“QUESTION NUMBER ONE: DO YOU LIKE HURTING OTHER PEOPLE?”
(Pergunta número um: você gosta de machucar outras pessoas?)

Com Hotline Miami 2: Wrong Number chegando aí no terceiro trimestre de 2014 (agora!), me senti na obrigação de trazer o review mais completo possível desse jogo sensacional para você que já jogou e quer matar um pouco da saudade e ler algumas curiosidades interessantes. Para quem ainda não jogou e está na dúvida: não fique mais! Os ursinhos carinhosos esta análise está aqui para te ajudar!

Lançado em 2012 pelo estúdio independente sueco Dennaton, formado pela dupla Dennis Wedin e Jonatan Söderström, e publicado pela pequena produtora Devolver Digital, Hotline Miami popularizou-se dentro e fora do cenário indie, ganhando nota máxima em praticamente todos os reviews dos grandes canais de comunicação internacionais e tornando-se referência para diversos estúdios pequenos que desejam seguir pelo mesmo caminho.

Em plena era de gráficos absurdamente realistas e em alta definição, o game pega o caminho inverso: inspirado nos jogos 8-bits, transborda de boa e velha violência pura, abordando o tráfico de drogas, prostituição, pilhas de dinheiro e a brutalidade dos anos 80 em Miami – conhecida como a capital do caos neste período.
O jogo não coloca travas: insere palavrões e tripas em todos lugares, permitindo esmagar cabeças com os mais diversos itens achados pelo cenário, tudo em gráficos pixelizados que ajudaram a baixar um pouco da censura, criando o clima hostil perfeito para matar e ser morto. E tenha certeza: “You’re Dead” (você está morto) é a mensagem que mais aparecerá na sua tela por algumas horas só na fissura de ir quantas vezes for preciso. Apesar disso, não é só sobre mutilar ou desfigurar rostos: faz você se questionar sobre suas ações, mostrando a decadência psicológica sofrida por um serial killer e gerando reflexões mais profundas sobre a história.

“O que por$@ cê tá olhando?” – Nada não tio...
“O que por$@ cê tá olhando?” – Nada não tio…

Basicamente é um jogo de ação na qual você movimenta o protagonista por prédios, casas e estabelecimentos que funcionam como o QG dos mafiosos, planificados com câmera fixa no topo – como se você enxergasse a planta baixa do lugar – e seu único objetivo é limpar o local massacrando geral com quais objetos achar pela frente – seja enterrando uma furadeira no crânio, escaldando com água quente ou explodindo a cabeça com um taco de baseball. Pareceu psicótico? Então estamos na linha. É difícil, frustrante e tudo que sua cabeça consegue imaginar de xingamentos para os primeiros momentos, porém nada acaba tirando sua vontade masoquista de superar as limitações e seguir adiante pelos 19 capítulos + prelúdio e dois extras, totalizando 22 fases.

História e personagens

“QUESTION NUMBER TWO: WHO IS LEAVING MESSAGES ON YOUR ANSWERING MACHINE?”
(Pergunta número dois: quem está deixando mensagens na sua secretária eletrônica?)

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3 de abril de 1989, Miami, Florida
Após uma reunião com um trio usando máscaras de animais e fazendo perguntas sem respostas, você volta em suas memórias. Mensagens subliminares chegam à sua secretária eletrônica no que parece ser um código bastante óbvio para nós: são encomendas de homicídios com instruções para a matança, e é aí que entra Jacket (jaqueta) – o protagonista misterioso, sem passado, nome ou rosto e que pouco sabemos sobre.

