Resolvi escrever sobre esse anime porque eu acabei de finalizá-lo. Um amigo me disse que por eu amar tudo que é bem produzido, iria amar Guilty Crown. Peraê, não é bem assim que a banda toca. Claro que eu amo superproduções, quando essas superproduções querem ser amadas. E bom, Guilty Crown é quase perfeito, gráficos maravilhosos, cenas de ação fantásticas, trilha sonora de outro mundo (alô EGOIST, esperando o dia de você existir na real life ;D), mas ele peca no quesito Enredo. A ideia é interessante: um vírus que devastou o Japão (que como em todo anime, é o centro do mundo), mas essa ideia não foi bem desenvolvida, e aí já sabe, né? Então, vocês já imaginam o que eu acho de Guilty Crown. Um anime que eu descreveria como: tinha tudo para dar certo, mas se perdeu em meio a tanta expectativa.

Guilty Crown é um anime produzido pelo estúdio Production I.G (PSYCHO-PASS <3) que foi ao ar em outubro de 2011 até março de 2012. Uma adaptação para o mangá foi iniciada em novembro de 2011 pela editora Shonen Gangan e uma visual novel spin-off chamada Guilty Crown: Natal perdido (alegrem-se fãs) está sendo desenvolvida pela Nitroplus (Steins;Gate <3). Com direção de Tetsuro Araki (o mesmo de Death Note e Shingeki no Kyojin <3), arte de Redjuice e a banda Supercell na trilha sonora, era óbvio que as expectativas encima do anime iriam triplicar. Definitivamente, com uma equipe dessas, Guilty Crown tinha tudo para se tornar o melhor da temporada e do ano em que foi lançado!

Enredo
Ano de 2039. Estamos diante de um Japão devastado pelo ataque de um vírus, o “vírus do apocalipse” que ocorreu dez anos antes. O protagonista da vez, Shu Ouma, é apenas um estudante comum de ensino médio, anti-social e tímido, que passa os dias apreciando a sua diva da internet, Inori Yuzuriha (vocalista da banda EGOIST, que aliás, foi uma invenção para o anime ç.ç). Eis que um dia, ele a encontra toda ferida, no local que deveria ser apenas dele. E vejam só, ela é capturada pelos opressores da vez, a organização internacional GHQ, como uma terrorista em potencial. Por se achar um covarde fracassado, ele resolve ajudá-la na sua missão, que seria: entregar uma encomenda para Gai. Tá, mas quem é Gai? E que encomenda é essa? Óbvio que ele vai ter que descobrir sozinho. E em apenas um episódio, Shu se mete na maior confusão da sua vida, se vê agora envolvido com os terroristas (Coveiros) e terá de lutar por eles, em busca da independência do Japão dos opressores da GHQ, já que ele, acidentalmente, roubou o que seria o “poder dos reis”, que é, simplesmente, o talento de materializar o coração das pessoas em forma de armas altamente destrutivas. E em meio a cenas de ação superproduzidas com direito a rocks de primeira, batalhas de mechas em 3D, encerramentos e aberturas maravilhosas (Supercell), e a doçura da voz da Inori (EGOIST ç.ç) que se desenvolve o enredo de Guilty Crown.

Personagens
Não há muito o que falar de personagens (além do fato de todos serem maravilhosamente bem desenhados), até porque não há nada de novo. São personagens clichês, como por exemplo o protagonista covarde que no decorrer da história se torna o herói (Shu), a mocinha fofa com jeitinho de anjo que na verdade é muito forte por dentro e que lá na frente vai ter um caso com o protagonista (Inori) e o anti-herói que é o melhor amigo e ao mesmo tempo inimigo do herói, com características mais atraentes como humano (corajoso, líder, bonito, maior, mais forte). Aliás, é aí que o meu amor da vez se encaixa, Gai Tsutsugami. Lembra do tal Gai? Pois é. Aqui ele será o anti-herói. O time de personagens se completa com um vilão de caractéristicas excêntricas, os amigos do protagonista, os amigos do anti-herói, e algumas pessoas do mal que vão se tornar do bem. Eu sei, eu tô sendo genérica, mas não adianta nada detalhar personagens, se o enredo faz o favor de mudar as características de todos (absotutamente todos) no segundo arco da história. E é aí que começamos a encarar as falhas de Guilty Crown, a mudança brusca de personalidade das personagens é tão marcante que se torna uma coisa negativa para o enredo. Prepare-se para ver seus heróis favoritos perdendo o brilho.

