Emocionante e, claro, como sempre, hilário!

Nascimentos acontecem o tempo todo na TV, afinal, eles são elementos de narrativas importantes. Uma nova vida chegando ao mundo é algo naturalmente dramático e empolgante, e a imagem de um dos pais segurando um bebê é a forma perfeita de encerrar um episódio ou uma temporada. Na realidade, nascimentos, assim como muitas outras coisas, é algo muito mais complicado e lento do que a televisão faz parecer, e muitas séries parecem não entender isso. Isso não aconteceu com Brooklyn-99.

*** ALERTA DE SPOILER DA 7ª TEMPORADA ***

Todos sabemos que a série é especial, e dessa vez eles conseguiram tornar o nascimento do filho de Jake e Amy em algo divertido, mas realista e apresentado de uma forma muito interessante.

Geralmente, nós mulheres, especialmente aquelas que já passaram pela experiência do parto, ficamos decepcionadas com a forma como as séries e filmes costumam tratar esse momento. Uma personagem entra em trabalho de parto, é levada correndo para o hospital, e coisa de cinco minutos depois da bolsa estourar, o bebê já está nos seus braços. É ridículo.

O episódio final da sétima temporada de Brooklyn-99, em que Amy dá a luz ao seu filho com Jake, foi diferente. Ela entrou em trabalho de parto na pior hora possível, durante um apagão e teve que continuar trabalhando. Isso acontece. Mulheres de todo o mundo têm de lidar com sua vida durante o trabalho de parto, e o negócio é que isso é possível porque o parto pode demorar MUITO.

De diversas maneiras, Brooklyn-99 acertou na representação, mesmo na parte nojenta. Eu nunca imaginei ouvir as expressões “tampão de muco” ou “show sangrento” em uma comédia para TV, mas aconteceu. E por mais nojento que isso possa soar, eles encontraram uma forma de tornar isso divertido, sem ignorar a sensibilidade do tema, o que é mais uma prova de como o equilíbrio é uma das especialidades da série.

Imagem: Jordin Althaus/NBC

É visível que a equipe de redação desse episódio ou fez uma boa pesquisa ou passou pela experiência de verdade. O fato de que Melissa Fumero estava realmente grávida de seu segundo filho também fez uma grande diferença, e tenho certeza que ela utilizou parte de suas lembranças sobre aquelas circunstâncias para interpretar o papel.

As cenas com Amy enfrentando as dores do parto, buscando força na dor enquanto espera que as coisas sejam feitas foi divertida, mas real. E a forma como Rosa se prontificou a ajudar, bem como a história paralela de Jake tentando desesperadamente voltar para o local do parto para estar ao lado de Amy foram também demonstrações sobre o que torna a série tão boa: divertida, aleatória, cuidadosa e cheia de piadas criativas e com um timing perfeito.

Dar à luz é algo difícil, lento e doloroso, e é raro ver uma série que entenda isso enquanto demonstra como pode ser algo assustador, complicado e altamente inconveniente. No final, você tem um bebê fofinho. E assim como Amy, você se pergunta se está preparada. Tudo bem se não estiver, afinal essa coisinha altamente dependente que acaba de chegar ao mundo da forma mais difícil e nojenta se torna imediatamente a coisa mais importante do mundo. Se for o caso, seu filho certamente não nascerá limpinho e com vários meses de idade como o bebê de Amy e Jake (LoL), mas você irá amá-lo e isso é o mais importante.


Fonte: TheMarySue

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