Não há espaço para racismo de qualquer tamanho nos games.
Little Devil Inside é um RPG de sobrevivência que surgiu de uma campanha de financiamento coletivo em 2015, e recentemente foi apresentado no evento de revelação do PlayStation 5. O novo trailer do jogo pareceu muito interessante, mas atraiu críticas relativas ao design de alguns inimigos.
Os personagens em questão pareciam uma amálgama de estereótipos racistas, com peles escuras, usando tangas, tranças dread e máscaras com enormes lábios vermelhos. Esses inimigos, porém não estarão presentes na versão final do jogo.
A desenvolvedora Neostream Interactive agiu de maneira rápida para lidar com as críticas e apresentou um plano de mudanças através de uma publicação no Facebook.
Estereótipos racistas de qualquer espécie foram algo absolutamente não intencional. Nós desconhecíamos as conotações estereotípicas e desejamos pedir desculpas a todos que se sentiram ofendidos com o design dos personagens.
A empresa ainda afirmou que ninguém havia apontado o problema dentro ou fora do estúdio, ainda que tenha sido a primeira vez que o jogo foi apresentado publicamente. E o design não era sequer sutil, o que torna ainda mais problemático imaginar que ninguém havia pensado que havia algo de errado naqueles antigos estereótipos.
A ideia da empresa era criar algo como os Kakamora, de Moana, mas aparentemente pesquisou máscaras de “várias culturas”, e o design não representava nenhum grupo em específico. Apesar disso, ela reconheceu que errou a mão e se comprometeu a efetuar mudanças.
As tranças no estilo dread serão removidas, o tom de pele e dos lábios será alterado e a aparência das armas de dardo também será modificada – pois aparentemente parece um cigarro de maconha. A empresa também está analisando a possibilidade de criar um design completamente novo, caso as mudanças não sejam “adequadas ao jogo como um todo”.
Apesar de não ter uma data de lançamento prevista, o jogo será lançado para PC e PlayStation 5, além de outros consoles da atual geração.
Fonte: PC Gamer
Débora é musicista, professora de artes, pesquisadora de sociologia de gênero. Autoproclamada otaku-não-fedida e gamer casual. A alcunha de Liao veio de um site aleatório de geração de nomes japoneses (Liao é chinês, mas tudo bem).