Dubladores
Eu precisava falar dos dubladores, até porque perdi as contas de quantas vezes chamei o Gai de Oreki… Brincadeirinha. Mas o dublador é o mesmo, o genial Yuuichi Nakamura. Também gostei da escolha do dublador Yuki Kaji para o Shu, se encaixa perfeitamente no perfil de jovem anti-social e covarde. E claro, para a apática Inori, temos a doce voz de Ai Kayano e Chelly (EGOIST ç.ç) quando ela canta. No geral, a maioria dos dubladores estão ainda em crescimento, então a escolha deles para uma superprodução como Guilty Crown foi uma ótima oportunidade de crescer na carreira. E bom, eu não poderia deixar de falar, que a magnífica da Kana Hanazawa também participa, né? Aqui ela interpreta Ayase Shinomiya, uma personagem incrível, e uma das poucas que mantém a personalidade no decorrer da história. Muito bem escolhida, a equipe de dubladores é um ponto positivo para o anime.

Sonoplastia e Design
A Supercell fez um ótimo trabalho em Guilty Crown, as aberturas e encerramentos são de encher os olhos. Ah sim, o primento encerramento e a segunda abertura são cantadas pela Chelly (EGOIST, lembram? ç.ç), aliás, sou apaixonada pela voz da Chelly, até conhecer Guilty Crown, eu realmente acreditava que a banda EGOIST existia, tem até página dela no Youtube (apesar de só ter dois vídeos). Sou apaixonada por essa banda desde os encerramentos de PSYCHO-PASS, as músicas são lindas e altamente melodiosas. Outro ponto forte para Guilty Crown é o fato das cenas de ação serem sempre regadas a músicas variadas, de rock a um clássico à la Death Note.

O design ficou por conta da parceria do artista Redjuice e a Production I.G, o resultado, como o esperado, foi magnífico. Mais uma vez falo das cenas de ação, que são o ponto forte do anime. É um pouco ruim ver algo tão bem produzido, em quesitos gráfico e trilha sonora, ser desperdiçado em um enredo que foi pouco trabalho, uma história desnecessária. Apesar disso, o primeiro episódio é incrível, juro que eu senti calafrios. Só nos primeiros minutos, você já é contemplado com a voz da Chelly (Inori cantando) e, quando menos se espera, você se vê envolvido nas batalhas de mechas com uma trilha sonora de primeira e um cenário futurístico. Genial!

Vale a pena?
Se eu dissesse que não, estaria mentindo. Guilty Crown pode apresentar falhas de enredo, como por exemplo, o rumo da história muda um pouco na transição do primeiro para o segundo arco, as personagens são rasas e pouco desenvolvidas (além da mudança repentina de personalidade), muitas lacunas são deixadas pela inconstância da história e, o pior de tudo, pelo fato de as revelações só serem feitas nos três últimos episódios (não é exagero), o final fica um pouco apertado e a última batalha meio confusa. Mas isso tudo não tira os créditos da genialidade de sua produção. Guilty Crown apresenta o que chamamos de “lampejos de brilhantismo”, uma história que só fez se perder em meio a tantos pontos positivos. Pontos esses que vocês já sabem, gráficos, trilha sonora, cenas de ação, mechas, um Japão pós-apocalíptico, mas tecnológico e sonhador, um romance simples sem as melosidades japonesas, e alguns personagens “gamantes”.

Depois das críticas que eu li nesse mundão de análises de animes, consegui compreender o lado de cada avaliador. Algumas pessoas se decepcionaram porque esperavam algo perfeito, outras nem tanto, eu sou uma dessas. Até porque eu já sabia que algo que envolva o apocalipse não me atraíria, mas quando isso é bem produzido, eu sempre espero o melhor. Guilty Crown foi assim para mim. Uma história que não me atraiu, mas eu aprendi a aproveitá-la, porque eu vi toda uma produção bem feita. Se botarmos em uma balança pontos positivos e negativos, ainda sim acabaríamos tendo de assistir este magnífico trabalho.
A opinião é algo individual, se você é do tipo que ama tudo que é futurístico ou algo que envolva o fim do mundo, regado a muitas batalhas geniais e sem se ligar em enredos e personagens, você certamente amará Guilty Crown. Agora, se você é o contrário, assim como eu, gosta de algo bem produzido e desenvolvido, ficará um pouco insatisfeito no quesito Enredo, mas amará o resto. Mas enfim, aqui você assisti Guilty Crown online, e aqui você baixa em HD.
Apaixonada por rpgs, doces, gatos e cultura asiática em geral. Futura maior detetive do mundo ~L não tem nada a ver~. Sonha com o dia em que vai poder gastar fortunas em figures-action. No mais, a leonina gorda que nunca dorme.