Jacket: o protagonista enigmático
Jacket: o protagonista enigmático

Mora sozinho com seu Nintendinho e pilota seu fiel DeLorean (o mesmo modelo de carro do clássico “De volta para o futuro”) pelas ruas de Miami atrás de endereços para cumprir suas encomendas, dando uma parada no final da carnificina para buscar pizza, tomar umas biras ou alugar um filme em VHS (nostalgia pura), aproveitando para conversar com quem parece ser o único amigo que possui no jogo: o balconista desses lugares. Digo “o” único e não “os” porque sinceramente só existe um funcionário no jogo, a menos que seja uma família de quadrigêmeos univitelinos idênticos todos com o mesmo problema de visão e gosto para óculos, cortes de cabelo e barba.

 (Êêê, reaproveitamento de sprites, hein!)
(Êêê, reaproveitamento de sprites, hein!)

Parece ser óbvio que você é um assassino de aluguel, mas o personagem também não faz ideia do que está acontecendo, apenas segue ordens. A narrativa é bastante fluída e rápida, desenvolvendo-se de maneira instigante com idas e vindas no tempo, tratando no desenrolar dos problemas psicológicos consequentes das atitudes tomadas, e as coisas que pareciam triviais mostram ter um sentido profundo, sendo evidenciados no desenvolvimento e dando aquelas reviravoltas surpreendentes. Outros acontecimentos do cotidiano manifestam-se de forma sutil com mudanças de objetos no apê, jornais recebidos noticiando os crimes cometidos por Jacket, caixas de pizza largadas, ou sujeiras que aparecem ou somem.

Arte

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Em Hotline Miami a estética não está aqui para te agradar – o objetivo é deixar o jogador realmente desconfortável com toda a situação. Em um estilo único de pixel art com rostos deformados que se tornaram característicos de Dennaton, os ambientes cheios de detalhes com tapetes em chãos de madeira ou azulejo quadriculados são habitados por capangas bem vestidos e mau humorados. Os tons em transições de neons do background piscam cada vez que você, homem mascarado com jaqueta Varsity, espanca alguém ao som frenético de músicas eletrônicas, acrescentando aquele ar de psicodelia (ou seria psicose?) total e criando a atmosfera perfeita para a insanidade acontecer. Outra coisa interessante a se notar é quando algum objeto é pego, tanto comida quanto armas de fogo, facas e afins, o efeito sonoro é de uma arma sendo engatilhada – tudo fechando com a temática proposta.

Cocaine Cowboys/ Miami Vice/ Capangas de Hotline Miami
Cocaine Cowboys/ Miami Vice/ Capangas de Hotline Miami

Inspirações reveladas para o site Edge em 2012 incluem Cocaine Cowboys (2006) – documentário que fala como Miami nos anos 80 se tornou a capital do tráfico de drogas, desencadeando muitos assassinatos e levantando quilos de dinheiro -, Miami Vice (1984) – serie de TV que foi ao ar de 1984 a 1990, retratando as brigas entre gangues e policiais e inspirou a indumentária dos capangas – e a maior das referências (a ponto de incluir o nome do diretor Nicolas Winding Refn nos agradecimentos dos créditos) o filme Drive (2011).

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As músicas de Drive tem a mesma pegada das escolhidas para a soundtrack de HM, além da palheta de cores dos cartazes, o protagonista sem nome, o uso de máscara para esconder a identidade, os meios brutais e sangrentos de matança e o clima lembrarem de cara já pelo trailer. Assisti depois de jogar, e realmente dá para achar vários outros detalhes que levam a fazer mais comparações, até mesmo considerar o game como uma interpretação do filme com alguns retoques e acréscimos. Aos que não viram, dá só uma olhada nas cenas para já ir fazendo relações:
(Para os fãs de Bryan Cranston, ator que interpreta o Walter White/Heisenberg de Breaking Bad o filme é obrigatório)

A idéia para as máscaras surgiu quando a dupla se perguntou como eles se disfarçariam se não tivessem muito dinheiro para fazer roupas como as do Batman ou coisas do tipo. Quando Jacket coloca uma máscara, se torna outra pessoa, para ajudar a amenizar a culpa de se sentir responsável por seus atos – tudo foi culpa do “Richard” (sempre o Ricardão hahaha), além de também ser maneiro e adicionar um toque surreal. A preferência por máscaras de animais em específico surgiu das memórias ruins da infância de Wedin, em que ele tinha medo de animais agindo como humanos como no livro e série “The Wind and the Willows” (“O vento nos salgueiros”).

