Uma listona bem completa!

Gosma. Violência. Monstros bizarros de dimensões alternativas tendo seus tentáculos arrancados por crianças que deveriam estar fazendo seus deveres de casa, em vez de salvar o mundo. Mas sinceramente, quem mais poderia fazer isso? Claro que não seria o governo, o exército e definitivamente não seriam os cientistas que trabalham naquele laboratório na saída da cidade que está fazendo com que os ratos da região brilhem no escuro.

Esse é o tipo de entretenimento que séries como Stranger Things nos oferece, e agora que a quarta temporada terminou e não temos previsão de lançamento da próxima, trouxemos uma longa lista de recomendações de filmes e séries para TV que irão ajudar a suportar a espera. Alienígenas. Monstros. Crianças em idade escolar sendo cobertas por restos dessas criaturas. Tanto novos quanto antigos. Aproveitem!

Super 8 (2011)

Antes de Stranger Things, nós tínhamos Super 8, a primeira carta de amor aos filmes de Spielberg nos anos 1980, escrita na década de 2010. J.J. Abrams se inspira em todos os elementos possíveis, do xerife de Tubarão (1975) ao grupo de crianças em suas bicicletas no estilo E.T. O Extraterrestre (1982) lidando com a dupla ameaça de alienígenas e das agências hostis do governo. O filme homenageia tanto o estilo de Spielberg, com direito ao efeito de luz na lente, ao ponto de que chega a parecer uma sequência de sua obra.

Ainda assim, o diretor consegue apresentar uma doce história sobre amadurecimento de um jovem chamado Joe (Joel Courtney), que como Abrams e Spielberg, lida com suas inseguranças fazendo filmes na câmera Super 8 em seu quintal – especialmente porque seu pai (o xerife) mal tem tempo para ele após a morte de sua mãe.

É bonitinho, mesmo que Stranger Things tenha feito melhor alguns anos depois. E além disso, o filme deu um papel de destaque para a jovem Elle Fanning, como a vizinha fodona de 13 anos do protagonista. Ela não tem super poderes, mas deixa sua marca como a iconoclasta que lidera esses nerds em sua aventura extraterrestre.

Sweet Home (2020)

O apocalipse não chegou apenas em Hawkins, Indiana. Em Sweet Home, da Netflix, adaptação da popular webtoon criada por Kim Carnby e Hwang Young-chan, o fim do mundo também ameaça a cidade sul-coreana em que vive Cha Hyun-soo. Sua mudança para o seu primeiro apartamento coincide com a chegada de um grupo de monstros de fantasia que querem destruir a humanidade. Com seu prédio em quarentena e a infecção monstruosa se espalhando pela sua vizinhança, Cha Hyun-soo tem que descobrir em quem pode confiar e como sobreviver. A série de suspense e sobrevivência tem 10 episódios e foi lançada na Netflix após o imenso sucesso de Round 6 (Squid Game) e Hellbound, já tendo sido renovada para mais duas temporadas. Nela você vai encontrar violência, monstros em CGI, um design de criatura similar ao de Stranger Things e uma criatividade macabra dos filmes de terror coreano.

Prova Final (1998)

Prova Final é o quarto filme de Robert Rodriguez, e o filme de terror e ficção científica é uma interessante homenagem aos filmes do estilo “homem vs. Monstro” dos anos 1950, como Vampiros de Almas (1956) e O Monstro do Ártico (1951). Na verdade, “Vampiros de Almas no Ensino médio” seria um título justo para esse filme sobre adolescentes, que reúne um elenco com Josh Hartnett, Jordana Brewster, Clea DuVall, Famke Janssen, Robert Patrick, Usher, Jon Stewart e Elijah Wood.

A trama é clássica: quando alienígenas parasitas começam a infectar os professores da Escola Harrington, tomando os seus corpos, um improvável grupo formado por adolescentes populares, nerds e excluídos é o único capaz de impedir que os invasores tomem o resto de sua cidade. O filme oferece raiva adolescente, mas te prende com as piadas grotescas e desenvolvimento da trama.

Buffy, A Caça-Vampiros (1997-2003)

É claro que Buffy estaria nessa lista. É Buffy! A série é sobre alunos do ensino médio enfrentando demônios, flertando e se apaixonando, por sete temporadas. A história é sobre uma garota que tem a força para lutar contra todas as forças sombrias do mundo, e que voltou a ganhar notoriedade nos últimos anos por conta do comportamento inapropriado do seu showrunner por trás das câmeras. E apesar dessa necessária exposição dos problemas ter manchado um pouco a obra, a história continua incrível. Parte do público pode sofrer achando que a série está datada, mas Buffy jamais deixará de ser uma coleção de ótimas histórias de terror fantástico, baseado na máxima que o Ensino Médio pode ser o inferno (literalmente).

