Quem aí curte distopias? Comecei a me interessar pelo gênero com 1984 (George Orwell) e, a partir dele, conheci vários outros livros que seguem a mesma linha. De uns tempos pra cá, distopias mais voltadas ao público jovem têm surgido e eu tenho acompanhado alguns dos lançamentos.

Escrito por Lissa Price e publicado pela Ed. Novo Conceito, Starters foi uma dessas novidades que me cativaram na última Bienal de São Paulo (inclusive esse ano tem de novo, quem vamos?).

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O livro conta a história de Callie, seu irmão (doente) Tyler e seu amigo Michael. Ela é uma adolescente que ficou órfã após a Guerra dos Esporos, combate que eliminou todas as pessoas com idade entre 20 e 60 anos. Eles passam a viver em prédios abandonados e ela, desesperada por conseguir dinheiro para sobreviver, vai até a Prime Destinations, um lugar bem bacana (só que ao contrário) onde se aluga o próprio corpo para idosos que querem ser jovens novamente (*I wanna beee foreever yooung* toca ao fundo). Esse aluguel acontece através de neurochips.

Em algum momento entre o seu terceiro aluguel seu chip simplesmente falha. Um belo dia Callie acorda em uma mansão luxuosa e descobre ter um encontro marcado com o neto de um senador – fato importante durante toda a narrativa e que ultrapassa a questão “romance”. sAlém disso, ela parece conseguir conversar com sua locadora, dentro da sua cabeça. oO

É assim que a emoção toda começa!

Callie é uma adolescente esperta e determinada, especialmente em relação a ajudar seu irmão. É muito legal encontrar uma protagonista feminina forte e cheia de boas características. <3 Durante toda história não há como ela saber em quem pode confiar (e portanto, eu também não sabia, porque sou dessas que me envolvo com as histórias todas) e a tensão ao redor disso foi um dos principais fatores para me prender ao livro E me fazer querer ler a continuação: Enders, lançado no início desse ano.

A Novo Conceito fez um trabalho legal para divulgar o livro disponibilizando um trecho dele (clique aqui para ler) e criando um booktrailer (dá pra ter um gostinho, mas não transmite a agitação do livro)

Se você curte distopias ou quer começar a lê-las através de algo mais leve, Starters é uma boa pedida. Consegue, mesmo que sem aprofundar tanto, mostrar essa coisa louca de buscar a juventude eterna.

E ali estava eu, oferecendo-me voluntariamente para passar por uma cirurgia. Em meu cérebro, de todos os lugares. Provavelmente a parte do meu corpo de que eu mais gostava. Ninguém nunca reclamava sobre ter um cérebro gordo. Ninguém acusava seu cérebro de ser alto ou baixo demais, largo ou estreito demais. Ou feio. Ou a coisa funcionava ou não funcionava. E o meu funcionava muito bem.

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