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O carro de Jacket é inspirado no clássico modelo DeLorean com pequenas modificações como as luzes dianteiras retráteis
O carro de Jacket é inspirado no clássico modelo DeLorean com pequenas modificações como as luzes dianteiras retráteis

Jogabilidade

“QUESTION NUMBER THREE: WHERE ARE YOU RIGHT NOW?”
(Pergunta número três: onde você está agora?)

Hotline Miami pode ser definido na filosofia de tentativa e erro: você vai morrer inevitavelmente pelo menos umas 50 vezes, jogando muito por baixo! Tudo acontece muito rápido e grande parte das vezes não haverá tempo para pensar, é pegar a primeira arma que ver pela frente (pois punhos só serão realmente efetivos com a máscara “Tony – punhos de fúria”) e golpear o mais rápido possível a cabeça de quem vier. Quem bateu primeiro é o vitorioso e segundos definirão sua morte.

Há a possibilidade de tentar montar estratégias e altos planos infalíveis para passar do nível, mas não se apegue muito nisso: o sistema usa de aleatoriedade, e a cada morte as armas que aparecem no chão mudam e os inimigos podem fazer rotas diferentes, saindo de salas em que antes permaneciam. Éééé achou que aqui era barbadinha? Já dizia o grande sábio Yusuke UrameshiRapadura é doce, mas não é mole não!” Apesar disso, morrer não é uma experiência dolorosa aqui, pois reviver é rápido, só leva o tempo de pressionar o botão para reaparecer instantaneamente no início do andar (em fases com mais andares não precisa retornar dos locais anteriores).

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Antes de começar a chacina, você pode escolher qual máscara usará entre as que já adquiriu, cada uma proporcionando habilidades especiais diferenciadas – após é só taca-le pau Marcos em todos. Formas de matar é o que não falta: quase tudo no cenário são armas, que vão desde malas, panelas, tacos de sinuca ou baseball, furadeiras, espadas de samurai, diversos tipos de armas de fogo (Magnum, UZI, Shotgun entre outras) até objetos pequenos, como tesouras, garrafas, dardos, tijolos e por aí vai, desbloqueados de acordo com o desempenho e desenvolvimento e totalizando em 35 tipos diferentes. É um festival de opções para você se divertir fazendo jorrar sangue até escorrer para fora de sua TV/monitor.

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Os comandos são muito simples, mas é necessário um tempinho de adaptação (quem está acostumado com o modo de mira de Dead Nation vai ter mais facilidade). Lock on (travar mira) facilita um pouco as coisas, mas é preciso masterizar a transição dele nos personagens, pois a velocidade dos movimentos vai contar muito nos níveis mais a frente em que dobrará a quantidade de grupos unidos. Hotline Miami ainda conta com pequenos chefes, parecidos com o resto do pessoal, mas que precisam de mais porradas para morrer. Ao final de cada capítulo você recebe a pontuação para seu desempenho.

Trilha sonora

Aqui vou focar mais na ambientação do jogo e não nas escolhas ou equipe envolvida no projeto. Se quiserem curtir todas as músicas e saber mais curiosidades sobre os compositores, deem uma olhada aqui na postagem da “trilha sonora da semana” especial de Hotline Miami.

Certamente o ponto alto do jogo de Hotline Miami é a trilha sonora: não há um fórum que se vá que pelo menos uma pessoa não comente o quão boa ela é, sendo considerada por muitos uma das melhores trilhas de todos os jogos da atualidade. Batidas repetitivas que martelam em sua cabeça foram a escolha mais que perfeita para ambientar o cenário caótico criando um clima denso, deixando a tensão e a adrenalina a toda! Uma das coisas legais a se fazer para deixar a experiência ainda mais intensa é usar fones de ouvido quando estiver jogando: teste a “Crystals” de M.O.O.N. (19:02) para entender o que estou dizendo e ouvir as batidas flutuarem de um ouvido para o outro.

