Olá, meninos e meninas! O post desta semana está repleto de triângulos amorosos, acidentes hilários, colegiais e… animais!

Estamos falando de Fruits Basket, mangá shoujo de autoria de Natsuki Takaya, publicado no Japão entre 1999 e 2006. A série possui uma adaptação em anime com 26 episódios e foi publicada no Brasil pela JBC, num total de 23 volumes.

Vamos ao que interessa:
A história gira em torno de uma colegial chamada Tohru Honda que é muito azarada. Perdeu a mãe em um acidente de carro e agora seu único parente mais próximo, o avô materno, decide reformar a casa e diz a ela para morar com uma amiga. Como Tohru percebe que nenhuma das duas únicas amigas que tem teria condições de acomodá-la, a garota resolve ir morar em uma barraca. Isso mesmo, uma barraca em um terreno qualquer por aí. Mas é então que finalmente a sorte lhe sorri, já que o terreno onde ela instala sua barraca pertence à família Sohma – uma família muito rica e conhecida. Yuki Sohma, intitulado o “príncipe” da escola, estuda na mesma classe que Tohru e é o responsável por descobrir a moça e sua barraca no quintal da própria casa que divide com Shigure Sohma, o dono do imóvel e que trabalha como escritor de romances. É então que os rapazes, compadecidos pela situação da moça, a convidam para morar na casa deles em troca de serviços domésticos (sacomé né? Casa onde só tem marmanjo a coisa é séria xD).

Tohru Honda é muito doce (mas não é uma protagonista chata) e sempre pensa em não dar trabalho para ninguém, então aceita a proposta já que assim não estaria morando de graça (pra mim isso é exploração de menores xD). Porém, logo no começo de sua estadia na casa dos Sohma, um outro membro da família chamado Kyo aparece de repente e desafia Yuki para um luta sem perceber a presença da garota na casa. A confusão começa quando Tohru se desespera e abraça o novo visitante numa tentativa de fazê-lo parar e ele… se transforma em um gato. HEIN? (Ranma ½ feelings!)

E a coisa ainda ficaria mais confusa ainda quando, na sequência, ela acaba por abraçar Yuki e Shigure, e os dois se transformam em um rato e um cachorro, respectivamente – e detalhe: todos animais falantes!
A parte mais hilária da confusão é que ao retornarem à forma humana após alguns minutos, os três rapazes voltam pelados! E Tohru desmaia, claro! É então que os Sohma revelam para a mocinha o maior segredo da família: A Maldição do Zodíaco Chinês! (efeitos de raios e trovões ao fundo, por favor)
Quem acredita em horóscopo (ou só é curioso mesmo) deve conhecer os 12 signos que compõem esse zodíaco: Cachorro, rato, cavalo, boi, serpente, javali (ou porco), ovelha, tigre, coelho, dragão, galo e macaco. E lá no cantinho dele isolado temos o gato, o 13º signo que é extra-oficial, devido ao conto que deu origem ao zodíaco:

“Diz a lenda que um dia Kami-sama se decidiu por dar uma grande festa e convidou todos os animais para que participassem. O rato, muito esperto, disse ao gato que a festa seria somente dois dias depois daquele, porém ela seria já no dia seguinte. Como resultado, todos os bichos compareceram à festa, menos o gato que ficou em casa achando que a comemoração seria no ainda no outro dia. Como resultado, Kami-sama ficou extremamente irritado com a ausência do gato e o puniu, por isso ele está fora do zodíaco oficial. Há muitas variações dessa lenda, mas basicamente todas elas falam a mesma coisa: o gato não foi por culpa do rato, e os dois se odeiam por causa disso.”

