Então você quer ser um herói?
A dica de mangá de hoje é Boku no Hero Academia (ou simplesmente My Hero Academia), um anime que foi destaque na temporada da primavera (falamos brevemente sobre ele aqui), que conta a história de Izuku Midoriya, um garoto que, diferente de todos os outros habitantes, nasceu sem super poderes. Persistente, Izuku não se desmotiva e continua firme em seu sonho de se tornar um super herói, razão pela qual acaba chamando a atenção do maior herói do mundo – que, por ver muito potencial no garoto, acaba compartilhando alguns de seus poderes e o matricula em uma escola de heróis. Agora, Izuku estava em pé de igualdade com os outros colegas. O que os aguarda?
História
Já imaginou viver em um mundo onde quase todas as pessoas possuem super poderes? Esse é o mundo de Boku no Hero Academia. Entretanto, como sabemos, nem todos usaram essa habilidade para o bem, o que acaba dividindo a sociedade em duas classes: super heróis e vilões.
Eis que Izuku Midoriya, um garoto com o apelido Deku, nasceu sem super poderes, pertencendo à parcela de 20% da população que não possui habilidades especiais. E, apesar de isso parecer muito frustrante, Deku nos mostra logo no primeiro volume do mangá uma importante lição: persistência. Apesar de parecer praticamente impossível, Deku continua se esforçando para tentar de alguma forma se tornar um super herói.
Entretanto, Deku não sabia que seu esforço seria tão logo recompensado: um dia, ele acaba conhecendo o herói mais poderoso do mundo, chamado de All Might, que acaba conferindo a Deku o cargo de seu aprendiz. Então, o herói acaba transferindo alguns poderes a seu mais novo pupilo e este consegue realizar seu tão querido sonho de ingressar na Academia de Heróis, que treina os jovens que desejam usar seus poderes para combater o crime e as forças do mal.
Análise Técnica
Ok, sabemos que Boku no Hero Academia não é o primeiro mangá que aborda esse tema de heróis x vilões. Mas é preciso reconhecer que apenas com três ou quatro volumes ele estourou em diversos lugar em vendas e acessos justamente por abordar essa temática de uma forma tão bem humorada e empolgante, juntando o melhor do shounen sem deixar de lado a pincelada de diversão – e também ao trazer assuntos mais sérios ao mangá de forma bem sutil, como a persistência de Deku e sua superação.
Além disso, é necessário ressaltar que rola muito a identificação do leitor com o personagem, afinal, quem nunca quis ter super poderes, que atire a primeira pedra. Todos nós um dia desejamos poder voar, ficar invisíveis, poder dominar os elementos da natureza, ler mentes… E por isso, a cada vitória e a cada fracasso de Deku, é como se você estivesse vencendo – ou perdendo – com ele.
Falando dos personagens, apesar de Deku ser o personagem central e o mais desenvolvido, o mangá não deixa a desejar com os personagens secundários, explorando as características mais comuns das pessoas em geral e relacionando-as aos poderes que cada um possui. O mangaká se valeu muito bem do fato de existir uma academia para os alunos, de forma que é possível acompanhar o desenvolvimento de cada um deles. O personagem Bakugou, por exemplo, possui uma certa rivalidade com o colega desde criança, mostrando não só os aspectos negativos desse sentimento, mas também a busca pela superação através dele. Todoroki, por outro lado, aborda a rivalidade através da cumplicidade, de uma forma muito mais leve. E assim, de certa forma, o trio se completa, trazendo à tona uma força interior que os deixa cada vez mais poderosos. Esse desenvolvimento, inclusive, é muito bem trabalhado porque o leitor se vê diversas vezes questionando qual seria o desfecho da situação se algum deles tivesse agido de forma diferente.
Em relação à arte do mangá, ela é impecável. Os movimentos fluem muito bem e os traços são mais limpos, evitando aquele acúmulo de informação muito comum no gênero shounen. Além disso, o desenho lembra muito as HQs de super heróis como Marvel Comics e DC Comics, justamente para buscar nos leitores a nostalgia de quando eram eles que gostariam de se tornar super heróis como seus ídolos. Essa “ocidentalização” atinge outros níveis quando se percebe que as onomatopeias também lembram o “pow” que aparecia nos quadrinhos dos nossos heróis de infância.
Vale a pena?
Vale! E muito! A história possui muito potencial, inclusive pela forma com a qual ela é abordada, sempre de forma emocionante, explosiva e absurdamente divertida.
O mangá escrito e ilustrado por Kouhei Horikoshi é publicado pela Shounen Jump e recentemente, foi adquirido pela editora JBC aqui no Brasil 🙂
Além disso, ele possui uma adaptação em anime produzido pelo estúdio Bones.
Devoradora de livros e ávida consumidora de séries.