Sociedades secretas de Yale, magia, assassinato e muitos mistérios.

Leigh Bardugo é a conhecida autora da trilogia Grisha e dos livros Six of Crows, mas Nona Casa é bem diferente do que ela já escreveu até agora. É uma fantasia urbana e adulta, que vai abordar assuntos pesados, com um assassinato misterioso a ser resolvido, mas também com muita magia envolvida.

Galaxy Stern, ou Alex como ela prefere, é nossa protagonista, uma jovem garota com um passado bem difícil e cheio de problemas, e que sempre viu fantasmas, também conhecidos como Cinzentos. Por causa dessa sua habilidade, ela é convidada para fazer parte da Casa Lethe, uma sociedade secreta da universidade de Yale, e criam todo um cenário para ela ser uma estudante de lá.

(Imagem: Divulgação/Editora Planeta)

A história então é dividida em linhas do tempo diferentes que vão se intercalando, e os trechos do passado muitas vezes aparecem para explicar, ou complementar o que está acontecendo no presente.

Isso tornou o começo da leitura difícil para mim, pois não é muito bem explicado o que está acontecendo. Por ficar indo e voltando, parece que você é jogado no meio de uma história que ninguém quer explicar o que acontece e você tem que insistir para acompanhar. A partir do momento que você começa a entender, a história engrena de um jeito muito bom e é impossível parar de ler. A cada página uma revelação diferente, e uma reviravolta que muda totalmente o rumo da narrativa.

Explicando um pouco mais o plot de Nona Casa, Alex vira membro da Casa Lethe, que age como uma administração para garantir que as Oito Casas do Véu, que são outras sociedades secretas de Yale que trabalham com magias diferentes para prever o futuro, mexer com o tempo, criar portais e muito mais, não vão fazer besteiras com esse poder todo.

Essa parte das casas pode ser um pouco confusa, os nomes são bem parecidos, e é fácil se perder entre elas. No final do livro tem um guia explicando cada uma, suas especialidades e história. Isso ajuda bastante.

Na parte do passado, vemos Alex aprendendo mais sobre esse mundo sobrenatural com seu ‘instrutor’, Darlington, e algumas cenas da vida dela antes de Yale, que era cheia de drogas e violências. No presente, ela tem que se virar sozinha já que Darlington desapareceu misteriosamente, e uma garota é assassinada no campus, o que pode ou não ter relação com as Casas do Véu. E, apesar de falarem para ela deixar de lado, Alex decide que vai investigar.

Vale ressaltar aqui que Nona Casa é uma fantasia adulta, então contém assuntos delicados, e que podem ser gatilhos como abuso sexual e emocional, uso de drogas, violência, assédio moral, e assassinato.

(Imagem: arquivo pessoal)

Leigh Bardugo trabalha muito bem com essa parte do sobrenatural, criando uma atmosfera bem intensa e pesada em torno dos mistérios de cada Casa, dos Cinzentos, o desaparecimento de Darligton, e como tudo isso pode estar conectado. Como disse, no começo pode ser difícil pegar o ritmo da leitura, mas depois desenvolve bem mais fácil.

Outra parte legal são as relações que Alex tem com os personagens, como com o detetive Turner, a dinâmica deles é meio Tom e Jerry, leve e engraçada, mas bem provocativa. Também tem a Pamela, outra membro da Lethe, e é interessante ver como a amizade delas floresce e evolui conforme elas vão enfrentando os desafios dessa investigação. Um personagem que eu particularmente gosto muito e adoraria ver mais, é o Noivo, um Cinzento que aparece desde o começo da história, e tem um papel bem importante nos mistérios todos. Mas já o que ela tem com Darlington, que é tipo um coprotagonista, é pouco explorado e não da para entender muito os sentimentos entre os dois, então teremos que aguardar o próximo livro para descobrir mais sobre isso.

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