Você acha chato ver duas pessoas jogando um jogo de tabuleiro com pedras pretas e brancas? Eu também pensava assim, até o dia que conheci um certo mangá… Aqui estou falando especificamente do jogo chamado Go, que consiste em ganhar territórios utilizando suas pedras. Antes, eu não olharia duas vezes para o jogo. Agora, eu estou até tentando aprender como se joga… Mas que mangá é esse que mudou tanto minha opinião? Ora, nenhum outro que não Hikaru no Go, um dos meus mangás favoritos, que tem seu cantinho especial aqui na minha estante!

Minha coleção de Hikaru no Go <3 Buraco na coleção por motivos de: está em outro lugar da estante, mas só reparei depois de tirar a foto e agora estou longe dela, snif.
Minha coleção de Hikaru no Go <3 Buraco na coleção por motivos de: está em outro lugar da estante, mas só reparei depois de tirar a foto e agora estou longe dela, snif.

Hikaru no Go foi escrito por Hotta Yumi, desenhado por Obata Takeshi (sim, o grande mestre que desenhou Death Note), e publicado no Japão entre 1998 e 2003, na revista semanal Shounen Jump. Também foi publicado aqui no Brasil, pela JBC. Além disso, Hikaru no Go foi transformado em anime, teve três jogos (Hikaru no Go, Hikaru no Go 2, Hikaru no Go 3), esteve presente com personagens de suporte no jogo Jump Super Stars e ganhou dois prêmios, o Prêmio Shogakukan de Mangá e o Prêmio Cultural Ozamu Tezuka. Também acho válido informar que o mangá foi supervisionado tecnicamente por uma jogadora profissional de Go, Umezawa Yukari.
Para quem quiser se informar um pouquinho mais sobre essa guerra de territórios Go, vou deixar um link aqui. Eu também aceito uma ajuda pra apender a jogar direito XD.

Enredo

Tudo começa quando Hikaru, o personagem principal, vai para o porão de seu avô aprontar achar alguma coisa para vender, sem pedir permissão, e conseguir uns trocados porque ele tirou 0.8 em uma prova e está sem mesada. Eis que ele encontra um tabuleiro velho do Go, chamado de Goban, de seu vô e decide vendê-lo. Ele nota, então, uma mancha no tabuleiro, que parece sangue, mas, ao mostrar para Akari, sua amiga de infância (que está lá contra sua vontade), Hikaru descobre que apenas ele está vendo a mancha. O negócio fica ainda mais macabro quando Hikaru começa a ouvir vozes que mais ninguém escuta. Aí a coisa pira de vez quando um fantasma com roupas tradicionais japonesas aparece, agradecendo a Deus por lhe dar mais uma oportunidade de voltar ao mundo dos vivos, e temos, em seguida, Hikaru desmaiando. Mas espere aí, não fuja ainda, o mangá não tem nada a ver com terror! Muito pelo contrário, Sai é o fantasma mais fofo que já vi peraí, eu nunca vi um fantasma…. Enfim, o resultado da busca de Hikaru foi ser possuído (ou algo próximo a isso) por um fantasma amante de Go, chamado Fujiwara no Sai (ou Sai, do clã Fujiwara). Agora, para onde quer que vá, ele vai acompanhado do espírito, que fica tagarelando em sua cabeça, implorando para que Hikaru o deixe jogar Go. Assim, o garoto começa a ser introduzido ao mundo do Go, aprendendo aos poucos as regras, a maneira de segurar as pedras e as várias técnicas, e aos poucos se apaixonando pelo jogo.

