Olá meninos e meninas! O post dessa semana é sobre uma garota de cabelos cor de rosa que não leva desaforo pra casa: Utena!

Shoujo Kakumei Utena é um mangá shoujo (mangá direcionado ao público feminino) um tanto antigo desenhado pela mangaká Chiho Saito, com roteiro do grupo Be Papas e publicado no Japão entre 1996 e 1997 com um total de 6 volumes.
Também possui uma adaptação em anime – produzido pelo estúdio J. C. Staff e exibido na Tv Tokyo entre 2 de abril e 24 de dezembro de 1997 – e um filme em animação “Shoujo Kakumei Utena – Adolescence Mokushiroku” lançado em 1999. Inclusive há um jogo de videogame produzido pela SEGA para o Sega Saturn. O mangá foi publicado no Brasil pela JBC em 2009 num total de 10 volumes e mais dois do mangá adaptado a partir do roteiro do filme com o nome de Utena – Uma Aventura Mágica.

Me lembro de ter ouvido falar sobre Utena em uma antiga revista sobre animes e mangás que eu costumava ler na adolescência (apesar da cara, já passei dessa fase da minha vida faz tempo! xD). Na época eu não me interessei nem um pouco porque achei a sinopse um tanto… esquisita. Aliás, falar de Utena sem ser um texto esquisito é uma missão impossível, mas o mangá consegue usar essa esquisitisse a seu favor e na primeira chance que dei à história – eu adorei!

Capa do mangá baseado no filme de Utena
Capa do mangá baseado no filme de Utena

Ok, e a história?
Utena Tenjou é uma garota considerada rebelde. Órfã de pai e mãe em um acidente, ela foi salva quando criança por um príncipe que lhe deu um anel com o emblema de uma rosa e disse que se ela se mantesse nobre de coração, o encontraria novamente no futuro. Portanto, Utena resolve utilizar o uniforme masculino na escola e até um estilo menininho, levando inúmeras advertências, pois assim ela conseguiria afastar as pessoas de si de forma a manter-se “nobre” (seja lá o que isso signifique…). Um belo dia, um rapaz muito similar ao salvador da garota aparece pelas redondezas e ainda por cima utilizando o mesmo anel com o emblema da rosa. É então que Utena descobre que o anel é dado aos membros do Conselho de Estudantes da Academia Othori – uma famossísimo colégio particular – e ela decide se transferir para lá a fim de encontrar seu príncipe.

Até agora parece um shoujo normal, mas é quando Utena chega no novo colégio que ela descobre que as coisas não são nem um pouco o que ela esperava. Decidida, através de sua postura tomboy, a ser sua própria heroína, Utena causa furor por onde passa na nova escola, conseguindo inúmeros fãs, seja por sua habilidade nos esportes, sua recusa em utilizar o uniforme feminino, ou sua beleza e independência – Utena acredita que melhor do que ser uma princesa a ser salva, é ela mesma ser o príncipe. <3 E nessa sua aventura atrás do seu primeiro amor de infãncia pelos corredores da Academia, Utena acaba, sem querer, desafiando Kyoichi Sayonji, um rapaz extremamente orgulhoso e violento, para um duelo de esgrima, já que Utena o tinha visto maltratar sua namorada Himemiya Anthy e a garota não poderia deixar aquilo passar em branco (Utena justiceira mode: ON!).

Manga Shoujo Kakumei Utena

Entretanto, o que parecia ser um simples (simples?) duelo de esgrima, se transforma em mais uma revelação para Utena, que só pôde duelar com Sayonji por ter o anel; o “Selo da Rosa”. Utena, a princípio, não entende muito bem o que aquilo significa, e ao vencer Sayonji no duelo ela recebe o prêmio que é… Himemiya! Isso mesmo, a namorada do garoto!
Himemiya é a “noiva da rosa”! Portanto, quem tiver o Selo da Rosa e derrotar o atual campeão em um duelo, leva a garota de presente e pode usá-la da forma como bem entender, seja como empregada, companhia, até serviços mais… ~avançados~, por assim dizer.

A partir de então, Utena e Himemiya passam a dividir o mesmo quarto em um dos alojamentos da escola e Utena é então desafiada pelos outros membros do conselho que também querem vencer, porém a maioria não se interessa pela noiva da rosa – eles querem o “poder de revolucionar o mundo” ou “o poder de dios” que acompanha a garota (se bem que ninguém sabe exatamente o que é esse tal poder aí – aliás, ninguém sabe nem ao menos explicar de onde veio essa ideia de duelar, nem quando isso começou).
Conforme mais personagens vão aparecendo e a história vai se revelando, tomamos conhecimento de um esquema sinistro de manipulação de um dos personagens sobre os outros, tudo isso para conseguir colocar as mãos no poder de dios.

Exemplar da Keyko do mangá de Utena!
Exemplar da Keyko do mangá de Utena!

Em Utena nada é o que parece ser. Personagens que parecem malvados possuem seus motivos e até os que soam inocentes, podem não ser tão ingênuos assim. Fora isso, há vários temas polêmicos abordados no mangá, como o abuso em relacionamentos, o preconceito contra o sexo feminino, um pseudo-romance lésbico, a ganância por poder que distorce o julgamento do certo e do errado, e muitos outros.
Talvez a característica mais marcante de Utena seja que história desmistifica o príncipe encantado e desafia o papel dos gêneros impostos pela sociedade – lembrando que o mangá e o anime vieram na época de ouro das princesas Disney, normalmente consideradas as propagadoras do modelo antiquado de vida separado às mulheres (como aquela sua avó que insiste que se você não quer se casar e ter filhos, você é a ovelha negra da família).

Duelar e salvar uma moça indefesa não é tarefa só do mocinho da história, pelo contrário, qualquer pessoa independente do gênero pode ser um herói/heroína. Utena é o tipo de garota que resolve tudo na ponta da espada ao invés de chamar as pessoas pra conversar, bem diferente de personagens como Tohga Kiriyu – presidente do conselho dos estudantes e mulherengo que usa a sedução para exercer sua influência, inclusive em cima de Utena. Mas a garota não é boba e percebe que o tipo de homem que Tohga é e trata de tomar cuidado com ele. Logo os membros do conselho percebem que a garota é subersiva demais pra ser controlada e isso pode ser um problema.

Capa do volume 10 publicado pela JBC
Capa do volume 10 publicado pela JBC

E o anime?
Já o anime de Utena segue a história mais ou menos da mesma forma que o mangá, porém com diferenças notáveis, em sua maioria na índole dos personagens. Na animação, Tohga é ainda mais filho de meretriz em suas ações, Himemiya é muito mais sensual e não aparenta tão inocente como no mangá e Juri Arisugawa, garota excelente na esgrima e também duelista da rosa, no mangá tem uma admiração romântica por Tohga, mas no anime ela é mesmo apaixonada por sua amiga (nem um pouco lésbica) Shiori. Além disso, ainda há alguns personagens que só existem nessa versão animada e outros que só existem no mangá.

E o veredito é?
Vale muito a pena acompanhar as aventuras de Utena tentando se entender com Himemiya e tendo que sobreviver aos duelos contra os outros alunos, enquanto descobre junto com a protagonista a origem dos duelos e o que é o poder de dios. Utena é um modelo para as garotas que não se encaixam no perfil de princesa e dispensaram o uso do salto alto na conquista do mundo – e chegaram lá mesmo assim! <3 Deixo vocês com a abertura do anime! Até semana que vem! o/ http://www.youtube.com/watch?v=HL25C0H9vVw

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