolgo demais quando não devo e dou risada quando não posso. Amo piadas ruins e acho graça no caos.
