Estamos desapontadas porém não surpresas…
Em agosto deste ano, a Kotaku revelou uma história gigantesca sobre a cultura de discriminação de gênero dentro da Riot Games, criadora de League of Legends. Agora, uma ex-funcionária e uma funcionária resolveram entrar com uma ação coletiva contra a empresa. A reclamação completa pode ser lida em inglês, aqui.
De forma resumida, as reclamantes pedem que a empresa seja impedida de adotar as seguintes práticas discriminatórias:
a) pagamento de salários inferiores a mulheres em posições similares a de homens;
b) designação de mulheres para funções inferiores do que as dos homens, ainda que sejam mais qualificadas para as funções superiores;
c) promoção de homens com muito mais frequência do que de mulheres, ainda que estas tenham maior qualificação;
d) designação ou transferência de mulheres para posições menos remuneradas, apesar de possuírem maior qualificação; e
e) criação, incentivo e manutenção de um ambiente de trabalho que expõe as funcionárias mulheres à discriminação, assédio e retaliação com base em seu gênero ou sexo.
O texto é extenso, mas apresenta as diversas práticas adotadas pela empresa desde a contratação até as análises de desempenho, que criam um abismo entre o pagamento de funcionários e funcionárias (é sério, mulheres na mesma função ganhando 1/3 dos colegas homens) até o assédio sexual, comportamento inadequado e retaliação.
A cultura interna da empresa (Bro Culture, nos termos da reclamação) constitui literalmente um crime. E assim deveria ser, especialmente quando o objetivo é cometer violência simbólica contra as funcionárias mulheres.
A história completa (horrível e enfurecedora) pode ser verificada, em inglês, na página da Kotaku.
Fonte: TheMarySue
Débora é musicista, professora de artes, pesquisadora de sociologia de gênero. Autoproclamada otaku-não-fedida e gamer casual. A alcunha de Liao veio de um site aleatório de geração de nomes japoneses (Liao é chinês, mas tudo bem).