Minha preferida de longe é a “Hydrogen” (10:10), a que mais me deixa sanguenoszóio trazendo aquela vontade frenética de trucidar todos do cenário o mais rápido possível. E aí, quais as preferidas de vocês?

Apesar do soundtrack impecável, a tirada genial foi o uso do silêncio como ferramenta para perturbar o jogador ao final da carnificina: enquanto você estava ali repetindo diversas vezes alguma parte para aniquilar geral, a música é sua companheira, deixando-o em frenesi. Quando o local é limpo tudo se acaba, restando a você atravessar na volta entre pilha de corpos no silêncio inquietante com algumas poucas sirenes baixas.

Máscaras

“HERE’S A QUESTION FOR YOU… WHY ARE YOU WEARING THAT MASK?”
(Aqui está uma pergunta para você… Por que está usando essa máscara?)

As máscaras de borracha exercem uma função essencial para o protagonista: cada uma tem seu próprio nome (Phil, Carl, Rami, George e por aí vai) criando novas identidades para “Jacket” e protegendo-o do reconhecimento inimigo. Para nós, jogadores, elas dão habilidades especiais (ou simplesmente habilidade nenhuma, como a de Richard) como armas silenciosas, punhos mortais, visão além do alcance (Thundercats!) entre outros. São 26 no total, e é difícil de definir qual a mais útil e bizarra, isso dependerá do modo como cada player se comportará para ultrapassar os obstáculos.

Seria legal se a do unicórnio se chamasse Charlie e as coisas ao redor ficassem mais psicodélicas (hue)
Seria legal se a do unicórnio se chamasse Charlie e as coisas ao redor ficassem mais psicodélicas (hue)

Algumas servem somente para dificultar o jogo: se você estava achando fácil, teste Oscar que torna o ambiente mais escuro, ou Nigel que deixa seus comandos invertidos – há um achievement/trophy para quem conseguir passar uma fase com a de Nigel, e esse definitivamente foi um dos troféus mais mindfuck da lista. Há diversos Easter Eggs e homenagens prestadas através dos nomes – Phil, a máscara de peixe que faz tradução francesa (WTF!) é uma referência à Phillipe Poisson, mais conhecido como Phil Fish o levemente sociopata canadense francês criador de FEZ. Tony, mascara de tigre é uma referencia ao mascote do Sucrilhos Kellog’s.

Você pode ver outras curiosidades sobre as máscaras no blog oficial do Dennaton ou na Wikia destinada as informações e trivias do game.

Letras secretas para o final verdadeiro (enigma)

Tá vendo o amontoado roxo de pixel no meio do sangue ali embaixo logo próximo a parede? Aquilo é uma das letras  (e essa imagem está com zoom, quem dera se fosse visível assim)
Tá vendo o amontoado roxo de pixel no meio do sangue ali embaixo logo próximo a parede? Aquilo é uma das letras
(e essa imagem está com zoom, quem dera se fosse visível assim)

Para saber os reais fatos sobre o desfecho é preciso desbloquear o final verdadeiro. Em cada fase dos 16 capítulos inicias há uma letra caída no chão, se confundindo com os tons do cenário e com as marcas de sangue. A união de todas irá destravar um enigma essencial que serve como a senha de um computador cujas informações contidas nele mudarão o final do jogo, revelando a verdade por trás de todas encomendas de assassinato.

Enigma – as letras devem ser colocadas em ordem para formar uma senha
Enigma – as letras devem ser colocadas em ordem para formar uma senha

O enigma (puzzle) é fácil, já que quando é colocada a letra no lugar certo ela brilha em uma cor diferente (então é só ir testando), e está acessível a qualquer momento pelo menu de pause, mas são necessárias todas as letras para sua solução, não importando se daria para deduzir, o personagem é meio burrinho e precisa de todas, então “gotta catch ‘em all”!

