Olha os heróis menos conhecidos do Universo Marvel ganhando espaço!
Depois do avassalador e inesperado sucesso da adaptação para o cinema dos quadrinhos “quase desconhecidos” dos Guardiões da Galáxia, o estúdio Marvel/Disney investe mais uma vez em uma despretensiosa e bem humorada empreitada na tela grande, O Homem-Formiga (Ant-Man).
Na real, Homem-Formiga mostra um ladrão recém-saído da cadeia que se torna, ou tenta se tornar, herói ao receber um traje que lhe permite encolher em tamanho e crescer em força. E que agora precisa impedir que a fórmula estrutural desse traje acabe em mãos erradas.
O filme já em sua pré-produção perdeu seu diretor (Edgar Wright deu lugar a Peyton Reed), mas não perdeu a mão nas piadas, easter eggs, cenas de ação, carisma, e o mais importante: a apresentação do personagem.
Homem-Formiga se vende como uma eficaz apresentação de personagem e de sua realidade ao grande público que não o conhece. Com pitadas generosas de humor, o nem sempre honesto Scott Lang (Paul Rudd), o Dr. Hank Pym (Michael Douglas) e sua filha Hope (Evangeline Lilly \O/) ganham o público rapidamente com seus traços e características pouco estereotipadas e bem desenvolvidas. Em contraponto à abordagem genérica e às vezes caricata de seu vilão, Darren Cross (Corey Stoll).
Apesar da tensão de escala global estabelecida pelo possível uso errado e não autorizado da Partícula Pym, o longa é bastante focado em questões pessoais de seus personagens principais. Onde a dicotomia entre o universo macro e micro cria uma interessante metáfora acerca de problemas universais versus problemas particulares.
Se há algo de fato inovador em Homem-Formiga, sem dúvidas é a qualidade e a desconstrução das cenas de luta clássicas que movem os filmes de super-heróis. Onde as batalhas grandiosas, aterradoras, destruidoras e que geralmente envolvem indireta e perigosamente milhares de civis, dão lugar às lutas microscópicas, visualmente irônicas e que no máximo envolvem o descarrilamento de um trem… de brinquedo.
Com um enredo simples e divertido, o estúdio Marvel/Disney acerta mais uma vez ao transformar a história de um personagem pouco explorado, embora importantíssimo nos quadrinhos, em um filme ágil, dinâmico, sem mania de grandeza, leve e que passa longe dos filmes mais sombrios do Universo da Marvel, mas que mesmo assim referencia (e muito) “seus maiores e mais importantes” filmes.
Dica 1: Vá assistir ao filme sem muita expectativa, você provavelmente vai ser surpreendido um pouco mais;
Dica 2: Não vá embora apressadinho, não há uma, mas sim duas cenas pós-créditos. ;D
Recifense. Estudante universitária de Letras e Cinema. Apaixonada por literatura, cinema, seriado, viagens, games, rpg, quadrinhos, boardgames, animes, cardgames, podcasts, música e tecnologia. É a melhor mestre pokémon da rua. E nas horas vagas solta faíscas salvando o mundo na equipe secreta dos Power Rangers.