Um anime foda que sempre será foda.

Em 1995, o filme Ghost in the Shell foi lançado pelo diretor Mamoru Oshii, baseado no mangá de mesmo nome de Masamune Shirow. Uma história cyber-punk ambientada em um futuro distante de 2029. A protagonista é Motoko Kusanagi, conhecida como Major e a líder de uma equipe de assalto da Seção 9 de Segurança Pública de “New Port City” no Japão. A chegada de um hacker conhecido como “The Puppet Master” (Mestre das Marionetes) leva a Major a uma jornada sobre o que significa ser humano.

Ghost in the Shell nos dá um mundo onde, por causa da tecnologia cibernética, o corpo humano pode ser aumentado e até mesmo totalmente substituído por partes cibernéticas. Existe até um invólucro do cérebro cibernético que envolve o cérebro humano e permite que ele acesse a Internet e outras redes. O cérebro humano e a consciência são o “fantasma” dentro da “concha”, também conhecido como o corpo.

É quase impossível assistir ao filme de Oshii e não ver as duas décadas de cyberpunk que se seguiram, especialmente com Matrix. Os créditos de abertura do hit de 1999 são claramente uma homenagem ao anime, e não para por aí, incluindo referências a coisas como como os ciborgues que se conectam à internet. Mas nada disso é uma crítica às criadoras da Matrix, as irmãs Wachowski; elas têm um gosto incrível e são grandes personalidades nerds. É apenas mais uma prova da influência do Ghost in the Shell no gênero.

Isso também está presente nas questões sobre a natureza da humanidade e o que significa ser uma forma de vida.

** SPOILERS ADIANTE **

No início do filme, vemos um motorista de caminhão de lixo invadindo um prédio e reclamando que queria resgatar sua filha de sua ex-mulher. Ele tenta mostrar ao seu companheiro uma foto de sua filha “com o sorriso de um anjo”. Mais tarde, após uma grande cena de ação, descobrimos que o cérebro do motorista foi hackeado pelo Mestre das Marionetes. Memórias de uma filha e esposa foram colocadas em sua mente, mas não eram realmente reais. Essa foto que ele usou não era da filha, mas dele mesmo. Essas ilusões foram para sempre implantadas em sua mente como memórias, com a tecnologia não era avançada o suficiente para removê-las com segurança.

Nosso antagonista, o Mestre das Marionetes, acrescenta muito  ao debate da humanidade na história.

Um exemplo disso é quando a IA conhecida como Projeto 2501 foi criada pelo Ministério das Relações Exteriores do Japão e acabou se tornando malfeita. Quando ela descobre sobre isso, exige asilo por ser uma criatura senciente e afirma que sua programação de autopreservação é como um DNA.

Para Motoko, o Mestre das Marionetes é um grande problema porque a faz se perguntar sobre a natureza de sua própria humanidade. A mente dela é dela mesma, e o que exatamente é sua personalidade? É realmente dela ou é uma programação? Essas são as perguntas que tornam o filme tão interessante.

Como Blade Runner e as obras escritas de Isaac Asimov, não é sobre se a tecnologia é má. É sobre como a humanidade e a tecnologia evoluem juntas, qual é a linha entre uma e outra? Onde termina o código e começa a vida?

Se você ainda não viu Ghost in the Shell, ele continua sendo um dos filmes mais bonitos e densos que já vi no gênero cyberpunk. O filme está disponível na Netflix.


Fonte: TheMarySue

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