Dificuldade e conquistas/troféus

O nível de dificuldade do jogo é hardcore na medida certa: você sofre, tem que parar e esfriar a cabeça, pode até dar alguns dias de tempo para relaxar e voltar, tentando passar os obstáculos novamente. Não é aquele game impossível que só os masoquistas ou quem vive 24/7 em casa conseguem, aqui é pela tentativa e erro, na repetição vai que um dia você passa. Segue a linha de Super Meat Boy no sentido das mortes não serem uma punição, o retorno é rápido e não é necessário o uso de vidas extras (nem ao menos existe uma barra de vida vsisível). Isso o diferencia dos jogos inspirados nos verdadeiros 8-bits de antigamente, que morrer significava voltar do início da fase ou até mesmo no início do jogo (o “Castle of Illusions” antigo define frustração)

Os ícones das conquistas são tipos de telefones
Os ícones das conquistas são tipos de telefones

Agora, se você quer que o negócio fique punk de verdade é só tentar fazer os achievements/trophies do jogo. Incluem desde conseguir 12x combo, eliminar 1989 inimigos ou derrubar 3 inimigos com uma mesma tijolada até tirar A+ em todas as fases ou usar todos os métodos possíveis para matar, o que é tenso.

Pontos Negativos

Difícil comentar algo que tenha incomodado muito a ponto de tornar Hotline Miami intragável, mas se tem uma coisa que irrita é o fato dos inimigos às vezes parecerem ter olhos nas costas. Você tem tudo calculado, os capangas estão distraídos e nada pode dar errado: a sua vitória era certa, não fosse por o protagonista ser feito de manteiga e derreter até mesmo com uma simples virada de corpo dos oponentes. O cara teria que pelo menos ter o tempo de levantar o bastão para te golpear, mas não, só de ele te encostar já era. Mas vamos considerar que é porque você não é treinado para isso, e os caras já tem experiência, é… Se apegue a essa idéia fortemente e o jogo será perfeito.

“Você não é uma pessoa legal, não é?”
“Você não é uma pessoa legal, não é?”

Nota: HM foi feito para ter dificuldade elevada, violência aos baldes e estética neo-retrô combinada a um gameplay melhorado, portanto se você não gosta de alguns dos itens citados, talvez esse jogo não seja ideal para você.

Conclusão da parte 1 análise

AND THE FINAL QUESTION: WHY ARE WE HAVING THIS CONVERSATION?
(E a pergunta final: por que estamos tendo essa conversa?)

Você vai terminar se questionando de sua sanidade e sedento por mais sangue e violência que Hotline Miami pode oferecer (além de estar com o ego lá em cima por ter conseguido finalizar). É um misto de sentimentos confusos, mas o mais massa é ver o retorno positivo do público, todos confirmando a qualidade do jogo. E é realmente isso: você se sente frustrado, mas ao mesmo tempo feliz e com vontade de explodir as cabeças de todos inimigos com um taco de baseball. Se você gosta de machucar outras pessoas? No jogo pelo menos essa resposta será sim, com toda certeza! Ou talvez todos nós precisemos de tratamento psicológico (HUE)

O tempo para zerar dependerá da quantidade de horas que você levará para se acostumar com os comandos. Possui legendas em português e está disponível para compra desde 2012 no PC para Linux, Mac ou Windows pelo GOG ($ 9,99) ou STEAM (R$ 16,99), saindo em 2013 para PS3 e PSVITA cross-buy pelo mesmo preço na Playstation Store (R$ 20,99) e ao que tudo indica, será lançado junto com o Hotline Miami 2 para o PS4.

Semana que vem voltarei aqui com curiosidades sobre o jogo!

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