O primeiro encontro de Hikaru e Sai...
O primeiro encontro de Hikaru e Sai…

Pontos positivos

Nem sei por onde começar. Eu simplesmente amo Hikaru no Go. Mesmo sem entender nadica de nada sobre Go, eu ficava aflita e grudada em cada partida mostrada no mangá. Não sei se é o efeito da arte do Obata Takeshi ou da história e enredo da Hotta Yumi, provavelmente os dois juntos, mas eu definitivamente amei o mangá. Muitas vezes me peguei mais entusiasmada com as partidas de Go de Hikaru no Go do que com cenas de lutas de mangás de ação, que às vezes não passam tanta emoção. Eu acho que deve ser difícil mostrar emoção em um jogo em que você fica parado colocando pedras em um tabuleiro, mas os dois autores fizeram isso de maneira esplêndida.
Eu também gostei muito da evolução dos personagens, principalmente do Hikaru. Ele amadurece tanto física como mentalmente, assim como seu eterno rival, Akira. Devo admitir que acho o Hikaru crescido bonitão, hahaha!! Eu também gostei do fato de que, mesmo com toda a evolução, a personalidade dos personagens não mudou totalmente. Hikaru continuou com o jeito meio largado, tirando na hora das partidas, e Akira continuou um gentleman. Menos com o Hikaru, aí os dois brigam mesmo.

Como essas crianças crescem!
Como essas crianças crescem!

Acho que sobre a arte nem preciso comentar muito, não é? Quem conhece o Death Note ou Bakuman já deve saber como a arte do Obata Takeshi é bonita e muito bem feita. O que eu mais gosto é da intensidade que ela passa nas horas ehm.. Intensas. A expressão dos personagens, o fundo escuro, tudo deixa a gente vidrado em cada quadro de cada página.

Personagens

Agora falando um pouco dos personagens. Acho que já deu pra perceber que o Hikaru é um pouco ~da pá virada~, não é? Afinal, quem decide simplesmente vender as coisas de outra pessoa sem permissão? Mas como eu já disse, adorei sua evolução e amadurecimento, ele se tornou um personagem bem mais interessante com o tempo, eu pessoalmente achei que ele ficou bem mais carismático no final do que no início. Também penso assim sobre o Akira, ele sempre foi o garoto fofinho e educado, mas conforme ele foi mudando, depois de encontrar com o Hikaru, se tornou uma pessoa mais intensa, com mais garra, isto é, ele ficou muito mais interessante!
Ah, não posso deixar de falar do Sai, não é mesmo? Apesar de ser o personagem que, a meu ver, menos se desenvolveu durante a trama, ele é um dos que mais se fixou no meu coração. Lindo, com um forte senso de justiça, principalmente com relação à Go, um homem fantasma apaixonado pelo seu hobby (campanha pessoal: todo mundo que quer ser interessante deveria achar um hobby!) e muuuito fofo, principalmente descobrindo sobre as modernidades do mundo atual. Tem como não amar? Mas enfim, eu acho que o baixo desenvolvimento de Sai como personagem se deve ao fato de que ele seria o mentor de Hikaru, quando analisamos o enredo pela Jornada do Herói, então não considero esse fato um ponto negativo.

Sai <3
Sai <3

Pontos negativos

Eu queria maaais!!! Ahem. Teve gente que não gostou muito do final, dizendo que ficou muito vago, mas eu achei bom. Os autores mostraram algo mais profundo, eles direcionaram meus pensamentos tanto pro futuro quanto pro passado não só lá no mundo do mangá, mas eu também carreguei o final para o nosso mundo. Vou deixar meio vago assim mesmo, não vou explicar direito minhas razões para ter gostado do final para não deixar spoiler pra quem não leu, mas quem quiser saber pode sempre deixar um comentário aí embaixo que eu respondo! Mas por favor, se forem dar algum spoiler, eu peço que avisem com letras garrafais antes pra não estragar a diversão de ninguém!

Anime

A história também possui sua versão em anime, que por alguma razão mística, eu demorei para procurar e assistir. Acontece às vezes com mangás que adoro, talvez seja o medo da decepção, hahahaha. Porém, quando eu assisti, não me arrependi, apesar de achar o mangá mais emocionante. Um detalhe que gostei muito no anime é que no final de cada episódio uma profissional de Go nos ensina alguma coisa sobre o jogo, desde o comecinho, pra quem não entende nada mesmo (tipo eu antes… agora eu entendo as regras, mas jogo muito mal).

E aí, se interessou? Você pode encontrar facilmente em português e inglês! Aqui deixo o link da versão em português da JBC. Então leia, se divirta, sorria, chore e sinta toda a intensidade que essa história maravilhosa vai te proporcionar!

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