Sandra Oh viveu na pele a falta de representatividade asiática nas telinhas!

The Chair foi lançado na Netflix em 20 de agosto de 2021 e é a história reveladora de uma mulher chamada Ji-Yoon Kim, interpretada por Sandra Oh, que é a recém-nomeada presidente do departamento de inglês da Pembroke University. Nada parece fora do comum aqui, exceto que Ji-Yoon é a primeira mulher não-branca a ocupar esse papel. E tem mais: o departamento que ela está liderando está falhando. Ji-Yoon se esforça para salvar seu departamento, ao mesmo tempo em que equilibra sentimentos românticos por seu colega, Bill Dobson, e cuida de sua filha adotiva.

A série não é necessariamente esperançosa ou otimista, mas fornece uma visão realista de como é um semestre universitário típico. Não só isso, mas também retrata uma mulher asiática numa alta posição em uma universidade. E, infelizmente, esta é uma representação da mulher coreana que não é frequentemente encontrada na mídia.

Enquanto isso, Sandra Oh é uma atriz excepcionalmente talentosa com inúmeros elogios, incluindo 12 indicações ao Emmy. Ela é filha de imigrantes coreanos que se casaram em Seul, na Coreia do Sul, antes de imigrar para o Canadá e frequentar a Universidade de Toronto. Com sua herança e seu talento, pode-se pensar que ela estaria brilhando em todas as representações das mulheres coreanas na TV e no cinema. Só que ela não consegue fazer isso quando não há papéis suficientes disponíveis.

Ji-Yoon é a primeira vez de Sandra Oh interpretando um personagem com nome coreano

Em entrevista ao The Hollywood Reporter, Sandra Oh revelou que Ji-Yoon marca o primeiro personagem que ela interpretou que tem um nome coreano. Assim, em 25 anos de sua ilustre carreira, ela nunca recebeu um personagem representativo o suficiente da cultura coreana para que eles tivessem um nome coreano. Embora seja uma pequena mudança, é um pequeno passo para normalizar a representação coreana na indústria. Confira abaixo o depoimento dela:

Em última análise, a mudança é lenta… mas sim, o nome do personagem é Ji-Yoon Kim, e essa foi a primeira vez que interpretei um personagem que tem um nome coreano. Então, cada pessoa nesse elenco tem que me chamar de Ji-Yoon, tem que aprender, tem que passar por isso, vai dizer errado, e tudo bem, vamos continuar tentando acertar e eu vou te ajudar com isso. Também faz parte do nosso trabalho. Mas se trata de chegar ao ponto de normalizá-lo e, no ponto em que The Chair chega, já são 25 anos de alguém trabalhando para tentar obter um personagem cujo nome seja verdadeiramente coreano. Então, foi ótimo para mim. Mas The Chair foi ótimo por vários motivos. (…) Mas sim, esse nome significou algo para mim – e é ótimo se não significar nada para os mais jovens.

O impacto de Ji-Yoon

Sandra Oh não se concentra na tristeza de quanto tempo levou para atingir esse marco relativamente simples. Em vez disso, ela aponta como isso significa esperança por mais representatividade. Seu personagem não foi simplesmente chamado Ji-Yoon Kim e foi o fim de tudo. Em vez disso, se transformou em uma experiência de aprendizado para cada membro desse elenco. Cada um deles tinha que dizer o nome de Ji-Yoon, e cada um deles tinha que aprender a dizê-lo corretamente. E Sandra Oh ensinou como dizê-lo, como usá-lo e ainda fazia correções quando, inevitavelmente, pronunciavam errado.

Embora pareça muito trabalho, Sandra Oh simplesmente aceita isso como parte de seu “trabalho” na normalização da representatividade. Em última análise, ainda é triste que seja uma raridade encontrar personagens com nomes coreanos. Assim como todo indivíduo deve ter a chance de se ver em personagens na TV e no cinema, todo indivíduo merece a chance de realmente ouvir seus próprios nomes na TV e no cinema. Todos nós estamos ansiosos para o dia em que isso não será uma ocorrência tão incomum.


Texto traduzido e adaptado de The Mary Sue

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