Você acha que zumbis são criaturas que devem ser temidas? Então, você precisa conhecer o universo criado na HQ iZombie (Eu, Zumbi), publicada pela DC Comics
Geralmente quando falamos de zumbis, a primeira coisa que vem a cabeça é um morto-vivo sem personalidade, que só quer devorar carne humana. E, pensando assim, é difícil não se assustar com as criaturas. Mas, o que você acha que aconteceria se vivêssemos em um mundo em que um zumbi tivesse consciência e sentimentos? Essa é a ideia da HQ iZombie!
A história foi publicada em 2010 pela DC Comics com o selo da Vertigo, tem roteiros de Chris Roberson e arte de Michael Allred. E, se você gosta de zumbis e histórias bem-humoradas, vai querer conhecer a história de Gwen, uma coveira que é uma garota quase normal, exceto pelo ~ não tão pequeno~ fato de que ela é um zumbi.
No enredo, vemos a coveira tendo que enfrentar os problemas de ser uma morta-viva em uma sociedade normal. Ela, por exemplo, precisa se alimentar de cérebros ao menos uma vez ao mês, para assim manter a saúde, inteligência, além de lembranças da vida antes de virar zumbi.
Por falar nisso, uma coisa curiosa acontece sempre que Gwen se alimenta de cérebros, muitos deles retirados de corpos que manipula em seu trabalho como coveira (sempre longe dos olhos de seus colegas, é claro). Quando a zumbi os consome, ela herda alguns pensamentos e memórias dos mortos, gerando momentos de dejavús e culpa desnecessária pelos finais trágicos dos falecidos.
Além de trabalhar como coveira, Gwen passa seu tempo com alguns poucos amigos, como Ellie, uma fantasma que apronta com a zumbi em algumas investigações pela cidade, e Scott, um Terrieromem (algo como um lobisomem, mas com traços de um cachorro da raça Terrier WTF). Na história, algumas outras criaturas – que não são tão diferentes das que já conhecemos – passam a mexer com a rotina da pequena cidade de Oregon e vão cruzando com a história de Gwen. É essa situação que vai desenvolvendo o clima do roteiro.
Em muitas histórias, como The Walking Dead, Resident Evil, Left 4 Dead, as criaturas têm origem a partir de um vírus que contaminou alguém e essa pessoa passa a se transformar no ser morto-vivo. E, assim, o ser vai espalhando a infecção por onde passa, até criar uma situação catastrófica, o apocalipse zumbi. O tanto de histórias, por sinal, trouxe as conspirações apocalípticas até para a nossa sociedade (como já postamos aqui no Garotas Geeks na série Apocalipse Zumbi tá logo aí).
A transformação de Gwen em uma morta-viva, porém, ainda é algo misterioso na HQ. Como a jovem ainda consegue manter lembranças, a história da “morte” é algo que ainda deve ser descoberto pela personagem (e por nós, leitores).
Além dos terríveis mortos-vivos, iZombie consegue incluir na trama o drama de uma história misteriosa e o ótimo bom-humor da protagonista. Os relacionamentos durante o roteiro fazem com que a história tenha um ótimo proveito da temática zumbi, fugindo da mesmice presente em muitas das histórias com as criaturas (que normalmente inclui eliminá-las para salvar o que resta do mundo). Em iZombie, as personagens podem ter problemas como qualquer outro ser vivo e isso que faz a HQ ser tão diferente.
iZombie ganhou uma adaptação para TV pelo canal CW em março deste ano. Com boa recepção do público, já está confirmada uma segunda temporada da adaptação. A série tem muitas modificações na história, começando pelo nome da protagonista que na série é Liv Moore, uma jovem médica noiva de um rapaz bonitão. Assim como na HQ, ela se torna zumbi e vê sua rotina mudar completamente. Mesmo com as modificações, a série não perde o tom dos quadrinhos.
Quanto à publicação dos quadrinhos no Brasil, a Panini trouxe recentemente para o País o primeiro volume da história, que ganhou o título de iZombie: Morri pro Mundo. Ele pode ser encontrado facilmente nas bancas e comic shops. Além disso, já está disponível a pré-venda do 2º volume. Os dois encadernados têm preço entre R$ 18 a R$ 22.
Se você gosta de zumbis e procura algo menos tenso que o drama de um apocalipse zumbi, iZombie é uma ótima opção de leitura. Além disso, tem incríveis desenhos por Mike Allred e um excelente roteiro do Chris Roberson. O título ganhou alguns prêmios na Eisner Awards de 2012, garantindo o ótimo recebimento por parte da crítica. E, aproveitando o post, que tal conhecer nossa deliciosa receita de pão de cérebro?
Cristã aspirante a cientista da computação, um dia ainda será a Root na companhia do Harold Finch e do John Reese. Fã de Green Day, sempre mantêm bons álbuns de punk californiano em seu player e desbrava universos ouvindo metal folk. Aprecia quadrinhos e boa leitura, sempre se vê presa a realidades alternativas sem precisar encher a cara.