It: A Coisa (2017) e It: Capítulo Dois (2019)

A obra-prima do terror de Stephen King, escrita em 1986, já foi considerada inadaptável para o cinema, mas o diretor Andy Muschietti provou que isso não era verdade com a sua adaptação em duas partes, que entrega não apenas uma comovente história sobre amadurecimento, mas também muitos sustos. O primeiro filme é ambientado no ano de 1989 e conta a história de um grupo de amigos que se intitulam como O Clube dos Perdedores, e que acabam enfrentando a criatura sobrenatural comedora de gente que habita os esgotos de sua cidade. Em seu capítulo de abertura é que o diretor consegue prender o público, utilizando um elenco jovem, amável e encantador, assim como o reunido pelos irmãos Duffer, em Stranger Things.

A sequência, por sua vez, traz um elenco com mais estrelas, incluindo Bill Hader, Jessica Chastain e James McAvoy, mas é o grupo original de jovens atores que prova ser o coração da história, e é triste vê-los crescer como adultos desiludidos no capítulo 2. Dito isso, quando falamos sobre o vilão principal, Bill Skarsgård é consistentemente aterrorizante como Pennywise, o Palhaço Dançarino. Nem mesmo Vecna tentaria mexer com ele.

Profecia do Inferno (2021)

O enorme sucesso de Round 6 ao redor do mundo converteu milhões de pessoas que não falam coreano ao gênero do K-drama, abrindo caminho para séries como Profecia do Inferno (Hellbound). A trama se passa em uma Coréia de um futuro próximo, em que visitas sobrenaturais condenam as pessoas ao inferno em um momento específico do futuro. Quando o prazo termina, monstros se manifestam e matam violentamente a pessoa, em atos que alguns interpretam como angelicais, enquanto outros entendem ser demoníacos. Os seis episódios abordam questões existenciais como fé, cultos, pós vida, pecado e punição, de uma forma ultra violenta. Assista só se tiver estômago forte. Mas se os demogorgons explodindo e as criaturas grotescas foram o que te atraíram em Stranger Things, essa série de terror fantástico mais do que irá suprir as suas necessidades.

Ataque ao Prédio (2011)

Após a queda de um meteoro em sua vizinhança, o inferno começa para uma gangue de rua do sul de Londres, que subitamente percebe estar no centro de uma invasão alienígena. Agora, esses desajustados precisam se preparar para defender a sua vizinhança dos extraterrestres assassinos, em um filme de ação e ficção científica escrito e dirigido por Joe Cornish. E esse filme não apenas possui muitas similaridades com Stranger Things – com sustos, monstros e mortes violentas – mas também conta com John Boyega e Jodie Whittaker, antes de estrelarem Star Wars e Doctor Who, respectivamente. O filme é uma mistura perfeita de ficção científica e terror, que certamente prenderá a atenção dos fãs de Stranger Things.

Lovecraft Country (2020)

A nostalgia dos anos 1980 de Stranger Things e o cenário de terror dos anos 1950 de Lovecraft Country são claramente duas propostas com contextos diferentes, então talvez não seja possível buscar muita semelhança além do enfrentamento de monstros no passado dos EUA. A série de Misha Green para a HBO conta a história de dois jovens afro-americanos (Jurnee Smollett-Bell e Jonathan Majors) em uma perigosa viagem pelos EUA da segregação racial em busca de um homem desaparecido. Nesta viagem, eles enfrentam o terror do racismo e criaturas inspiradas na obra de H.P. Lovecraft. É uma exploração visionária e politizada do racismo sistêmico presente na sociedade estadunidense, por meio de um conto de terror que passa por marcos históricos reais. Infelizmente para os fãs, não teremos uma segunda temporada. Mas Lovecraft Country é certamente uma obra-prima que deve ser vista por todos os fãs do gênero do terror fantasioso.

Clube do Terror (1990)

Em breve deve estrear a terceira temporada da boa readaptação da série Clube do Terror, que desde 2019 trouxe de volta a antologia dos contos de terror ao lado da fogueira. Mas se você quer que a nostalgia estilo Stranger Things bata com força, você precisa ver a série original. É nela que Zeebo, o palhaço e o Risonho Medonho aparecem, prontos para trazer os medos da sua infância de volta. A série infantil de terror canadense teve sete temporadas no total, antes de seu reboot. A Sociedade da Meia Noite – um grupo de crianças que se reúne para contar histórias assustadoras – é composta por personagens mais jovens do que os de Stranger Things, mas as semelhanças são diversas. Além disso, a série merece ser reconhecida por criar monstros realmente assustadores sem a tecnologia de CGI e o orçamento imensos que a Netflix teve a sua disposição em Stranger Things.

