Muita emoção e litros de lágrimas!

Também conhecido pelo título inglês “A Silent Voice”, o mangá – de autoria da mangáka Yoshitoki Ooima – virou a sensação das últimas temporadas com o lançamento de sua adaptação para filme animado. A versão impressa possui 7 volumes completos, dentro dos gêneros: drama, vida escolar e shounen.

koe no katachi 1

A história conta, basicamente, sobre como o bullying pode mudar a vida das pessoas – inclusive dos agressores. Em Koe no Katachi, o agressor é Shouya Ishida, um garoto entediado que procura aliviar isso através do bullying contra uma colega surda recém transferida para sua escola.

A garota, chamada Shouko Nishimiya, sofria diariamente com as “brincadeiras” cruéis de Shouya – que por sua vez não parecia de fato entender a gravidade ou a extensão do dano que suas ações poderiam causar… Até o dia em que suas intimidações culminam na saída de Shouko da escola. Como resultado, outros colegas de classe começam a evitar Shouya e até revidar algumas das intimidações que a ex-colega de classe sofria nas mãos dele.

Cinco anos depois, Shouya é então um estudante do ensino médio determinado a corrigir seus erros – ele reencontra Shouko e inicia seu caminho em direção a redenção.

O mangá é uma obra valiosa e bastante educativa, principalmente levando em consideração que o Japão é um dos países que mais sofrem com o bullying escolar. Eu o tenho em alta conta especialmente porque ele não é uma narrativa fechada, muito pelo contrário. Koe no Katachi demonstra de forma simples e emocionante o que muitas pessoas deixam de perceber quando veem casos de bullying, que resumo nos itens a seguir:

  1. Não existem maneiras simples da vítima de bullying “revidar” ou evitar o bullying.
  2. Os agressores muitas vezes realmente não sabem mesmo o dano que causam, inclusive porque procuram justificar os atos com argumentos como “é só uma brincadeira, não tem nada demais”. Principalmente quando são crianças.
  3. Aqueles que estão na extremidade receptora da história muitas vezes “demonizam” os opressores:  não é todo mundo que cogita a possibilidade do agressor se arrepender ou ser digno de perdão.

O mangá trata esses assuntos com muita maturidade, inclusive não se mantendo distante da realidade – mesmo sendo uma história fictícia. Ele demonstra de forma bem suave como é importante que as pessoas compreendam que bullying nenhum pode ser desfeito apenas com pedidos de desculpas, mas que o arrependimento sincero deve ser valorizado. No caso de Shouya, a culpa o consumiu tanto que ele quase se suicida. Daí a razão para eu achar esse mangá tão sensacional: a justiça só aparece de verdade quando se vê os dois lados da moeda, quando entendemos os porquês da história.

koe no katachi 2

E então você segue o enredo dividido entre sentir pena ou admirar ambos os personagens. Koe no Katachi acaba sendo uma boa fonte de esperança para quem passa ou já passou por situações assim. Principalmente quando a questão é recomeçar e tentar fazer o certo.

Uma curiosidade interessante é que a editora responsável por publicar o mangá no Japão reuniu o departamento jurídico da empresa e fez uma extensa pesquisa com a Federação Japonesa dos Surdos, o que demonstra uma sensibilidade muito bacana e mais proximidade da realidade dos surdos também. Tanto o mangá quanto o filme ganharam vários prêmios, inclusive o famoso prêmio cultural Osamu Tezuka.

O filme foi ao ar em setembro do ano passado pela Kyoto Animation e também recebeu inúmeras criticas positivas; é um dos filmes com pontuação mais alta no MAL. Você pode conferir o trailer dele abaixo:

Por fim, a história é linda de doer, recomendo muito!

A NewPOP anunciou ontem o lançamento do mangá, então ainda não temos detalhes sobre a impressão ou valores das edições. Fiquem ligados que logo logo traremos novidades! (:

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