Os recentes papéis do ator como vilão foram excelentes!
Giancarlo Esposito é um ator reconhecido por trazer a vida alguns dos melhores vilões do cinema e televisão. Mas o que é que torna o ator tão bom na interpretação de vilões? Sua carreira já se estende por mais de 40 anos, apesar de sua reputação ter se consolidado mais firmemente na última década. E o que mais surpreende é que o ator é uma pessoa tão agradável e afável quanto é possível ser, então o que o torna tão especial nesse tipo de papel?
O primeiro trabalho que o lançou ao estrelato foi certamente o de Gus Fring, em Breaking Bad, pelo qual recebeu aclamação crítica. Em 2020, ele interpretou três grandes vilões para a TV – reprisando o papel de Gus no spin-off de Breaking Bad, Better Call Saul.
Além disso, ele interpretou Stan Edgar em The Boys e Moff Gideon em The Mandalorian. Seu trabalho alcançou os videogames ano passado, interpretando Antón Castillo, o ditador fictício e principal antagonista em Far Cry 6. E o que se destaca em todos esses trabalhos é a sua capacidade de trazer à vida personagens moralmente questionáveis, o que é algo marcante em sua carreira.
E a principal razão para isso é simples: ele é um excelente ator. Ele consegue trazer cada um de seus personagens a vida dando a eles motivações transparentemente humanas, enquanto mantém um inumano ar de indiferença, fazendo com que os personagens se tornem simultaneamente simples e complexos aos olhos do público. Além disso, ele possui uma grande capacidade de injetar um humor casual em seus vilões, como pudemos verificar em sua participação em Community, e isso dá a eles um carisma ainda maior, que ajuda a alavancar a sua popularidade.
Um dos pontos fortes do ator é a sua compostura. Ele se mantém altivo e orgulhoso e possui a classe de um homem bem-sucedido, algo que o espectador médio vê facilmente como característica de um vilão. Ele oferece algo que apesar de familiar, é um pouco distante, e esta justaposição invoca algo que causa certo incômodo. E isso ficou evidente em seu trabalho como Gus Fring, em Breaking Bad. Seu comportamento frio e calculista é inesquecível, mas o personagem foi expandido na série spin-off, humanizando Fring e oferecendo a ele um passado mais palpável.
Isso também fica evidente em seu trabalho em The Boys, em que ele interpreta Stan Edgar. O personagem é o enigmático diretor da Vought Industries e chefe dos personagens mais poderosos da série. Edgar é outro personagem distante e calculista, e seu tom cortado e impessoal, com toques de crueldade, fazem com que ele seja a figura familiar do político inescrupuloso. Feliz em se manter nas sombras movendo os pauzinhos anonimamente, Edgar é o suprassumo do CEO malvado. Uma figura poderosa sem consideração por aqueles que estão abaixo. E isso é reforçado pela entrega perfeita das mais incômodas linhas por parte do ator, fazendo com que ele pareça sem qualquer tipo de emoção que o torne humano.
Essa caracterização levemente inumana também pode ser vista em seu trabalho como Moff Gideon, em The Mandalorian – um vilão cujo passado envolve trabalhos para o Império Galático, cometendo os atos mais horrendos em nome do imperador. Com todos esses personagens vilanescos, a escuridão parece estar escondida sob várias camadas de desprendimento profissional, o que ressoa em tantos vilões da história real. Sempre existem profundezas inexploradas nos vilões de Giancarlo Esposito, e isso é o que o torna tão diferenciado para interpretar personagens desagradáveis.
Texto traduzido e adaptado da Screenrant.
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Débora é musicista, professora de artes, pesquisadora de sociologia de gênero. Autoproclamada otaku-não-fedida e gamer casual. A alcunha de Liao veio de um site aleatório de geração de nomes japoneses (Liao é chinês, mas tudo bem).