Voltando à história…
A cada nova geração, 13 desafortunados nascem amaldiçoados na família Sohma e cada um se transforma no animal correspondente de seu signo ao ser abraçado por alguém do sexo oposto. É um segredo tão terrível que é guardado a sete chaves e nem mesmo todos os membros dos Sohma o conhecem já que a eles são uma família muito grande. Como Tohru iria morar com eles por tempo indeterminado, Shigure (o cachorro e o mais velho, e menos responsável do que deveria ser…) decide contar o segredo à garota pedindo sigilo. Obviamente, Tohru concorda e assim começam as aventuras dela com os garotos.

A vida na casa de Shigure passa a ser mais alegre com a presença da menina e em pouco tempo vemos como Yuki (o rato) e Kyo (o gato) começam a estreitar seus laços com ela gerando assim um triângulo amoroso, que deixa qualquer leitor sem saber o que escolher! Yuki não é chamado de príncipe à toa; ele é gentil e cavalheiro e possui muitas habilidades, além de ser popular na escola. Kyo é o extremo oposto; não é tão habilidoso quanto Yuki parece ser. É rebelde, emburrado, brigão e seu maior objetivo é derrotar o primo “ratazana” como ele chama. O grande problema de Kyo é que por ele ser o representante do gato, o signo rejeitado, o garoto é desprezado por alguns membros dos Sohma e isso se reflete nos seus outros círculos sociais – Yuki é sempre popular e as pessoas vivem ao redor dele, já Kyo está sempre sozinho. Isso gera uma dózinha…
Haja coração pra não se derreter! Apesar de pender mais pro lado do Kyo, confesso que ainda não fiz minha escolha definitiva!

Conforme a história vai se desenvolvendo novos integrantes dos Sohma vão sendo apresentados até que todos os signos apareçam. E também surge Akito, o patriarca da família, ao qual todos obedecem em um sistema que chega a ser sinistro. A maioria dos personagens tem uma caracterização excelente, são bem marcantes, inconfundíveis e os amaldiçoados ainda mais, já que a parte animal influencia muito em cada um. O humor é marca registrada da série e, principalmente, no mangá. É preciso observar bem os quadros, pois Natsuki Takaya é o tipo de mangaká que deixa várias piadinhas soltas em letras miúdas e outros elementos para aumentar o diversão. Sua arte é um tanto diferente, principalmente os olhos que em close up até parecem os de uma mosca varejeira (sério gente, vou por aqui embaixo pra vocês verem), mas no geral é um traço delicado e muito rico de detalhes.

O anime capturou bem o clima da série, porém os 26 episódios não cobrem o mangá inteiro. Ele cria seu próprio encerramento (aquele que fecha as coisas, mas não encerra a história de fato), mas rola muita coisa a mais no mangá após o último episódio. E é a partir de um certo ponto na narrativa que o mangá se torna mais sério e complicado, já que a maldição dos Sohma aparenta ser mais grave do que foi mostrado à Tohru e o patriarca Akito, além de ser sinistro, tem um interesse especial na garota com relação à maldição. Imagina só, você super apaixonado(a) vai dar uma abraço na(o) namorada(o) e a pessoa se transforma em um animal – embola qualquer interação mais íntima (ai que broxante!). E Tohru, mesmo sendo mais ingênua e bondosa, parece ser a chave para solucionar o problema… Ou não!

Conclusão: Vale a pena?
Fruits Basket é uma seleção de personagens carismáticos e inesquecíveis num enredo muito bem montado e cativante com piadas de dar falta de ar e cenas de fazer chorar. Faz parte dos shoujos (mangás para o público feminino) que são recomendados para meninas e também meninos, porque vale a pena!

Fica aí a abertura do anime, bezzos e até semana que vem!

Keyko

Tradutora ainda não formada, cantora de aniversário de parente, frustrada por não ter tido um GameBoy na infância. Adora vídeo-games mas é péssima em todos eles. Fundadora do já falecido Flyleaf Brasil e com apenas 5 palavras no vocabulário se acha fluente em japonês. Fica para sempre devendo sua entrada no GG à musa mangaká Ai Yazawa.