A Hora do Espanto (1985)

Falando tecnicamente, tanto a versão antiga de A Hora do Espanto (lançada em 1985) quanto o surpreendente remake de 2011 podem suprir a necessidade de ver jovens derrotando monstros. Porém, se você quer uma vibe mais Stranger Things, a versão original é mais próxima, porque está lotada de características da Geração X, que mesmo na época já sendo um pouco bregas marcam presença neste filme.

Vejamos por exemplo, que o motivo que leva o jovem Charley Brewster (William Ragsdale) a suspeitar que o seu vizinho é um vampiro é o fato de que o garoto assiste muitos filmes de terror transmitidos de madrugada pela rede de TV local, em um programa apresentado por uma antiga estrela de filmes de terror dos anos 1960, Peter Vincent (Roddy McDowall). Juntos, Charley, um cético, mas desesperado Peter, e dois outros jovens tentam ver de perto as presas de Chris Sarandon, ficando presos em um filme antigo de vampiros ambientado em uma escola – com todas as características dos filmes de terror dos anos 1950 – mas em um mundo cheio de neon e acordes de sintetizador. Parece algo que conhecemos.

Perdidos no Espaço (2018)

O reboot ruim lançado em 1998 deste clássico dos anos 1960 jogou as expectativas sobre a nova versão da Netflix lá no chão. E as expectativas ficaram abaixo do que foi recebido, porque o novo Perdidos no Espaço foi bem feito, divertido, com ótima tecnologia, um grande orçamento em efeitos especiais e um elenco sólido. Ele oferece tudo que uma série de crianças vs alienígenas pode oferecer, assim como Stranger Things, com destaque tanto para o elenco adulto quanto infantil. Todo mundo conhece a história (e se não conhece, o título é bem claro): a família Robinson está presa em um planeta misterioso depois de alienígenas atacarem a sua nave espacial colonizadora. Lá eles devem lidar com outros humanos perdidos, robôs alienígenas, com seus próprios dramas de família, e bem, é isso. É brilhante, divertido, e apresenta um equilíbrio entre a série original e o novo cenário pós-apocalíptico. A série já conta com três temporadas.

Locke e Key (2020)

Sentada tranquilamente entre Riverdale e O Mundo Sombrio de Sabrina, como uma das boas adaptações de quadrinhos para jovens adultos de fantasia e terror, Locke e Key é definitivamente uma boa indicação para fãs de Stranger Things. Inspirado na série de quadrinhos de Joe Hill e Gabriel Rodriguez, essa mistura de fantasia mágica e travessuras na escola tem visuais sinistros e é o tipo de obra que você fica com vontade de maratonar. Carlton Cuse (Lost) e Meredith Averill (A Maldição da Residência Hill) são os showrunners, e a série conta a história do retorno da família Locke ao seu lar ancestral – Keyhouse (sim, trocadilho com chave e fechadura em inglês), que está cheio de chaves mágicas escondidas que as crianças de Locke devem encontrar e aprender a usar. Não se engane achando que é uma história leve e fofinha, pois apesar da premissa, a série não tem medo de se tornar sombria.

Deu a Louca nos Monstros (1987)

É irônico que a Universal Pictures tenha tido tanta dificuldade para recriar esse filme clássico para um público moderno e que a TriStar tenha conseguido – ao menos quando os anos 1980 eram considerados modernos. Essa obra surgiu das mentes de Shane Black (um ano após Máquina Mortífera, seu primeiro sucesso após sair da escola) e de Fred Dekker (A Noite dos Arrepios). Juntos, eles apostaram no popular conceito dos jovens partindo em uma aventura, mas esses jovens são góticos metidos a inteligentes.

Então o que você faz quando é um garoto e descobre que Drácula, o monstro de Frankenstein, o Lobisomem, a Múmia e até mesmo Gil-Man, de O Monstro da Lagoa Negra, todos eles, se mudaram para a sua pequena cidade natal? Se junta com seus amigos e parte pra cima deles, é claro.


Texto traduzido e adaptado do Den of Geek.

Leia mais sobre Stranger Things aqui no site!

Compartilhe: